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A influência da moda na vida de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade

Livro "O Guarda-Roupa Modernista" foi feito a partir de uma rica pesquisa da figurinista e professora Carolina Casarin

Por Paula Jacob
15 fev 2022, 09h30

Dos versos de Oswald de Andrade e das cores de Tarsila do Amaral nasceram as criações que marcaram o modernismo no Brasil. O casal, junto entre 1923 e 1929, foi um ícone na cena cultural brasileira. Exposições aqui, eventos ali, jantares acolá, e a constante era sempre um visual de tirar o fôlego. Intrigada com as vestimentas escolhidas pela dupla para circular por aí, a professora de história do vestuário e figurinista Carolina Casarin resolveu pesquisar mais a fundo a relação entre a moda e o Tarsiwald – sim, eles tinham um apelido carinhoso, cunhado pelo amigo próximo Mário de Andrade. O que nasceu de uma curiosidade sobre a origem do vestido Écossais virou tese de doutorado na UFRJ e, agora, o livro O Guarda-Roupa Modernista (Companhia das Letras, R$ 109,90), parte dos lançamentos da editora para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna.

Livro
Livro “O Guarda-roupa Modernista” documenta a intrínseca relação entre o casal Tarsiwald e a alta-costura (Divulgação/Divulgação)

“A peça era de Paul Poiret [cultuado estilista francês, fundamental para a definição de um alfaiate moderno]. Isso me fez querer entender melhor a conexão entre Tarsila e a alta-costura. É algo falado, mas pouco discutido ou documentado. À medida que os estudos foram caminhando, percebi o quanto era importante o investimento de ambos na aparência como forma de legitimar o modernismo brasileiro”, explica. Para montar a sua tese, Carolina teve acesso a acervos de museus, bibliotecas e centros de documentação, tal qual o dépôts de modèles (responsável pelos registros de patentes de alta-costura nos Arquivos de Paris), entre Brasil e França.

Livro Modernismo
O casal Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade tinham uma relação íntima com a moda e a alta-costura: aqui, ela usa uma criação do estilista Paul Poiret em seu ateliê em Paris (Divulgação/Divulgação)

Dividido em doze capítulos, o livro faz uma introdução na vida pessoal de cada um para, então, mergulhar com profundidade na construção estética que viria a marcar o Tarsiwald no período em que estiveram juntos. Tal análise rigorosa disseca os looks escolhidos para as diversas ocasiões, na vida pessoal e na social – e o quanto eles faziam parte de um conjunto específico de comportamentos. “Ambos eram de famílias bem afortunadas, gostavam de qualquer tipo de consumo de luxo. Eles construíram um círculo social dentro de algo moderno, mas com traços antiquados. Eram jantares extravagantes com canja no prato”, diz. Uma visão inédita diante de uma parte importante da história do Brasil, que não deixa de surtir no leitor discussões sobre as contradições e os ideais modernistas.

Carolina Casarin
A autora, figurinista e professora de história do vestuário, Carolina Casarin (Ana Alexandrino/Divulgação)
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