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Desde o começo da pandemia, a cada 9 horas uma mulher é assassinada

Quase 500 mulheres perderam a vida em crimes de motivação de gênero, mas o número pode ser maior por conta da subnotificação

Por Da Redação
9 out 2020, 10h00

Três feminicídios foram registrados por dia, nos primeiros seis meses de pandemia do novo coronavírus, iniciada em março, segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto AzMina, com dados de 19 estados brasileiros.

No período de março a agosto, foram registrados 497 assassinatos de mulheres  por motivação de gênero nos estados participantes do levantamento, que concentram 94% da população feminina do Brasil. O maior número de casos foi registrado em São Paulo com 79 assassinatos, seguido por Minas Gerais, com 64, e Bahia, 49.

Do total, 11 estados e o Distrito Federal tiveram redução no número de mortes, tendo o DF registrado a maior queda percentual (56%). Em números absolutos, Rio Grande do Sul e DF registraram a maior redução nos casos de feminicídio, com respectivamente 18 e 10 mortes a menos do que em 2019. Na outra ponta, Pará e o Mato Grosso foram responsáveis pelo maior aumento, com 15 crimes a mais no PA e 10 no MT.

Em números proporcionais, o estado de Mato Grosso lidera em assassinatos de mulheres desde o início da pandemia. A taxa de feminicídios entre março e agosto foi de 1,72 por 100 mil mulheres, três vezes maior que a média total, de 0,56 por 100 mil mulheres. Além do MT, registraram índices acima de 1, o Acre, com 1,32 por 100 mil mulheres e o Mato Grosso do Sul, com 1,16 por 100 mil mulheres. A menor taxa proporcional é a do Tocantins, com 0,13 por 100 mil mulheres.

Embora o total de mortes, em números absolutos, seja 6% menor quanto comparado ao mesmo período do ano passado, Helena Bertho, diretora do Instituto AzMina, faz um alerta para o fato de que a comunicação dos casos de violência pode ter sido prejudicada durante a quarentena.

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“Isoladas dentro de suas casas, as mulheres continuam ou estão ainda mais expostas à violência. Apesar dos dados oficiais indicarem queda no número de casos, muitos especialistas alertam para a subnotificação, que, estima-se, seja ainda maior em meio à pandemia, pela dificuldade de comunicação. Além disto, em alguns casos é difícil obter os dados de órgãos oficiais”, diz.

Sete estados não participaram do levantamento porque não forneceram informações. As pesquisa levou em conta os crimes de motivação de gênero, caracterizados como feminicídios, e violência doméstica  informados por secretarias de segurança pública dos estados do Acre (AC), Alagoas (AL), Bahia (BA), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Mato Grosso (MT), Pará (PA), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Rondônia (RO), Roraima (RR), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Tocantins (TO).

A série de pesquisas “Um vírus e duas guerras” promovida pelo Instituto AzMina vai monitorar os casos de feminicídios e de violência doméstica até o final de 2020 e tem parceria com as mídias: Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas, Marco Zero Conteúdo e Ponte Jornalismo.

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