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Maria da Penha recebe homenagem das mãos de Luíza Brunet no 21º Prêmio CLAUDIA

A farmacêutica bioquímica, que dá nome à lei que protege as vítimas de violência doméstica, recebeu o prêmio hors-concours. Assista, em vídeo, como foi esse momento.

Por Clara Novais
Atualizado em 15 abr 2024, 08h50 - Publicado em 5 out 2016, 01h15
Mariana Pekin
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As emoções da celebração do Prêmio CLAUDIA 2016 não ficaram restritas ao anúncio das vencedoras das 7 categorias que tiveram voto popular. O momento de entrega do hors-concours também tocou a todos. A grande homenageada da noite foi a farmacêutica bioquímica Maria da Penha, que dá nome à lei número 11.340, de 7 de agosto de 2006, criada com o intuito de aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos.

Maria da Penha foi diversas vezes agredida e maltratada pelo colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, seu marido na época e pai de suas 3 filhas. Em duas ocasiões, ele tentou matá-la: na primeira, enquanto ela dormia, ele a acertou com um tiro de espingarda nas costas deixando-a paraplégica. Depois disso, ainda tentou eletrocutá-la no banheiro, em outro momento, mas a farmacêutica conseguiu que atendessem a seus pedidos de socorro antes de qualquer fatalidade. 

Desde então, ela luta em defesa das mulheres que sofrem violência doméstica. O que começou com uma busca pessoal por punição ao seu agressor – que demorou duas décadas para ser preso e, meses depois, foi solto – , continua até hoje, 10 anos após a lei com seu nome ter sido criada. Maria da Penha é o símbolo de uma luta que está longe de acabar, mas seu exemplo faz com que as soluções para a questão avancem cada dia mais. 

Por esses motivos, ela é a homenageada hors-concours no edição deste ano do Prêmio. Quem anunciou a homenagem foi a atriz Luíza Brunet. Ela mesma, passa por um processo jurídico que só é possível graças à Maria da Penha. Luíza luta na justiça para condenar seu ex-parceiro Lírio Parisotto por violência doméstica – em uma das ocasiões de conflito, ela chegou a sair com quatro costelas quebradas.

Mariana Pekin
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Luíza Brunet introduz o Prêmio CLAUDIA hors-concours e compartilha sua história

“Nesse momento tão delicado da minha vida, há uma pessoa que eu gostaria muito de agradecer. Alguém que, não só eu, mas todas as brasileiras devem muito. Eu não sei o que ela passou, mas eu sofri e sei avaliar muito bem a dor de qualquer mulher em situação de violência” disse Luíza ao anunciar a homenagem. 

Em seu discurso de agradecimento, Maria da Penha convocou a todos, homens e mulheres, para fortalecer a luta pelo fim da violência doméstica, mas deu um recado especial às pessoas do gênero masculino: “Nós precisamos dos homens bons para fazer com que a lei funcione de verdade, pois só assim podemos garantir um futuro sem violência para nossas descendentes”.

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Maria da Penha acompanhada das três filhas e da atriz Luíza Brunet

E não parou por aí. A ativista fez questão de apontar as falhas na aplicação da lei que leva seu nome. Ela ressalta que, apesar de ser uma lei nacional, alguns municípios não garantem todos os recursos necessários para que ela funcione. “Dez anos já se passaram e são poucos os municípios que têm as políticas públicas fundamentais para a proteção da mulher. Mesmo nas capitais, são muitos os municípios em que a lei só funciona de segunda à sexta-feira”, disse, “Enquanto ela não for corretamente aplicada, as mulheres continuarão sendo assassinadas e as vítimas invisíveis, que são os orfãs, continuarão crescendo sem mãe.” Por isso, ela aproveitou o momento para pedir pressão popular para que a lei funcione e as vítimas sejam protegidas de maneira eficaz. 

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O Prêmio CLAUDIA hors-concours foi criado em 2009 e já condecorou as atrizes Bibi Ferreira e Marieta Severo, a escritora Lygia Fagundes Telles, a apresentadora Hebe Camargo, a presidente Dilma Rousseff e a refugiada nigeriana Jonathan. A homenagem foi criada em 2009 para destacar mulheres que se destacaram pela história de vida e pelo conjunto da obra.

Assista ao vídeo e veja como foi esse momento histórico:

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