PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Brasil se silencia em votação na ONU contra discriminação de mulheres

Ao deixar de votar, o Brasil se juntou a Líbia, Congo e Afeganistão, entre outros países ultraconservadores em questões de gênero

Por Da Redação
Atualizado em 16 set 2020, 15h09 - Publicado em 18 jul 2020, 12h00
Direitos das mulheres
 (Johner Images/Getty Images)
Continua após publicidade

O Brasil decidiu se abster durante a votação de um relatório do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre discriminação contra mulheres e meninas na última sexta (17). A resolução, que busca estabelecer parâmetros para eliminar o preconceito, foi proposta pelo México e orienta os Estados a tomarem medidas para solucionar o problema, incluindo possíveis impactos da pandemia sobre as mulheres.

O texto da resolução cita a importância de acesso à educação sexual e direitos à saúde sexual. Numa das emendas, os russos pediam que o texto não citasse o “direitos de mulheres e meninas”, mas apenas o “direito de mulheres”. Rússia, Egito e Arábia Saudita sugeriram cinco emendas ao relatório final. Elas suprimiriam as orientações para que os países reconheçam jovens defensoras de direitos humanos, promovam a educação sexual universal, garantam os direitos reprodutivos, assim como o acesso aos serviços e à informação sobre saúde sexual e reprodutiva durante a pandemia do novo coronavírus.

Ao ser colocada à votação, a proposta russa foi vetada. Todos os países ocidentais votaram contra, apenas onze países, porém, se abstiveram, entre eles o Brasil. Ao deixar de votar, o Brasil se juntou a Líbia, Congo e Afeganistão, entre outros países ultraconservadores em questões de gênero.

O Brasil sugeriu mudanças ao texto em conjunto com esses países – mas durante a fase de votação de emendas preferiu se abster. Entre as alterações pedidas, constava a eliminação de três parágrafos inteiros. Um deles pedia a eliminação do reconhecimento de diversos direitos das mulheres em relação à contracepção, ao aborto (em países em que o procedimento é permitido por lei) e a programas de prevenção à gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Um dos argumentos do governo brasileiro é de que tais menções poderiam dar uma abertura para o reconhecimento do papel do aborto, algo que os autores do texto rejeitam.

As sugestões brasileiras não obtiveram sucesso, e nenhum dos três parágrafos foi excluído do texto final do relatório. Um deles chegou a ser modificado, mas, em vez de ser excluído, teve seu alcance ampliado. Com as emendas derrubadas, o relatório foi adotado por consenso.

Continua após a publicidade

 

Resiliência: como se fortalecer para enfrentar os seus problemas

 

 

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.