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7 receitas perfeitas para um dia entre amigas

Para a chef Irina Cordeiro, cozinhar é um brinde ao amor-próprio e tem tudo a ver com feminismo

Por Texto: Lorena Tabosa | Fotos: Roberto Seba | Produção: Florise Oliveira | Concepção visual: Lorena Baroni Bósio
Atualizado em 18 fev 2020, 10h25 - Publicado em 29 mar 2019, 10h35
 (Roberto Seba/CLAUDIA)
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Encanta a leveza com a qual a potiguar Irina Cordeiro, 30 anos, se movimenta pela cozinha. Como se estivesse numa dança, prepara legumes, frutas e flores. O resultado da coreografia são pratos frescos e coloridíssimos, um deleite para os olhos e o paladar. Até quem jura de pés juntos que comida saudável não é gostosa sai da mesa convencido do contrário depois de provar.

A familiaridade com os alimentos vem da casa da família. Aos 7 anos, assou e confeitou seu primeiro bolo sob a tutela da avó, que trabalhava como cozinheira.

“Ela criou seis filhos sem ajuda do marido porque meu avô faleceu jovem. Cresci nesse ambiente em que a comida dava o sustento e sempre tive curiosidade pelo fogão. Queria aprender e ficava pedindo para fazer as coisas. Mas não achava que faria disso uma profissão”, conta.

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Prestou vestibular para direito, porém, após um curso de sommelier na Itália, enxergou as possibilidades que a gastronomia oferecia. “Na época da minha avó, cozinhar era função das empregadas domésticas; ainda existia uma visão muito colonial. Como o mercado foi mudando, vi a oportunidade de manter as raízes da família e, ao mesmo tempo, encontrar satisfação em meu trabalho”, diz Irina.

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Irina Cordeiro (no centro) brinda com as amigas Luiza Junqueira, Marieli Mallmann, Ray Neon e Lela Brandão (da esquerda para a direita) (Roberto Seba/CLAUDIA)

Aos 19 anos, ingressou na faculdade de gastronomia e, de lá para cá, não parou mais de estudar o que os ingredientes têm a oferecer e como podemos aproveitá-los ao máximo, sem desperdícios. A postura decidida a levou longe – mais precisamente à semifinal do MasterChef Profissionais, programa da Band, em 2017.

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Hoje Irina comanda a própria empresa, que presta consultoria para negócios na gastronomia. “Muita gente acha que, para ser cozinheiro, é preciso ter um restaurante, mas o mercado oferece um vasto leque de possibilidades aos chefs. Tive a ousadia de criar uma empresa e deu certo”, revela. Como empreendedora, decidiu que só empregaria mulheres.

“A frase ‘mulheres não voltarão para a cozinha’ é clássica, mas na verdade nós temos que ocupar todos os espaços que quisermos, e na posição que desejarmos”, defende. Para este almoço, Irina traduziu toda essa força e valores em pratos que foram saboreados por suas amigas de vida e de luta pelo empoderamento feminino.

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A tomada da TV

Após trabalhar em diversos cafés e restaurantes de Natal, cidade onde nasceu e viveu até 2017, Irina teve a chance de participar do MasterChef Profissionais. Pela TV, a chef ganhou o Brasil.

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“Meu sonho era ser reconhecida pelo meu trabalho e agarrei essa oportunidade. Fui muito sincera durante o programa e as pessoas gostaram de mim mesmo assim. Fiquei chocada. A sociedade está carente de bons exemplos, e isso não significa ser perfeito ou interpretar um personagem, mas ser real e humano”, explica.

Se tivesse passado para a final, teria preparado a sopa fria de abóbora com manga defumada para representar suas origens. “O nome do meu cardápio era ‘O mar vai virar sertão’. Natal é muito arborizada, cheia de mangueiras. Quando está chegando o verão, as ruas cheiram à fruta dessas árvores. E ainda tem a abóbora, muito forte na culinária de lá.”

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Cozinha de raiz

“Costumo dizer que a base da minha culinária é a cozinha de matriarcado, das mulheres da minha família, só que profissionalizada. Eu coloco um pouco mais de requinte”, descreve Irina. Com a avó, ganhou o gosto pelas comidas típicas.

“Galinha é algo que eu amo de verdade, diz muito sobre a minha terra”, exemplifica. Como é impossível resumir a gastronomia nordestina a poucos ingredientes, já que cada estado tem os próprios pratos, todos têm vez nas mãos de Irina.

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“Lá, a gente gosta de diversidade. Todo fim de semana quer comer uma coisa diferente. É mais fácil falar sobre o que não pode faltar. Feijão verde e queijo coalho, por exemplo, estão muito presentes nas minhas receitas”, revela. O grão aparece no peixe praieiro, servido também com purê de banana-da-terra.

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Consumo consciente

Desde que começou a estudar as Pancs (plantas alimentícias não convencionais), Irina recheia os pratos com brotos, flores e folhas diversas, tentando trazer o equilíbrio da natureza para a mesa.

“Nós comemos a batata-doce, mas jogamos fora as folhas, que são comestíveis. O mesmo com as da cenoura. Tento ao máximo inserir esses ingredientes na minha cozinha, até mesmo para evitar o desperdício”, diz ela, que conta com pequenos fornecedores e dá preferência a alimentos orgânicos.

O ceviche que preparou, por exemplo, é finalizado com flores e leva mel de abelha nativa de colmeias selvagens de Jandaíra, região do Rio Grande do Norte. O processo de coleta visa proteger as abelhas de qualquer agressão. Já o queijo de cabra utilizado no pudim vem da Fazenda Carnaúba, no sertão da Paraíba, onde é produzido em pequena escala por familiares do escritor Ariano Suassuna.

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Confira algumas receitas para se inspirar:

1. Drinque jardim brasileiro

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

2. Peixe praieiro

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

3. Sopa fria de abóbora e manga

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

4. Terrário Don’Anna

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(Roberto Seba/CLAUDIA)
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5. Ceviche Beija-Flor

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

6. Espaguete ao curry de laranja com lulas

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

7. Pudim de queijo de cabra com creme inglês de goiaba

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(Roberto Seba/CLAUDIA)

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