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Sarah Jessica Parker fala sobre a segunda temporada de And Just Like That

Sim, entrevistamos a atriz que vive a icônica Carrie sobre os novos episódios, os 25 anos de Sex and the City e mais

Por Paula Jacob
22 jun 2023, 10h16

Depois de looks com bolsa de pombo, revival de Carrie e Aidan e até a pequena participação de Kim Cattrall viralizarem nas redes sociais, And Just Like That… finalmente estreia a sua segunda temporada na HBO Max. Após os profundos e conflitantes acontecimentos da primeira leva de episódios, os novos orbitam em torno de temáticas bastante familiares para o público fã de Sex and the City

Cynthia Nixon, Sarah Jessica Parker e Kristin Davis em
Cynthia Nixon, Sarah Jessica Parker e Kristin Davis em “And Just Like That” (HBO Max/Divulgação)

Carrie está solteira novamente, Miranda está vivendo uma nova experiência sexual-afetiva transformadora, Charlotte se redescobre em meio a questões contemporâneas e, claro, cenas de sexo que quebram com a expectativa dos mais conservadores. Tivemos a honra e o privilégio de entrevistar Sarah Jessica Parker sobre essa atmosfera, os 25 anos da série original e as portas que uma produção feminina sobre mulheres independentes trouxe para o mercado do audiovisual (a nível global), vem ler:

A moda sempre foi um ponto forte da Carrie, nas séries e nos filmes. Como é e foi construir essa imagem ao lado do time de figurino?

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Sempre existiu uma conversa minha muito próxima com Pat [Patricia Field] e Molly Rogers, em Sex and the City, e, agora, com Molly e Danny [Santiago], a partir do roteiro que recebemos. Como gravamos dois ou três episódios por vez, provamos de 20 a 40 figurinos, todos baseados na história. Digo isso, porque o roteiro é realmente tudo, fazemos as leituras com Michael Patrick King [criador], mas ele confia em nós para pontuarmos as surpresas. Ficamos sempre esperançosos por ele receber bem as ideias, e sabemos que tem horas que funciona, horas que não. Discutimos isso em equipe e seguimos. Mas nunca decidimos arbitrariamente jogar qualquer vestido em cena, só porque gostamos da peça.

Como é voltar para uma personagem que foi um ícone para as mulheres nos anos 1990 e 2000?

Estávamos todos muito empolgados com a ideia de oferecer essa série, mas já familiarizados com isso [o comeback], porque tinha passado 10 anos desde os filmes Sex and the City. Tocamos nessas partes de novo com mais facilidade, porque basta um pequeno lembrete para você voltar. Foi a mesma coisa com Sarah Sanderson, em Abracadabra 2 [2022]. Tive que rever tudo, lembrar de como Carrie falava, andava, se comportava, pulava uma poça (risos). E acredito que, para todos nós [envolvidos nas séries], é muito gratificante estar nesse lugar. Tivemos uma primeira temporada inteira de And Just Like That… assistida pelo público e ficamos emocionados com o fato da série ainda oferecer histórias que conectam com as pessoas, e elas têm sentimentos intensos a respeito disso (bons ou ruins). Ter uma casa na HBO e, agora, HBO Max, que sempre nos permitiu fazer isso, mesmo com tantos desafios para produzir uma série deste tamanho, é um privilégio extraordinário para mim.

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Um dos assuntos mais comentados dessa segunda temporada é a presença de Aidan. Como foi tê-lo de volta na narrativa? Você, enquanto uma das produtoras executivas, teve algum poder de decisão? O que significa trazê-lo para esse novo momento da Carrie?

Meu papel como produtora executiva não incluiu nenhuma ideia de narrativa, isso ficou exclusivamente nas mãos de Michael Patrick King. Fiquei sabendo, como normalmente acontece, na pré-produção, antes dos roteiristas se juntarem: ele apresenta o arco da temporada, num geral, e o que pensou para a minha personagem. Já veio com essa ideia de voltar com o Aidan, o que esse retorno poderia significar. Pensei que era interessante para esse momento da Carrie, estava animada para estar no set com John Corbett, com quem adoro trabalhar – e sei que tem parte do público que sente um profundo afeto por ele. Na primeira temporada de AJLT, Carrie viveu a sua tristeza, dedicou tempo ao luto e, agora, ela retorna mais animada. Ela está olhando para Nova York como um lugar de esperança, para amizades, romance e carreira. E a forma como ela quer existir nesta cidade tão impactante, ao lado de Aidan, significa que ela é uma pessoa diferente. E não quero dizer o que evolui ou não, quais esperanças eles têm um em relação ao outro, mas foi muito interessante ver como ela estava pensando a respeito da própria vida e quais envolvimentos valem a pena. Não posso dizer muito mais além disso (risos).

Uma das coisas que está clara na divulgação desta temporada é o incentivo à novas experiências, você diria que essa temática é o centro da nova temporada?

