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Exposição gratuita traz acervo do Museu de Imagens do Inconsciente

Artistas que frequentaram o ateliê terapêutico de Nise da Silveira ganham exposição aprofundando suas histórias e reforçando a relação entre arte e mente

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 Maio 2021, 10h00

Em 1926, a alagoana Nise da Silveira se formava em medicina – a única mulher da turma de 75 alunos. Dez anos depois, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, foi denunciada por uma enfermeira por causa de livros sobre marxismo em sua mesa e acabou dividindo cela com Olga Benário.

Longe da prisão, a psiquiatra voltou a trabalhar com sua especialidade para revolucionar os tratamentos. Ela recusava os rotineiros eletrochoques e surras. Em vez disso, preferia tintas e pincéis. O resultado positivo não só causou furor no meio como deixou seu nome marcado na história da saúde brasileira – e garantiu fama internacional.

Contudo, há outra contribuição importante a ser destacada: a criação, em 1952, do Museu de Imagens do Inconsciente (MII), localizado no Rio de Janeiro. O rico acervo reúne as obras de estudos dos pacientes em ateliês terapêuticos – são cerca de 400 mil itens.

Agora, a exposição Três Artistas de Engenho de Dentro, inteiramente online, resgata o trabalho de três brasileiros, com comentários da própria Nise, morta em 1999. São pessoas que estiveram no ateliê terapêutico e deixaram suas trajetórias pessoais contadas através da arte.

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O quadro de Adelina Gomes, de 1950
O quadro de Adelina Gomes, de 1950, com a técnica óleo sobre papel. Além de pintá-las, ela também gostava de fazer flores de papel (| Imagem: Reprodução/CLAUDIA)

Uma delas é Adelina Gomes, internada após a família relatar comportamentos agressivos. Aos 30 anos, ela foi levada ao ateliê, onde, através do trabalho com barro, conseguiu exprimir o que guardava em seu inconsciente. Sua pintura inspirou um dos estudos mais famosos de Nise. Adelina morreu aos 68 anos, após extensa produção.

Quadro de FernandoDiniz, de 1953
Quadro de Fernando Diniz, de 1953, de tinta óleo e guache sobre papel (| Imagem: Reprodução/CLAUDIA)

Junto ao trabalho de Adelina, serão expostos quadros de Fernando Diniz, baiano levado a um manicômio judiciário depois de ser encontrado nadando nu na praia de Copacabana. Suas obras coloridas – foram mais de 30 mil – chegaram até o cinema e renderam elogios de artistas e estudiosos renomados da área. Fernando morreu em 1999.

Obra de Octávio Ignácio, de 1975
Obra de Octávio Ignácio, de 1975, feita com lápis de cera e grafite. Ele tinha preferência por imagens de simbolismo animal e seres fantásticos (| Imagem: Reprodução/CLAUDIA)

Para completar o trio, o bombeiro e serralheiro mineiro Octávio Ignácio, que não ficava internado no ateliê, mas o frequentou até sua morte, em 1980. Nesse período, destacou-se nos desenhos com lápis de cera. Para ver a mostra gratuita, basta acessar este link.

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