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Leituras de CLAUDIA: do riso ao pranto nos romances de janeiro

Uma seleção de livros escritos por mulheres na vibe tragicômica que tanto gostamos

Por Joana Oliveira
Atualizado em 23 jan 2023, 12h27 - Publicado em 23 jan 2023, 08h01

Memória afetiva, amor familiar e dramas tragicômicos. Esses são os principais ingredientes dos romances, nacionais e estrangeiros, indicados por CLAUDIA para janeiro. Todos nascidos da criatividade e da escrita de autoras. Porque nada melhor do que começar o ano lendo mulheres, não é? Boa leitura!

Memória de Ninguém – Helena Machado

Por quanto tempo são capazes de perdurar os traumas de família? E as brincadeiras e gargalhadas compartilhadas? É sobre questões como essas que Helena Machado se debruça no romance Memória de Ninguém (Nós). A trama está centrada numa mulher que enfrenta a crise dos 40 anos, as muitas dúvidas sobre os rumos de sua vida e, no meio disso, vive o luto pela perda do pai. Ao revisitar a casa de infância, ela reflete sobre a relação com a mãe e as irmãs gêmeas, suas inseguranças e fortalezas. Tudo isso indo do mais banal ao existencial, do silêncio ao grito, do choro ao riso.

Memória de Ninguém

Leituras de CLAUDIA: do riso ao pranto nos romances de janeiro

Memória de Ninguém

As Primas – Aurora Venturini

A autora argentina Aurora Venturini também nos leva a um passeio entre o trágico e o cômico. Em As Primas (Fósforo), o romance de estreia da autora, que o publicou aos 85 anos, ela faz uma espécie de “autobiografia delirante” ao recriar os cenários de sua infância nos anos 1940, em La Plata. Yuna, a narradora, é uma mulher com deficiência que convive com outras mulheres mãe, irmã, primas cada uma com seus próprios danos (físicos e emocionais), todas abandonadas e vivendo na miséria numa sociedade patriarcal. Sem o idílio da família tradicional, os eventos trágicos de suas existências são marcados por sua vida sexual, de abortos à prostituição.

Quando conhece o professor José Camaleón, entusiasta do seu talento para a pintura, Yuna vislumbra a possibilidade de escapar de uma sina predestinada. Ela jamais perde de vista, no entanto, a realidade inexorável das mulheres como ela: “Não éramos comuns, para não dizer que não éramos normais.”

As Primas

Capa do livro 'As Primas'.

As Primas

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Aos Prantos no Mercado – Michelle Zauner

Capa de 'Aos Prantos no Mercado'.
Capa de ‘Aos Prantos no Mercado’. (Fósforo/Divulgação)

Quem nunca teve um colapso emocional em meio às compras? É o que acontece com a protagonista de Aos Prantos no Mercado (Fósforo), que chora o luto pela morte precoce da mãe enquanto percorre os corredores de um mercado coreano em Nova York. Originalmente publicados na The New Yorker com o mesmo título, os relatos de Michelle Zauner se transformaram no primeiro capítulo do livro, repleto de sensibilidade ao reconstruir a dimensão afetiva dos pequenos atos cotidianos, principalmente através da comida.

Além das lembranças tragicômicas da rebeldia adolescente, dos pedidos de colo e conselho e dos momentos gostosos compartilhados à mesa, Aos Prantos no Mercado constrói uma ponte até o paladar coreano, aguçando a curiosidade da leitora sobre sabores, cores e aromas estrangeiros. 

Aos Prantos no Mercado

Capa de 'Aos Prantos no Mercado'.

Aos Prantos no Mercado

A Cabeça do Pai – Denise Sant’Anna

Em seu romance de estreia, a historiadora Denise Sant’Anna se debruça sobre as fragilidades humanas, tanto físicas quanto emocionais. O ponto de partida do livro A Cabeça do Pai (Todavia) é um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido pelo progenitor da protagonista, que, a partir disso, vê-se mergulhada numa precaridade existencial. Não apenas sua, mas também de seus familiares, amigos e até dos profissionais de saúde que a rodeiam.

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Com uma narrativa desconcertante pela sua sensibilidade e, ao mesmo tempo, ironia, a autora nos convida a refletir sobre a metafísica do corpo. Não à toa, os capítulos da obra intitulam-se “Ossos”, “Dentes”, “Olhos” etc.  A Cabeça do Pai é também uma reflexão sobre memórias afetivas, construções familiares e nossa concepção da morte. Tudo isso com uma potência intrinsecamente humana: a capacidade de contar nossas próprias histórias e as dos nossos.

A cabeça do pai

Capa de 'A Cabeça do Pai'.

A cabeça do pai

 

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