Ana Beatriz Nogueira defende Eva, de A Vida da Gente: “Vilã é a vida”
Ana Beatriz diz que sua personagem em A Vida da Gente é movida pela paixão cega que sente pela filha
Ana Beatriz Nogueira garante que sua personagem não é uma vilã, apenas uma mãe apaixonada pela filha
Foto: Rafael França
Desde o início de A Vida da Gente, Eva já aprontou todas. Maltrata sistematicamente a filha mais velha, Manuela (Marjorie Estiano); pediu à caçula, Ana (Fernanda Vasconcellos), que fizesse um aborto; não dá a menor bola para a mãe, Iná (Nicette Bruno); e faz qualquer coisa por dinheiro. Mesmo assim, Ana Beatriz Nogueira, a intérprete da personagem, não a considera vilã. “Ela não é má”, diz, categoricamente. Para a atriz, Eva tem defeitos e qualidades como qualquer pessoa.
Ana, no entanto, deixa claro que não concorda com todas as atitudes intempestivas (para dizer o mínimo) de Eva. “Mas compreendo”, ressalva a atriz, de 44 anos, que aproveita para rebater aqueles que acham que seu atual papel é parecido com o último, a Clarice de Insensato Coração. Ela afirma que há, sim, “uma situação parecida, de traição”, mas as semelhanças param por aí.
Num bate-papo rápido, além de defender Eva, Ana revela que o seu humor na vida real é parecido com o da personagem e, na contramão de suas colegas de profissão, assume que tem uma enorme preguiça para cuidar da forma.
Nem tão má assim…
“Não acho que Eva seja vilã. Nesta novela, a vilã é a vida. As escolhas dela não são as mais felizes, digamos assim. Mas existe um raciocínio compreensível, por mais cruel que pareça. É uma personagem humana, que tem mil facetas. Às vezes, ela chega a ser doce, engraçada. Não é uma linha reta. Tomara que alguém tenha pena dela (risos). Ela tem milhares de qualidades e defeitos. Não faz maldade pela maldade. Então, espero que um ou outro diga: ‘Ah, ela não está tão errada assim!’ (risos)”
Ana Beatriz Nogueira deu um show de atuação na cena em que Ana, em coma, finalmente aperta a mão de Eva
Foto: Divulgação – Rede Globo
Há justificativa
“Essa mãe (Eva) não acha que está errada. E ela tem bons argumentos… O que a move é paixão, cega, mas é paixão. Pela filha. Uma coisa idealizada, então, ela não enxerga os sentimentos da garota. Mas isso é mais antigo que a história… Toda vez que vejo algo parecido no jornal, na TV, falo: ‘Nossa, não acredito que essa mãe fez isso’. Aí, sim, é grave, porque é vida real”.
Eva X Clarice
“Eva é bem diferente de Clarice, de Insensato Coração, na qual fiz uma participação de 64 capítulos. Eva é pavio curto, é do balaco (risos)! Há uma situação parecida, de traição, de ser trocada por uma pessoa mais jovem. Mas, nesta novela, isso dura cinco, dez minutos. Tudo muda e isso é que é bacana. Mas, claro, é a sua cara, sua boca, sua expressão… Às vezes, até eu digo: ‘Pô, já vi essa cara aí!’ Mas não tem jeito.”
Ana Beatriz Nogueira com Herson Capri, seu marido e algoz em Insensato Coração
Foto: Divulgação – Rede Globo
Identificação
“A personagem tem uma coisa que é… em algumas situações trágicas, ela consegue ter algum humor. Isso a torna mais leve, eventualmente. E isso é uma coisa que tenho muito. Às vezes, estou numa situação difícil, mas algo em mim olha para fora e diz: ‘Coitada!’ Enfim, observo, faço uma crítica do lado de fora.”
Longe do bisturi. Por enquanto…
“Ainda não fiz (plástica), mas se precisar… Ainda está tudo original, mas não tem nada que me incomode. Isso vai de cada um. Mas me forço a fazer exercícios. Tenho um professor muito paciente, o Michel Borges, que vai lá em casa. E ele é uma pessoa tão doce que você não consegue falar não para ele (risos). É o homem da minha vida. Aí, faço transport, que não machuca a coluna. Mas gosto de comer pra caramba. Devia fazer mais exercício e comer menos, mas essa parte de boa forma é horrível (risos)”.
Nada de badalação
“Quando não estou trabalhando, preparo o próximo projeto, porque as peças têm de ser produzidas com antecedência. Sou caseira, mais do dia do que da noite. Gosto de ficar em casa ou visitar os amigos.”
Personagem leve
“Saio de cena tranquila. Não sinto peso nenhum. Esse negócio de levar personagem para casa… Só levo eu (risos). O desgaste é a espera. E a gente espera (para gravar), né? Quando está trabalhando, não sente o tempo passar. Se gostar do seu trabalho, claro.”