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Leituras de CLAUDIA: literatura estrangeira em destaque em fevereiro

Romances e ensaios sobre família, amor e cultura são os livros recomendados deste mês

Por Joana Oliveira
25 fev 2023, 07h22

Mãe e filha embarcam numa viagem ao Japão, uma jornada que é também uma visita às suas memórias, distanciamentos e aproximações. Um crítico cultural mistura sua própria vida com a narrativa sobre personagens mais célebres do século passado. Um professor tenta sobreviver e redescobrir-se depois da separação do único homem que amou. E o mais influente artista contemporâneo repassa os últimos 100 anos de seu pais de origem, enquanto investiga e expõe seu processo criativo. Essas são as tramas dos livros recomendados por CLAUDIA neste fevereiro. Boa leitura!

Frio o Bastante para Nevar – Jessica Au

Frio o Bastante para Nevar

Capa de 'Frio o bastante para nevar'.

Numa espécie de meditação literária em que os pensamentos da narradora contam mais do que os fatos descritos, Frio o Bastante para Nevar (Fósforo) conta sobre laços de família complexos. O romance, da autora Jessica Au, se passa durante a viagem pelo Japão de uma jovem australiana e sua mãe, nascida em Hong Kong. Enquanto as duas viajantes passeiam por museus, cafés, parques e livrarias, revisitam memórias de infância e repassam passagens da vida da mãe. Em meio a tudo isso, a filha reflete no quanto sua vivência é diferente da progenitora, a quem muita coisa foi negada pela condição de mulher imigrante. Numa reflexão sobre presente, passado e proximidade, o livro é quase um convite a revisitarmos e analisarmos, com carinho, empatia e cuidado, a relação com nossas próprias mães.

Pureza – Garth Greenwell

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Desejo, erotismo e uma profunda história de amor e ruptura se misturam em Pureza (Todavia), romance do norte-americano Garth Greenwell. Na trama, um professor estadunidense que vive na capital da Bulgária se separa de R., o único homem que já amou. Após o término, o protagonista se entrega a novas experiências e encontros, com estudantes, escritores ou dates esporádicos em aplicativos. Entre o desespero e a liberdade, ele vivencia a submissão sadomasoquista com um estranho, a dominação com outro… Tudo isso enquanto rememora sua relação com R., desde as primeiras semanas de paixão até a partida inexorável do amante. Quem já amou (e já sofreu por amor) vai se identificar com essa leitura sensual, forte e melancólica. 

Garotas Brancas – Hilton Als

Hilton Als é um crítico da revista The New Yorker que escreve sobre teatro, cinema, música, artes visuais e comportamento há mais de trinta anos. Ele já tratou de amor, pornografia, amizade e morte, mas em Garotas Brancas (Fósforo), seu primeiro livro de ensaios, fala principalmente de estética e negritude, passando pelo gênero e sexualidade. Filho de imigrantes de Barbados que sempre viveu em Nova York, o autor mistura sua própria vida aos perfis de personagens centrais da cultura pop do século XX, como Michael Jackson, Eminem ou Truman Capote. Garotas Brancas acaba sendo, então, um retrato caleidoscópico de Hilton Als, dos artistas sobre os quais narra e do próprio início convulso do século XXI. 

Mil Anos de Alegrias e Tristezas – Ai Weiwei

Mil Anos de Alegrias e Tristezas

Capa de 'Mil anos de alegrias e tristezas'.

Em suas memórias, publicadas no Brasil pela Companhia das Letras, Ai Weiwei, um dos mais célebres artistas contemporâneos, faz um relato arrebatador sobre história familiar, processo criativo, política e resistência. Além, é claro, de arte. Ele faz um retrato da China nos últimos 100 anos e, ao repassar a vida do seu pai, Ai Qing, poeta mais influente do país e ex-prisioneiro de Mao Tsé-Tung, explora as origens de suas próprias crenças políticas e como elas reverberam em seu trabalho artístico. O próprio Weiwei conta:

“A ideia deste livro me veio durante os 81 dias em que fui mantido em prisão secreta pelo governo chinês em 2011. Durante essas longas semanas, pensei muito em meu pai, um poeta que foi exilado durante a campanha antidireitista de Mao Tsé-Tung. Eu percebi como a minha compreensão sobre ele era incompleta e o quanto eu me arrependia da distância inalcançável que criamos entre nós. Eu não queria que o meu filho tivesse o mesmo arrependimento. Eu decidi que, se eu publicasse, eu escreveria o que eu sabia sobre o meu pai e que contaria ao meu filho sinceramente quem eu sou, como a vida é, por que a liberdade é tão preciosa e por que a autocracia tem medo da arte.”

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