Jhonatan de Araújo, de 10 anos, nunca fez uma aula de balé sequer e mesmo assim passou nas seletivas do criterioso Bolshoi, na unidade de Joinville, Santa Catarina. O caso aconteceu em agosto de 2018. Agora, a família dele faz uma vaquinha virtual para se manter no sul do país.
No ano passado, Jhonatan foi inscrito no último instante para a seleção, já no local do teste. Quem iria participar da seletiva, na verdade, era a irmã dele, de 14 anos.
“Minha filha passou na primeira etapa da seletiva aqui em Salvador, e quando fomos levá-la para a segunda etapa, chegamos atrasados porque o ônibus atrasou, e minha filha perdeu o teste. Mas lá no local, estavam inscrevendo para quem ainda fosse fazer a primeira etapa, então minha esposa falou: ‘Vamos escrever Jhonatan?’. Eu concordei, e como ele estava com a gente, foi logo fazer o teste”, relatou Josué dos Santos à TV Bahia.
Jhonatan passou para a próxima etapa sem nunca ter estudado a dança clássica e foi encaminhado para Joinville. Para chegar até a cidade, a família precisou pegar empréstimos.
“Tomei um empréstimo no banco de R$ 6 000 para poder mandar ele e minha esposa na seletiva, lá em Joinvile. Quando ele retornou, tive que fazer outro sacrifício, porque ele precisava voltar [para Joinville] para se matricular até novembro, porque senão ele perderia a vaga. Uma colega me deu umas milhas, e eu parcelei novamente a passagem no cartão”, contou Josué.
O garoto gostou da dança e quer se tornar bailarino. Para realizar o sonho, a família terá que se separar. A mãe, Deise, irá morar com eles e mais duas filhas em Joinville. Já Josué ficará em Salvador.
Para pagar as despesas em Santa Catarina, eles vão usar o dinheiro de uma vaquinha online idealizada pela família e pela Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB).
O cálculo foi de R$ 10 000. Em dois dias, no entanto, eles já ultrapassaram a faixa de R$ 20 000. A vaquinha será encerrada no dia 21 de janeiro.
É nesta data que Jhonatan, a mãe e as irmãs se mudarão para Santa Catarina. Ele precisará estudar por oito anos para se tornar bailarino profissional. “Ele buscar o sonho dele já é o nosso sonho”, orgulha-se Deise.
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