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AVC pode ser diferente em mulheres: entenda os fatores de risco e sintomas

Acidente vascular cerebral é a terceira maior causa de morte entre o público feminino. Doença requer tratamento rápido e pode deixar sequelas

Por Abril Branded Content
Atualizado em 30 set 2022, 16h30 - Publicado em 23 set 2022, 12h05

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.1 E tanto a incidência quanto as consequências dos AVCs em mulheres têm sido um motivo de preocupação cada vez maior. Uma pesquisa publicada na American Heart Association, uma das mais renomadas publicações dos Estados Unidos sobre doenças cardiovasculares,2 apontou que há, por ano, 55 000 casos de AVC a mais em mulheres, quando comparado aos homens, e uma a cada cinco mulheres sofrerá um acidente vascular cerebral.3

Dra. Marcele Schettini
(Dra. Marcele Schettini, neurologista do Hospital Santa Paula, São Paulo, rede Dasa/Divulgação)

De acordo com a dra. Marcele Schettini, neurologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, as mulheres dividem os mesmos fatores de risco com os homens – como pressão alta, diabetes, obesidade, tabagismo e arritmia –, mas alterações hormonais, complicações da gestação, menopausa e até a menarca (primeira menstruação) muito precoce ou tardia também podem aumentar as chances de ter um AVC.

“A gravidez e o puerpério imediato, por si só, são trombogênicos. E a reposição hormonal tardia e via oral também representa um risco. Sem contar algumas combinações como uso de anticoncepcional, tabagismo e enxaqueca com aura, por exemplo, são extremamente perigosas”, afirma.

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Sintomas e tratamento

Até os sintomas podem pregar uma peça nas mulheres. Isso porque elas podem apresentar algumas características atípicas como tontura e dormência, como conta a dra. Marcele, em vez dos clássicos sintomas, que incluem fraqueza ou perda de sensibilidade de um lado do corpo, fala enrolada, confusão mental, afasia e visão dupla.4 “Apesar de a maioria apresentar as queixas-padrão quando tendo um AVC, existe sim a chance de esses sintomas se apresentarem de forma mais atípica.”

O problema dessa possível diferença é que a dificuldade de identificação do AVC pode adiar a tão importante procura por atendimento médico. O que é crítico, afinal, como explica o dr. Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que também pertence à Dasa, no Rio de Janeiro, quando o assunto é tratamento de AVC, cada minuto conta. 

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Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) -
Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) – (Dasa/Divulgação)

“Existem dois tratamentos eficazes para o AVC: a trombólise, uma medicação injetada na veia para dissolver o trombo, e a trombectomia, uma intervenção via cateter que remove coágulos. Mas temos uma janela de tempo de 4,5 horas para poder utilizar a trombólise e de até 16 horas para a trombectomia”, explica.

Assim, ao reconhecer qualquer um dos sinais de AVC é de extrema importância que o paciente seja encaminhado a uma emergência que tenha tratamento específico para a doença. “Quanto mais rápido o paciente chega a uma emergência com protocolos dedicados à doença, mais chances ele tem de sobreviver e não ter sequelas”, diz o neurologista.

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Vale ressaltar que o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) é um dos hospitais citados pelo aplicativo AVC Brasil, que relaciona os hospitais com tratamento dedicado ao acidente vascular cerebral e direciona o paciente para o mais próximo, de acordo com a localização do celular.

Sequelas, prevenção e acompanhamento médico

De acordo com a dra. Letícia Rebello, neurologista do Hospital Brasília, que faz parte da Dasa, as mulheres têm fatores de riscos especiais que devem ser considerados. “O uso do anticoncepcional oral, principalmente se associado ao fumo ou em mulheres com mais de 40 anos, pode aumentar o risco de AVC, assim como a terapia de reposição hormonal, a gravidez e o puerpério”, explica.

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Letícia Rebello, neurologista do Hospital Brasília -
Letícia Rebello, neurologista do Hospital Brasília – (Dasa/Divulgação)

Existem dois tipos de AVC, o isquêmico, que acontece em 80% dos casos e é caracterizado pelo entupimento dos vasos cerebrais. E o hemorrágico, no qual o rompimento dos vasos sanguíneos causa a denominada hemorragia intracerebral. Esse último em geral é o mais grave e tem altos índices de mortalidade.4

“Os sinais de alerta mais comuns, nesse caso, são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação e no andar; tontura e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. É importante identificar rapidamente os sinais, pois o socorro ágil evita o comprometimento mais grave, que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala, e diminui drasticamente o risco de morte”, alerta a neurologista do Hospital Brasília.

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A prevenção, para ambos, inclui manter hábitos saudáveis, como não fumar, não consumir álcool ou fazer uso de drogas ilícitas, manter uma alimentação saudável e o peso ideal, beber bastante água, praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.1

De acordo com a dra. Rica Buchler, cardiologista que atua no Delboni, marca de medicina diagnóstica da Dasa, em São Paulo, em geral, as mulheres são menos aderentes ao tratamento da hipertensão em relação aos homens da mesma faixa etária e, como as doenças cardiovasculares se conversam, é também importante fazer o acompanhamento com um cardiologista, incluindo exames de pressão arterial e eletrocardiograma, além de exames laboratoriais de colesterol, glicemia, triglicérides, função renal, função do fígado, sódio e potássio, entre outros.

Rica Buchler, cardiologista que atua no Delboni -
Rica Buchler, cardiologista que atua no Delboni – (Dasa/Divulgação)

“Uma vez constatada a pressão mais alta no consultório, é indicada a realização do exame MAPA, ou seja, monitoração ambulatorial da pressão arterial, bem como teste ergométrico e ecocardiograma. A partir daí, verificadas alterações importantes, pode-se proceder ao eletrocardiograma holter, à tomografia cardiovascular, à cintilografia do miocárdio e à ressonância magnética cardíaca”, explica a dra. Rica.

Referências:

  1. Ministério da Saúde. Acidente vascular cerebral – AVC. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/avc. Acesso em: 27 ago 2022.
  2. American Heart Association. AHA Journals. Why you should support the American Heart Association. Disponível em: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.94.11.3016. Acesso em: 27 ago 2022.
  3. American Heart Association. Women and risk of stroke infographic. Disponível em: https://www.goredforwomen.org/en/know-your-risk/risk-factors/risk-of-stroke-in-women-infographic. Acesso em: 27 ago 2022.
  4. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Acidente vascular cerebral (AVC). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/. Acesso em: 27 ago 2022.
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