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Sim. Acredito que todo mundo saiba o que significa esse tipo de evento monumental na vida de Carrie, a perda inesperada do marido, e a importância que isso tem. Muda radicalmente a história. Mas, agora, é a redescoberta dela própria, sendo solteira novamente, em uma cidade que ela ama e pensou que já tinha sacado tudo sobre. E penso que cada personagem também está nessa mesma guinada, de buscar algo familiar para se segurar, sem deixar a possibilidade de algo novo acontecer, ser surpreendidos pelo desconhecido. “Qual é a sua relação com Nova York? Qual é a sua relação consigo mesmo?” Essas perguntas orbitam todos em cena.

sarah jessica parker bota com glitter
Sarah Jessica Parker em gravação para a 2ª temporada de ‘And Just Like that…’ (Jose Perez/Bauer-Griffin/Getty Images)

Sim, e Carrie está solteira novamente. Isso dá à série uma sensação semelhante ao original, Sex and the City. Com a diferença de que ela, antes, tinha 30 anos e, agora, tem 50. Você sentiu alguma mudança? 

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Eu, particularmente, não sei como é ser uma mulher solteira em Nova York, porque não estou soltei faz tempo. Penso que é apenas a versão de uma única pessoa, que não pode refletir um macro: cada mulher sempre vai ter a sua experiência, que é singular. Dito isso, para Carrie, especificamente, alguém que carrega a curiosidade de ser uma mulher solteira nesta cidade, sempre foi sobre ponderar, considerar e refletir diante da política sexual e da intimidade feminina. O que é aceitável para algumas e o que é censurável para outras: acho que ela nunca vai se desinteressar por esses temas. Não penso que seja tanto sobre a idade, mas o que cada um procura e como isso revela muito sobre si. Ela se questiona, compartilha ideias com as amigas e colegas de trabalho, que podem ou não concordar com ela. 

Por já ter interpretado Carrie em outras fases e formatos, como a sua carreira evoluiu junto a personagem e por que você acha que ela ressoa tanto em mulheres de diferentes idades e origens?

Eu me interessei por esse projeto desde a primeira conversa que tive com Darren [Star, produtor]. Minhas únicas perguntas iniciais, antes de dizer sim, eram relacionadas ao tipo de contrato. Pense, na época, assinar um compromisso por três, seis, sete anos, parecia muito tempo, e eu estava nervosa com isso. Mas, ao ler o piloto, entendi imediatamente. Mostrei ao meu então namorado, agora marido, Matthew [Broderick], e ao meu irmão mais velho e ambos disseram “você precisa fazer isso”. Acho que com o tempo, essa experiência um tanto única interpretando uma personagem por tanto tempo, junto com as mesmas pessoas que também interpretaram seus personagens, você, enquanto ator ou atriz, evolui. É muito tempo de experiências abundantes e o que queremos fazer nesta profissão é criar um personagem, seja o público grande ou pequeno. No nosso caso, tivemos e temos a sorte de ter um público tão generoso conosco, por muitos anos. 

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Agora, por que ela ressoa, como você sugere, globalmente, fica difícil para mim analisar. Penso que isso seja trabalho para outra pessoa fazer, um exercício acadêmico. O que posso compartilhar é que, na época, a HBO era uma casa onde podíamos ter conversas de diferentes maneiras, algo que a televisão comercial não permitia. Podíamos ter o tipo de linguagem que você conhece, e nem digo dos palavrões (risos), mas dos diálogos mais íntimos sendo feitos num grupo de quatro mulheres. Coisa que ainda não tinha sido vista [na TV]. E existiram, existem e vão continuar existindo mulheres que conversam entre si sobre essas coisas. Então, se eu tivesse que fazer minha própria análise, diria que é as mulheres estavam vendo a si mesmas e suas amizades ou as maneiras pelas quais elas queriam fazer amizades ou o tipo de amizade que esperavam ter.

And Just Like That
Cena de And Just Like That (Jose Perez/Bauer-Griffin/GC Images/Getty Images)

Sex and the City completou 25 anos recentemente e penso que a série estabeleceu alguns limites de como fazer programas sobre mulheres para mulheres. Na sua perspectiva, enquanto atriz, como a abordagem mudou o jeito de contar histórias na TV ao longo de todos esses anos?

Acho importante pontuar que, antes de nós, haviam outras protagonistas femininas na televisão norte-americana – e elas eram importantes. Mary Tyler Moore e Marla Thomas, para citar de exemplo. A diferença foi a natureza dos relacionamentos que essas personagens [de Sex and the City] tinham. Era algo muito novo para a época, estávamos em uma plataforma diferente da TV aberta. E, ao encontrarmos esse público, encorajamos outros estúdios e coletivos de roteiristas a não apenas escrever “para mulheres”, mostramos que eles poderiam sentir confiança de que havia de fato um público contemporâneo muito interessado em histórias dirigidas por mulheres. Sem contar que um programa poderia existir sem uma espécie de ação, com armas ou intrigas. A intriga era a emocional. Acho que vimos e temos visto na televisão grandes mulheres, em todo o mundo. Pensando um pouco mais na resposta anterior, talvez o sucesso da série tenha ajudado a encorajar quem toma as decisões a confiar em histórias lideradas por mulheres.

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