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Conheça algumas das vereadoras mais jovens eleitas no domingo (15)

Rannya Freitas, de apenas 18 anos, e Bia Caminha, de 21, são alguns dos nomes que fizeram história nessas eleições

Por Maria Clara Serpa (colaboradora)
Atualizado em 29 set 2022, 22h12 - Publicado em 16 nov 2020, 16h49
 (@beatrizcaminha/@camilajarams/@biabogossian/Instagram)
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A política brasileira é composta, em sua maioria, por homens brancos e mais velhos. Apesar de eles ainda serem grande parte das Câmaras e Assembleias, as eleições do último domingo (15) mostraram que essa estrutura está começando a mudar. Neste ano, havia mais mulheres disputando cargos de vereadoras e muitas delas conseguiram se eleger, aumentando a representatividade feminina. Além disso, algumas delas chamaram atenção pela pouca idade, mostrando que a juventude está cada vez mais interessada em mudar a forma de fazer política no Brasil.

Conheça a história e as propostas de algumas das vereadoras mais jovens eleitas (ou com grande número de votos) no país:

Bia Caminha (PT), em Belém, Pará

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Aos 21 anos, Bia Caminha (PT), é a vereadora mais jovem eleita na história de Belém. Com 4.874 votos, ela ficou em 19º lugar entre os 35 eleitos para a Câmara Municipal. Ao seu lado, estão outras cinco mulheres. Apesar de ser um número pequeno, mostra um crescimento desde a última eleição, em 2016, quando apenas duas mulheres foram eleitas.

Como mulher negra e bissexual, Bia foca boa parte de suas propostas em políticas antirracistas e voltadas para o público LGBTQI+. Ela defende a criação de casas de apoio às vítimas de violência doméstica na cidade, programas de capacitação e inserção da mulher no mercado de trabalho, além da ampliação da frota de ônibus em Belém, para que continuem circulando até depois da meia-noite.

Ana Júlia Ribeiro (PT), em Curitiba, Paraná

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Quando tinha 16 anos, em 2016, Ana Júlia Ribeiro ficou conhecida nacionalmente pela sua atuação no movimento secundarista e nas ocupações estudantis. Naquele ano, ela discursou na Assembleia Legislativa do Paraná e afirmou que as mãos dos deputados estavam “manchadas com o sangue de Lucas”, estudante que foi assassinado dentro de uma escola em Curitiba durante as ocupações.

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Agora com 19 anos e cursando Filosofia e Direito, Ana Júlia se candidatou a vereança de Curitiba, mas, apesar de conquistar a 21ª candidatura mais votada na cidade, com 4.538 votos, acabou não sendo eleita devido ao quociente eleitoral. Os vereadores não são eleitos com base no número total de votos recebidos individualmente, mas sim o número total de vagas que seu partido obtiver.

Ainda assim, o resultado da campanha de Ana Júlia foi muito importante para Curitiba, que elegeu sete mulheres nesse ano, número maior que nas eleições anteriores. A vereadora mais votada foi Indiara Barbosa (NOVO), com mais de 12 mil votos. As propostas da estudante eram voltadas, principalmente, à luta por uma educação pública de qualidade. Segundo ela, esse é o principal caminho para construir uma sociedade justa e igualitária.

Bia Bogossian (PSB), em Três Rios, Rio de Janeiro

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Bia Bogossian (PSB), de 23 anos, foi a mulher mais votada na história da cidade de Três Rios. Ela recebeu 1.097 votos, o segundo maior número de votos para a Câmara Municipal nessas eleições. Além dela, foram eleitas outras três mulheres de um total de 15 vereadores.

Ela cursa o último semestre da faculdade de Jornalismo e é formada pelo Renova BR, uma escola de formação política que busca preparar cidadãos comuns para cargos públicos. Sua eleição foi histórica porque é a primeira vez que uma mulher é eleita na Câmara de Três Rios depois de 70 anos de hegemonia masculina.

Suas propostas são pautadas em um desenvolvimento sustentável, inspiradas na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de tornar sua campanha “neutralizada”, revertendo toda a emissão de carbono e a poluição emitida em plantio de árvores na cidade, a vereadora buscará fazer o mesmo com as emissões da Câmara. Bia também defende a criação de um “Passe-Cultura”, que garantiria a gratuidade do transporte público para eventos culturais e, assim, os democratizaria.

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Estela Balardin (PT), em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul

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Nestas eleições, os eleitores de Caxias do Sul elegeram a maior bancada feminina da história da Câmara da cidade, com cinco mulheres entre 23 vagas. A vereadora mais jovem a conquistar uma vaga na cidade é Estela Balardin (PT), de 21 anos, eleita em 12º lugar com 2.391 votos.

Estela é negra, feminista, estudante de Serviço Social e professora de séries iniciais. Ela já foi presidente da União dos Estudantes Secundaristas e teve papel importante na paralisação das escolas públicas no Rio Grande do Sul contra os cortes de investimento do Ministério da Educação ano passado. Seu foco como vereadora será na criação de planos para a educação, as mulheres, a juventude e a busca por uma sociedade antirracista.

Rannya Freiras (PSB), em Sanharó, Pernambuco

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Aos 18 anos, Rannya Freitas foi eleita vereadora de Sanharó, cidade no interior de Pernambuco com pouco mais de 20 mil habitantes. A Câmara possui apenas 11 vagas e a estudante foi a única mulher a ser eleita, atrás apenas de Fernando de Beta (PSB).

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Rannya é formada pela escola de política Renova BR e apresenta o programa Juventude Debate na rádio Sanharó FM. Ela propõe a implantação de um Centro de Especialização da Saúde da Mulher na cidade, políticas de incentivo ao empreendedorismo através da capacitação profissional e projetos voltados para a inclusão.

Giovana Mondardo (PCdoB), em Criciúma, Santa Catarina

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Em Criciúma, Santa Catarina, a mulher mais jovem eleita foi Giovana Mondardo (PCdoB), de 27 anos. Com 2.430 votos, a cirurgiã-dentista foi a segunda mais votada da cidade, atrás apenas de outra mulher, Roseli Luca Pizzolo (PSDB), que era candidata à reeleição.

Estreante na política, Giovana defende pautas voltadas às mulheres, com combate à violência de gênero, assegurando o atendimento humanizado das vítimas; aumento de vagas nas creches da cidade e programas de incentivo ao empreendedorismo feminino. Outro ponto importante de sua campanha é a defesa dos animais. Agora eleita, ela deve criar um fundo municipal de proteção aos animais, além de políticas públicas para seu bem-estar.

Camila Jara (PT), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

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Camila Jara, de 25 anos, foi eleita em 16º lugar na Câmara Municipal de Campo Grande, com 3.470 votos. A estudante de Ciências Sociais estreou na política nessas eleições, mas acompanhava a militância de perto em sua família. Sua avó, Dona Narcisa, é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores na cidade. Em 2019, após estagiar na Câmara Municipal e iniciar na frente do Coletivo Elas Podem, Camila decidiu investir na carreira política.

Dos 29 vereadores eleitos em Campo Grande, apenas duas foram mulheres: Camila e Dharleng Campos (MDB), de 48 anos e reeleita. Suas principais pautas envolvem mobilidade, com a criação de maneiras alternativas e sustentáveis de locomoção, como o investimento em ciclovias e ônibus elétricos, e a educação, com projetos de valorização dos professores e melhoria da infraestrutura das escolas.

Campo Grande tem um dos maiores índices de feminicídio do Brasil e Camila também deve propor e implementar políticas que incluam as mulheres e promovam a equidade, combatendo a violência doméstica.

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