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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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A verdadeira piada de “Não Olhe para Cima” está em quem ri do drama

"É um filme para reflexão, não para rir", afirma a colunista Ana Claudia Paixão

Por Ana Claudia Paixão
28 dez 2021, 17h08

Estranhamente, o filme mais relevante da última semana de 2021, “Não Olhe para Cima”, da Netflix, é uma metáfora ácida e crítica ao comportamento da sociedade nos últimos anos: desde positividade tóxica, passando pelo negacionismo perigoso, ansiedades e pânico até à (fácil) manipulação de narrativas em geral.

É um importante alerta endossado pelas maiores estrelas do cinema da atualidade. Por isso, a campanha para colocar “Não Olhe para Cima” como um concorrente do Oscar tem força, daí a importante estratégia de liberá-lo a poucas semanas das indicações.

O filme pode soar panfletário, mas o diretor Adam McKay encontrou a melhor maneira de nos fazer refletir. Embora pareça comédia, não se engane, “Não Olhe para Cima” é um drama. A piada está justamente em quem ri do absurdo, sem virar um meme como a personagem de Jennifer Lawrence, a única que jamais perde o foco.

“Don’t Look Up” tem um elenco impressionante, liderado por Jennifer Lawrence e Leonardo DiCaprio, mas é quase como se todos os vencedores ou indicados ao Oscar nos últimos anos tivessem criado uma patota para participar. Meryl Streep, Mark Rylance, Jonah Hill, Thimothée Chalamet e Cate Blanchett são apenas alguns dos nomes.

Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence em
Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence em “Não Olhe para Cima” (/ Foto: Niko Tavernise/Netflix)

A trama nos conta como os astrônomos Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) descobrem um cometa gigantesco e raro, que está em direta rota de colisão com a Terra. Temos pouco mais de seis meses para lidar com a total e inevitável extinção do nosso planeta, porém interesses políticos, comerciais e pessoais interferem com a divulgação da informação, contribuindo para o negacionismo e histeria.

É um crescendo de absurdos que deveriam nos incomodar, mas induzem ao riso. Pode ser de nervoso, mas é importante lembrar: quando você ri em “Não Olhe para Cima”, você faz parte da crítica do filme. Porque a primeira coisa que o filme faz com brilhantismo é fingir ser comédia. Não há nada absolutamente ou remotamente divertido no que estão contando: o mundo vai acabar, mas as pessoas não se importam ou não entendem, é difícil decidir.

Ao assistir ao filme, por favor, “olhe para cima” e repense suas atitudes. O cometa metafórico um dia pode ser fato e vários deles já estão nos atingindo diariamente. “Não Olhe para Cima” é um filme para reflexão, não para rir. Parabéns a Adam McKay, mas por estar tocando no nervo, não será unanimidade.

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