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Yara Charry fala sobre carreira, transição capilar e futuro

A atriz franco-brasileira está passando por uma transição capilar e se prepara para projetos internacionais

Por Lorraine Moreira
15 nov 2023, 10h00

Basta olhar a lista de novos talentos da atuação para identificar o nome de Yara Charry. A jovem de 26 anos é filha de mãe brasileira e pai francês e, nascida e criada na França, embarcou para o Brasil com o objetivo de ser atriz. Foi misturando autenticidade e talento que atravessou o oceano, disposta a capturar a própria essência para dar vida aos personagens pelos quais tem se destacado.

A carreira de atriz começou com uma cena de filme: o celular toca, do outro lado fala um diretor da televisão, que lhe convida para um teste para interpretar Sophie, personagem da segunda fase da novela Velho Chico, exibida em 2017. Na época, Yara estudava moda em Paris, mas resolveu agarrar a oportunidade. “Ele achava que eu era a pessoa certa para interpretar a personagem”, conta ela.

Teste feito, veio a confirmação do trabalho, e ali começava sua carreira na atuação. “Acabei aprendendo enquanto fazia, porque eu não tinha atuado antes de Velho Chico“, afirma Yara, que recorda com carinho seu processo de descoberta como atriz: “Foi uma revelação, a experiência que me fez descobrir o que eu realmente queria fazer da vida.”

Yara Charry na praia
Yara Charry aprendeu a atuar a medida que praticava a função (Anthony Garcia/Reprodução)

Ela conquistou o reconhecimento público, de fato, ao interpretar Jade, em Malhação: Vidas Brasileiras, em 2018, e ainda participou do elenco das novelas Amor Perfeito e Todas as Flores, e da minissérie A Vida pela Frente.

Não é somente o talento ou a dupla nacionalidade que a definem como artista. Na realidade, é sobretudo a capacidade de envolver a todos (e a si mesma) naquilo que ama. Beleza, transição capilar e projetos internacionais também compõem quem ela é. E foram esses assuntos que buscamos aprofundar na entrevista exclusiva que você confere a seguir.

CLAUDIA: Você nasceu na França, mas também tem raízes no Brasil. Como essa mistura te representa e influencia seu trabalho?

Yara Charry: O fato de ser franco-brasileira afeta minha carreira, meu modo de viver, onde eu quero chegar com meu trabalho e o que eu quero representar e influenciar. Sempre tento trazer um pouco dessa mistura de culturas, de oportunidades, da educação e de vivências. Ter morado 20 anos na França e apenas 5 anos no Brasil também faz diferença. Eu agradeço meus pais todo dia pela mistura, porque pra mim é perfeita. Mas, obviamente, também há aspectos negativos. Acredito que tudo depende muito da nossa perspectiva, e espero poder representar, influenciar e ser influenciada por essa junção de culturas. Quero trazer todos os meus lados, francês e brasileiro, para meu trabalho e minha dedicação.

Yara Charry na praia
Yara Charry celebra o poder dos cabelos natuais (Anthony Garcia/Reprodução)

CLAUDIA: Qual é a lição mais valiosa que você aprendeu na sua carreira?
Yara Charry: Minha primeira cena gravada foi com o Antônio Fagundes, uma pessoa que me deu muito apoio. Estava passando texto, muito nervosa, porque nunca tinha feito aquilo. Ele olhou para mim, segurou minha mão e falou que a minha força era observar e ouvir. Acho que nunca vou me esquecer. Além disso, ter assistido o jeito que ele decora o texto, a forma como estuda, me inspirou. Hoje, graças a Deus, tenho uma memória muito boa, mas também trabalhei muito. [Agora] consigo decorar através de um caminho mais elaborado, e foi observando atores como ele, Camila Pitanga e Marcelo Cerrado, por exemplo, que eu aprendi o jeito que queria trabalhar. Assistir, observar e escutar essas pessoas fez diferença, e acho que a maior lição é ser dedicada e amar o que você faz. Quando você ama, você transmite amor e verdade.

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CLAUDIA: Qual a importância das novelas na sua trajetória?
Yara Charry: É muito grande, porque demanda tempo. A Globo me deu a oportunidade de fazer novelas incríveis, e eu cresci muito como atriz. Atuar nesse tipo de trabalho demanda muita energia, dedicação e trabalho. E eu precisava dar 200% de mim. A novela me deu a perseverança de ser quem eu sou hoje. Eu sei que todo o trabalho que fiz em novela me serve muito e irá me servir na vida.

