Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Titane, de Julia Ducournau, é uma experiência sensorial intensa

Filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes está disponível com exclusividade no MUBI

Por Paula Jacob
Atualizado em 10 fev 2022, 08h30 - Publicado em 10 fev 2022, 08h30

Nada mais chamativo para um filme do que vencer a Palma de Ouro em Cannes. Talvez o Oscar, claro, num contexto mais mainstream, mas com o poder de curadoria dos streamings, finalmente temos essas produções à mão. No caso de Titane, da francesa Julia Ducournau, o prêmio ainda marcou a representatividade feminina (ou falta de) no festival ao longo dos anos: ela foi a segunda mulher a receber tal reconhecimento. Expectativas altíssimas, então, te acompanham até o play no MUBI. 

Os frames que rodaram nas redes sociais indicam uma estética plástica, com cores fortes, um roteiro intrigante e a esquisitice comum de suas obras – assista Raw na Netflix. Na trama, Alexia (Agathe Rousselle) é uma mulher que, na infância, sofreu um acidente de carro com seu pai e teve uma placa de titânio inserida no crânio, próximo ao ouvido. Anos mais tarde, ela trabalha como dançarina em shows de automóveis, criando essa relação de trauma e tesão com algo que, certa vez, a fez sofrer. 

Continua após a publicidade
Titane está disponível no MUBI
Alexia (Agathe Rousselle) é uma assassina em série no thriller da francesa Julia Ducournau (Carole Bethuel/Divulgação)

E é por meio desse encontro que ela se envolve em uma série de assassinatos. Fugitiva, ela adota a identidade de Adrien Legrand, menino desaparecido há anos, e passa a viver com o bombeiro e pai do garoto, Vincent. Nessa experiência, ela ainda precisa lidar com uma gestação, digamos, inesperada, faz automutilação e tenta se abrir para o afeto de um pai que nunca teve, sendo o filho perdido de uma figura paterna que não teve a chance de amar o seu próprio. 

O thriller violento e bastante sensorial (prepare-se para ver, ouvir e sentir coisas das mais diversas) almeja abordar questões de gênero ancestrais – não dá para ignorar o nome “Titane”, de titânio, mas também de titãs – ao passo que revela o amor pelo abandono, a pulsão de morte e a redenção. Uma odisseia e tanto, não fosse alguma coisa muito específica que causa aquilo que não alcança tradução. 

Continua após a publicidade

A linguagem de Julia Ducournau beira a estética de David Cronenberg, mas, por vezes, se perde num apelo visual deslumbrante – parece um clipe lindo. “Ok, mas e aí?” talvez seja um questionamento recorrente nas quase duas horas de filme. Contudo, o racional não é o lugar para Titane. Este filme é uma vivência de corpo, de pele, de estômago. Há quem goste, há quem não. Um misto de caos e estranheza além. Vá preparada.

Titane
Filme aborda questões de abandono, afeto, gênero e mais (Carole Bethuel/Divulgação)
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de R$ 12,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.