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Lashana Lynch, a primeira mulher negra agente 007. Filme estreia agora

No 25º filme da franquia de ação, "007 – Sem Tempo para Morrer", Lashana Lynch se consagra como a primeira mulher negra a interpretar uma agente 007

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
21 set 2021, 10h00
Lashana Lynch
 (Foto/Divulgação)
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D

epois de 18 meses tendo seu lançamento adiado diversas vezes, 007 – Sem Tempo para Morrer chega aos cinemas no dia 30 de setembro. É o 25º filme da franquia e o último – dizem os produtores – com Daniel Craig no papel de James Bond, o agente secreto destemido.

Com a ansiedade dos fãs a milhão, esse já não seria um filme qualquer. Mas as adaptações ao roteiro e à história, que finalmente acrescentaram ao filme um pouco da diversidade condizente com a realidade em que vivemos, são o grande ponto de destaque. Quer dizer, tem muito tiroteio, carros voando, tecnologia revolucionária e cenas de luta. Mas tem também mulheres protagonistas – em contraponto à solitária figura sexual da Bond girl de antigamente – e uma consagrada roteirista para garantir a perspectiva feminina, Phoebe Waller-Bridge, mais conhecida por Fleabag.

Para essa tão aguardada grande virada, convocaram a britânica de ascendência jamaicana Lashana Lynch, 33 anos. Ela se tornou mundialmente conhecida após interpretar Maria Rambeau, a melhor amiga de Carol Danvers em Capitã Marvel, mas já era figurinha carimbada em séries da TV britânica.

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Ansiosa por esse novo capítulo em sua carreira, que promete projeção imensa e para novos públicos, Lashana precisou se esforçar para lidar com o isolamento, o fechamento da indústria cinematográfica e a incerteza quanto à data de estreia de 007. Em casa, com sua família, teve tempo para refletir e alcançou clareza invejável: “A hora certa vai chegar. Quanto mais eu tento empurrar algo, mais aflita eu fico”, falou ela em entrevista a CLAUDIA.

Lashana Lynch
(Foto/Divulgação)
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O que, na sua opinião, é mais inédito nesse filme da franquia 007?

Eu gosto muito do fato de todas as mulheres terem histórias verossímeis. Elas têm nome, passado, ocupam espaços. A presença de Phoebe foi imprescindível nesse sentido. Sou muito fã dela e da maneira como ela representa as mulheres. Ela é de uma delicadeza e de um humor tão específicos; soube construir a minha personagem de um jeito que vai causar identificação em muita gente.

A sequência de 007 é muito esperada e traz essa grande revolução de uma mulher como agente. Como reagiu ao convite?

Sei que sou sortuda em fazer parte dessa indústria e acredito que, de agora em diante, ela só poderá respeitar esses movimentos que surgem em todo o mundo, de pessoas jovens, pessoas negras e indígenas, pedindo para ver personagens inspiradores com quem eles se identifiquem. Ver uma mulher 007 é reconfortante e nos lembra de todas as mulheres que vieram antes de nós. Nada do que elas fizeram foi em vão. Essa opção não existia antes, falamos dela até se tornar real.

Mas sei que não podemos parar. Esse é o começo da mudança. A transformação só chega quando um assunto é superado e não precisamos mais nos preocupar com ele. Há muitas lutas a serem encaradas hoje e muitas lutas sempre vão existir. Só temos que manter o olho no objetivo, que é a igualdade de direitos para todos.

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Você sempre fala sobre questões de gênero e raciais durante a divulgação dos seus trabalhos ou em entrevistas. Essa missão, geralmente, é difícil, exige enfrentar resistência. Como lida com isso?

Quando eu entrei para essa indústria, já sabia o que me esperava. Eu carrego em mim o desejo por mudanças, então é impossível que não atue nesse sentido. Não é um fardo, entendo que ser uma pessoa pública exige que eu faça mais do que o meu trabalho, que me torne uma voz de inspiração para outras pessoas e um canal de luta pelo que é importante.

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Cena de 007
(Foto/Divulgação)

O filme tem cenas de ação e intenso trabalho físico. Como foi essa experiência?

Eu amo contar histórias com meu corpo, é uma das partes mais emocionantes da minha profissão. Para esse filme, tive a oportunidade de treinar com os melhores da indústria e foi incrível eu mesma poder fazer algumas cenas, ver que meu corpo era capaz daquilo. O processo de construção de personagem é um pouco diferente num filme como esse. Você primeiro entende como a personagem fica em pé, anda, se move, e só depois pensa na fala.

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Em algum momento da sua trajetória você imaginava como seria alcançar o sucesso com seu trabalho?

Eu cresci num ambiente em que a definição de sucesso é estar mentalmente, emocionalmente e espiritualmente equilibrada. Sendo assim, considerando o contexto em que me insiro, eu me considero uma mulher negra de sucesso. Quando você está estudando para ser atriz ou quando começa na indústria, ninguém fala para você sobre lidar com a exposição. Você aprende enquanto vive. Eu procuro manter como prioridade ter a mente sã, estar próxima de quem sou e da minha comunidade. O resto é secundário.

“Ver uma mulher 007 é reconfortante e nos lembra de todas as mulheres que vieram antes de nós. Nada do que elas fizeram foi em vão. mas não podemos parar. Sempre vão existir muitas lutas”

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Você fala bastante da influência da sua casa nos seus objetivos e valores. Como foi sua infância e juventude?

A minha família é jamaicana e é de lá a minha essência, meu jeito de pensar e de agir. A cultura jamaicana preza pela honestidade, franqueza e integridade. Isso é essencial na minha carreira. Com minha família jamaicana, aprendi a falar, a me defender, a ter orgulho de quem eu sou e da minha origem. Eu venho de uma casa com mulheres muito fortes e de opiniões fortes.

Elas seguem me ensinando o que é trabalhar duro e o que é sucesso. Elas me mostram a importância de respeitar quem veio antes e honrar quem vem depois. Também me dizem que não importa quão difícil seja seu trabalho, você precisa se colocar em primeiro lugar. Eu acho que seria revolucionário se a gente ensinasse isso para as crianças, se a gente contasse que elas podem fazer qualquer coisa desde que cuidem do corpo e da mente.

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Como foi, na sua experiência pessoal, o isolamento provocado pela pandemia?

Foi uma pausa importante, que me fez refletir sobre o que verdadeiramente importa, que é o meu bem-estar e o da minha família, e ser fiel aos meus valores. Eu sei que, assim que eu voltar aos sets, o ritmo vai ficar pesado de novo, então aproveitei para cuidar da saúde.

Cena de 007
(Foto/Divulgação)
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Tem um sonho de carreira?

Hoje sou atriz, mas amanhã posso ser poeta e, no domingo, outra coisa. Gosto dessas possibilidades. Ainda quero produzir, dirigir. Mas isso virá no seu tempo. Hoje, entendo que os diferentes papéis que consigo comprovam que minha formação valeu a pena. Tenho orgulho do que a indústria do entretenimento fez durante o isolamento, de como se mostrou essencial, garantiu escapes, como nos manteve vivos. É bom fazer parte disso.

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