Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mobilizações de mulheres que mudaram o mundo

A história nos mostra: a união feminina é capaz de agitar a ordem política, incomodar o capitalismo e mudar leis

Por Da Redação
Atualizado em 24 jan 2017, 15h06 - Publicado em 23 jan 2017, 18h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se você é do time dos que acham que as manifestações populares não levam a nada, é melhor rever seus conceitos. Desde séculos atrás, a história já nos mostra a força da união de um povo – e a força da união feminina. Depois do final de semana emblemático em que aconteceu a Marcha das Mulheres, confira o retrospecto que preparamos:

    Publicidade

    Marcha das Mulheres em Versalhes, França, 5 de outubro de 1789

    Este foi um dos primeiros e mais significativos acontecimentos da Revolução Francesa. O evento teve início entre as mulheres dos mercados de Paris que protestavam contra o alto preço e a escassez dos alimentos. Rapidamente elas se uniram aos revolucionários que exigiam reformas políticas liberais e uma monarquia constitucional para a França.

    Publicidade

    A multidão sitiou o palácio de Versalhes e, em um confronto dramático, conseguiu impor suas exigências ao rei Luís XVI e obrigou o rei, sua família e os membros da Assembleia a voltarem com eles para Paris. Estes eventos marcaram o fim da autoridade real.

    Sexta-Feira Negra, 18 de novembro de 1910

    As ativistas exigiram o direito ao voto e marcharam até a Câmara dos Comuns do Parlamento britânico protestando contra a hostilidade do primeiro-ministro Herbert Asquith. Elas não saíram ilezas: fora espancadas, estupradas e humilhadas por policiais. A violência do estado contra a mulher foi demonstrada na prática e as sufragistas retaliaram o governo com uma campanha de ataques ao patrimônio público, pela qual foram presas.

    Publicidade

    Apesar disso, o manifestação funcionou. Após uma suspensão nos protestos durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres britânicas conquistaram o direito parcial de do sufrágio em 1918 e direitos plenos uma década depois.

    Continua após a publicidade

    Miss América, 7 de setembro de 1968

    Em Atlantic City, nos Estados Unidos, centenas de feministas norte-americanas se reuniram para protestar contra a objetificação feminina nos concursos de beleza. Foi nesta movimentação que apareceu a primeira imagem das mulheres queimando sutiãs como símbolo da libertação do patriarcado. As armações de ferro de sustentação do busto foram arrancadas e jogadas no lixo. Junto com elas, instrumentos de limpeza e produtos de beleza – itens que as participantes descreveram como métodos de aprisionamento e tortura das mulheres.

    Publicidade

    O protesto deu origem a uma nova onda de criticismo e até hoje é referência em mobilização feminina.

    Islândia, 24 de outubro de 1975

    Impulsionadas pelo ativismo do Meias Vermelhas, um grupo feminista radical, 90% das mulheres da Islândia entraram em greve durante um dia inteiro contra a exploração do trabalho doméstico gratuito da mulher pelos homens e do trabalho feminino mal remunerado e reconhecido. A Islândia ficou paralisada.

    Publicidade

    A greve demonstrou como a sociedade depende das atividades femininas para seu pleno funcionamento e, exatamente por isso, é justo que elas recebam o mesmo que os homens. Hoje, passados mais de 30 anos, este é dos países mais igualitários do planeta, inclusive na questão de gênero. Além de um forte movimento feminista, este dia também marcou a defesa dos direitos trabalhistas.

    Continua após a publicidade

    No Brasil

    No Brasil, duas leis foram sancionadas depois de tristes episódios envolvendo nossas mulheres.

    Publicidade

    A Lei Carolina Dieckman (12.737/2012), sancionada em 2 de dezembro de 2012 pela Presidente Dilma Rousseff, que promoveu alterações no Código Penal Brasileiro ao tipificar os chamados delitos ou crimes informáticos. Elas foram propostas em referência à invasão experimentada pela atriz, em maio de 2012, que teve fotos íntimas copiadas de seu computador pessoal e divulgadas na Internet. Hoje, a norma é uma arma de defesa contra a pornografia de vingança.

    Referência como uma das mais modernas do mundo em termos de defesa feminina, a Lei Maria da Penha (número 11.340, de 7 de agosto de 2006) , que completou dez anos, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Seu nome presta uma homenagem à  Maria da Penha Maia Fernandes, que foi vítima de seu parceiro durante 23 anos de casamento. Em 1983, o marido tentou assassiná-la por duas vezes. Na primeira vez, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento. Após essa tentativa de homicídio, ela juntou forças e o denunciou. O agressor só foi condenado depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois em regime fechado.

    Leia também: Estudo aponta a efetividade da Lei Maria da Penha

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de R$ 12,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.