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Ellen Page confronta Bolsonaro em entrevista a programa americano

“Se te encontrasse na rua eu iria assobiar para você, muito bonita”, disse o deputado já no início da conversa.

Por Júlia Warken
Atualizado em 12 abr 2024, 09h25 - Publicado em 11 mar 2016, 16h27
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  • A atriz Ellen Page, de “Juno” e “A Origem”, está comandando um programa de TV intitulado “Gaycation”, em que ela viaja pelo mundo mostrando a cena LGBT de diversos países. Em janeiro, um teaser mostrava ela no Rio de Janeiro em uma chocante entrevista na qual um policial carioca dizia ter orgulho de assassinar homossexuais.

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    O programa foi ao ar na última quarta-feira (9) através da emissora Viceland e já pode ser assistido na íntegra nesse link. Além da entrevista com o policial, outro trecho do programa está dando o que falar: uma conversa com o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).

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    Como não poderia deixar de ser, o assunto foi homofobia. Já no início da conversa, Bolsonaro diz que não olha para as pessoas buscando saber se elas são gays e que inclusive assobiaria para Ellen na rua, caso ele ainda fosse cadete da academia militar. O falso ~elogio~ já mostra o que vem por aí, né?

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    Depois dessa introdução, o parlamentar começa a explicar sua visão sobre a suposta popularização da homossexualidade no mundo. “Acredito que grande parte dos gays é comportamental (SIC). Quando eu era jovem, falando em percentual, existiam poucos, ok? Com o passar do tempo, com as liberalidades, drogas, a mulher também trabalhando, aumentou-se bastante o número de homossexuais”. Pois é, mulheres no mercado do trabalho tornou-se um dos motivos pelos quais a gente vê mais gays e lésbicas na rua. Essa é novidade!

    Como já havia feito em declarações anteriores, Jair Bolsonaro defendeu sua visão de que os pais deveriam reagir com violência física à demonstração de comportamentos ditos homossexuais por parte das crianças. Ellen questiona o deputado a respeito dessas declarações e ouve a seguinte resposta: “Quando um filho tá muito violento, novo né, dando um corretivo nele ele deixa de ser violento. Porque o contrário não vale? Mas se você estimular desde criança e mostrar que é normal isso, é normal aquilo, seja lá o que for normal, a criança vai praticar aquilo”.

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    Quando a atriz diz que esse tipo de repressão pode acarretar em depressão e suicídio, o deputado defende seu ponto de vista dizendo que os homossexuais beiram a teoria do absurdo. “Você com a sua companheira não geram filhos. Se gerarem vão depender de algo gerado por nós heteros, por nós homens. Eu não vou brigar contigo agora e te transformar em hétero, nem você me transformar em homo. Vamos levar nossa vida”. Frente a essa resposta, a atriz reitera que o movimento LGBT não visa ~transformar~ as pessoas em homossexuais. “Eu só quero que gays que estejam sofrendo, que estejam no armário e que estejam pensando em suicídio, fiquem bem e amem a si mesmos”.

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    Na conclusão da entrevista, Ellen reflete a respeito das consequências nocivas de um discurso homofóbico propagado por políticos que formam opinião: “É devastador saber que alguém com tanta influência tenha tanto desdém para com a comunidade gay”. Logo depois, o programa se debruça sobre casos de homofobia que terminaram em morte no Rio de Janeiro e a atriz conversa com familiares de vítimas. Ellen e o amigo Ian Daniel também entrevistaram outras personalidades como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e a modelo trans Carol Marra.

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    Reprodução Reprodução

    O Rio de Janeiro é hoje um destino turístico muito popular entre a comunidade LGBT e o Gaycation se propôs a mostrar a faceta menos alegre da cidade – e do Brasil como um todo. Os gringos nos veem como um povo acolhedor, tolerante e sexualmente liberal, só que no dia a dia a gente sabe que infelizmente as coisas não são bem assim. O programa faz as vezes de documentário e vale muito a pena assistir para pensar a respeito, seja você gay ou não.

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