Algoritmo do Twitter detecta perfis com sintomas de depressão e os ajuda
Projeto analisa perfis públicos através da linguagem usada pelo usuário
Estudos recentes mostram que pessoas que enfrentam problemas psicológicos tendem a usar um determinado grupo de palavras de forma recorrente. A “gramática da depressão” também pode ser percebida em posts na internet, por exemplo. Com base nesses dados, as próprias redes sociais, como o Instagram, começaram a investir em ferramentas para auxiliar os usuários que passam por isso.
Segundo dados da OMS, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos no mundo, número maior do que o de mortes em homicídios, guerras e conflitos civis somados. No Brasil, em um dia, 32 pessoas tiram a própria vida, sendo os jovens entre 15 e 19 anos o grupo mais afetado. Essa já é a quarta principal causa de morte de adolescentes no país.
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Essas mesmas pesquisas também provam que, quando percebidos com antecedência, os casos de suicídios causados pela depressão podem ser evitados em 90%. Assim, a Agência África, em parceria com a revista Rolling Stone, resolveu criar o “Algoritmo da Vida”, um sistema para o Twitter que pretende identificar, nas postagens públicas de usuários, perfis com sintomas de depressão.
Segundo os desenvolvedores do software, essa foi a rede social escolhida por possuir uma forma de comunicação diferente, em que os usuários se expressam de forma muito mais aberta.
Como funciona
O algoritmo é capaz de reconhecer a ‘linguagem da depressão’, que pode indicar, mesmo em estágios iniciais, a ocorrência da doença. Depois da identificação, feita por um bot, uma equipe capacitada checa o tweet para avaliar o contexto, a recorrência e também checar se não há ironia na frase.
Caso o potencial seja confirmado, um perfil, criado com auxílio de psiquiatras, entra em contato com a pessoa e mostra maneiras de obter ajuda, indicando o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV), referência nacional no atendimento a pessoas com depressão.
Em funcionamento desde fevereiro, o Algoritmo da Vida já identificou mais de 300 mil menções. Entre as expressões que mais apareceram, estão “quero sumir”, “sou muito feia”, “ninguém entende minha dor” e “quero morrer”.
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