Yara Charry na praia com calça jeans
Pai de Yara Charry é francês e mãe é brasileira (Anthony Garcia/Reprodução)

CLAUDIA: Sobre sua vida pessoal e beleza, quando você começou a alisar o cabelo? Por que isso começou?
Yara Charry: Eu comecei a alisar o cabelo quando eu tinha entre 12 e 13 anos. Todo mundo alisava o cabelo, eu queria alisar o meu também. Era uma fase da adolescência. Fiquei mais de 10 anos sem ver meu cabelo natural. Na época, era o padrão da beleza. Só o cabelo liso era o bonito. Ainda bem que nos libertamos disso.

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CLAUDIA: Como é sua relação com o cabelo?
Yara Charry: Hoje, minha relação é maravilhosa. Na verdade, sempre foi. Eu alisava, mas não é por isso que eu deixava de cuidar. Sempre achei meu cabelo bonito, ao meu olhar, porque eu tratava muito, tomava todo o cuidado do mundo, usando produtos naturais. Atualmente, a minha relação com ele é ainda mais forte, segura e feliz. Fiz transição capilar há aproximadamente seis meses, e há três decidi cortar todas as partes lisas. Agora, estou com um black dos anos 60, muito feliz, tratando muito bem. Poder cuidar do meu cabelo natural e ver o resultado é o que me deixa mais feliz. Aliás, estou combinando todas as minhas roupas com os fios, porque amei esse corte, quero ele para sempre. Mas, ao mesmo tempo, quero deixar crescer. Estou numa luta interna sobre deixar ou não ele [ficar] maior.

CLAUDIA: Quando você decidiu passar pela transição capilar e como está sendo esse processo?
Yara Charry: Eu decidi passar pela transição capilar há mais de um ano na verdade. Demorou para eu tomar coragem, e aí depois veio o trabalho. Planejei fazer depois do trabalho, para não ter que passar por isso durante. Assim que soube que minha personagem de Todas as Flores teria dreads em todas as gravações, entendi que era o momento de parar de alisar. Deixei meu cabelo crescer, crescer, crescer, até entender que ele estava num tamanho bom para cortar. Estou amando, é a melhor fase da minha vida e, sinceramente, foi a melhor coisa que eu fiz este ano. Na verdade, all on my life. Agora, estou me sentindo muito forte e feliz, pronta para inspirar pessoas também.

CLAUDIA: Qual é a maior dificuldade da transição capilar, na sua visão?
Yara Charry: Eu acho que a maior dificuldade na transição capilar é, com certeza, a espera. Esperar exige muita paciência, sabedoria e calma. Para quem está pensando sobre ou vai entrar, é importante saber disso. Mas o resultado é muito, muito maior que toda a espera que você tem. É uma felicidade, é um amor que não tem preço.

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Yara Charry na praia
Yara Charry fazia moda antes de ser atriz no Brasil (Anthony Garcia/Reprodução)

CLAUDIA: Voltando para a carreira, qual é o projeto que você mais sente orgulho e por quê?
Yara Charry: Velho Chico, por ser meu primeiro trabalho e eu ter orgulho de quem me tornei após ele, além de Todas as Flores também, porque é uma novela que abordou vários assuntos importantes. Os da minha personagem, inclusive, foram os mais sensíveis. Desde que eu decidi seguir essa profissão, me prometi contar histórias da melhor forma possível, sendo a mais natural e verdadeira. O processo do personagem foi muito delicado, e eu queria muito o papel de uma menina portadora do HIV, então foi muito importante, tenho muito orgulho desse trabalho.

CLAUDIA: Quais são seus projetos atuais e o que você está fazendo no momento?
Yara Charry: Estou passando um período fora do Brasil, depois do primeiro musical que eu fiz em São Paulo, um mês atrás. Fiquei três meses em cartaz e foi uma experiência incrível. Atualmente, estou em Nova York, mas passei um tempo em Los Angeles e devo voltar para LA. Vim para estudar e evoluir futuros projetos internacionais. Estava há um tempo querendo vir para cá, mas devido ao trabalho e aos compromissos que eu tinha no Brasil, acabei adiando, até porque eu não queria fazer nada com pressa e acho que tudo tem seu tempo na vida. Quando acabou o musical, eu não ia emendar um trabalho logo em seguida e não tinha um compromisso, especificamente presencial. Então, resolvi me dar esse tempo. Estou aperfeiçoando meu sotaque em inglês, porque tenho um pouco de sotaque francês, e acho sempre bom evoluir a língua quando estamos no país. É um momento de estudo, de conexão e de piscadinha para um próximo projeto aqui, se Deus quiser.

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CLAUDIA: Aproveitando que você falou sobre a busca por projetos internacionais, o que podemos esperar sobre seu futuro?
Yara Charry: Tenho alguns projetos vindo por aí, tanto na atuação quanto na música. Por enquanto, estou focada nos meus estudos, neste final de ano, e esperando que 2024 venha com muita coisa. Tenho certeza que virão projetos incríveis e eu já estou ansiosa pra compartilhar com vocês.

 

 

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