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Flip 2022: os principais destaques da 20ª edição

A Festa Literária Internacional de Paraty retoma suas atividades presenciais homenageando Maria Firmina dos Reis

Por Paula Jacob
7 nov 2022, 09h15

Retomando (finalmente!) as suas atividades presenciais, a Festa Literária Internacional de Paraty — Flip celebra seus 20 anos com programação mais que especial. Entre os dias 23 e 27 de novembro, as praças da cidade histórica no Rio de Janeiro serão tomadas por amantes da literatura em torno da diversidade de vozes. O principal destaque fica para a homenageada desta edição: Maria Firmina dos Reis (1822-1917).

Autora do célebre título Úrsula (com ótimas edições publicadas pela Penguin Companhia e Antofágica), ela foi professora pública em Guimarães, no Maranhão, e chegou a ter uma escola mista para meninas e meninos, oito anos antes da Lei Áurea. Com o romance, inaugurou no Brasil a literatura abolicionista e, apesar dos diversos apagamentos da sua história, incluindo seu rosto, ela se faz totalmente necessária ao presente.

Maria Firmina dos Reis é homenageada na Flip 2022
Edição publicada pela Antofágica tem ilustrações incríveis de Heloisa Hadriane. (Antofágica/Divulgação)

“Ela foi uma mulher negra que trouxe para o romance soluções estéticas avançadas para a época. Faz enfrentamentos temáticos que reelaboram os personagens longe dos clichês esperados. Ela era abolicionista não só pelo tema, mas pela forma que trata dele”, comenta Milena Britto, uma das curadoras desta edição.

Dentro da programação, fique de olho nas mesas Pátrios Lares (23/11, às 20h) e Minha Liberdade (24/11, às 10h), que abordam especificamente o impacto da presença e do necessário resgate de Maria Firmina dos Reis nas letras brasileiras.

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Annie Ernaux

Annie Ernaux é presença confirmada na Flip 2022
Autora, vencedora do Nobel de Literatura 2022, tem sido publicada no Brasil pela editora Fósforo. (Catherine Hélie/Divulgação)

Vencedora do Prêmio Nobel de Literatura 2022, a francesa é presença confirmada na programação. Com uma escrita única que mescla memória, ensaio e sociologia, Annie revisita seu passado para falar de paternidade, violência doméstica, direito das mulheres e mais. “Podemos traçar um paralelo dela com a Maria Firmina pensando que são autoras que constroem o projeto estético no sentido radical: reafirmam e desafiam a crítica tradicional”, diz a curadora Fernanda Bastos. No Brasil, suas obras têm sido publicadas com maestria pela Fósforo: não deixe de ler O Acontecimento e nem A Vergonha, último traduzido por aqui.

Annie Ernaux é presença confirmada na Flip 2022
O livro “O Acontecimento” foi adaptado para os cinemas pela diretora francesa Audrey Diwan – está disponível na HBOMax. (Divulgação/Divulgação)

Novos rostos

Destaques da Flip 2022
Geovani Martins é um dos autores para ficar de olho nesta edição. (Companhia das Letras/Divulgação)

A Festa Literária é também uma ótima oportunidade para conhecer outros autores. Neste ano, a maioria dos participantes das mesas são mulheres (25 contra nove homens) e brasileiros. Geovani Martins, de 31 anos, é um dos nomes que merece essa atenção. Autor do livro de contos O Sol da Cabeça, ele lança seu primeiro e aguardado romance, Via Ápia (Companhia das Letras, R$ 39,90 na Amazon). A narrativa envolvente pelos diálogos aborda os impactos da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na vida dos moradores da Rocinha. Ele estará presente na mesa O Que Deixaram Para Adiante (25/11, às 15h30), ao lado de Ladee Hubbard, escritora norte-americana autora de, entre outros títulos, The Last Suspicious Holdout (2022, sem tradução).

Pensando no coletivo

Flip 2022: os destaques da edição
As curadoras Fernanda Bastos (à esq.) e Milena Britto. (Gustavo Schossler (Fernanda) e Ana Reis (Milena)/Divulgação)

Ao lado de Pedro Meira Monteiro, professor brasileiro na Universidade de Princeton, Fernanda Bastos (à esq.) e Milena Britto compõem a mesa de curadoria da Flip 2022. “A partir da ideia de ver o invisível, nos propusemos a trabalhar com esse jogo de descentralização do eixo Rio-São Paulo da discussão literária brasileira”, comenta Fernanda, que é jornalista, tradutora e editora. Entre as novidades propostas, está a visibilidade aos clubes de leitura. “Precisamos também valorizar a outra ponta, que é o leitor. E essas pessoas formam comunidades que são um respiro, uma forma de sobreviver coletivamente”, defende Milena, professora na Universidade Federal da Bahia.

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