Emily Blunt está sensacional em ‘A Garota no Trem’
O filme, que até pode alguns defeitos, coloca a atriz, definitivamente, na briga por um Oscar.
Rachel Watson, a protagonista de “A Garota no Trem”, adaptação cinematográfica do livro homônimo que estreia nesta quinta-feira (27) nos cinemas brasileiros, não é um dos personagens mais agradáveis do mundo. Pelo contrário, alcoólatra, masoquista, descuidada, é uma mulher extremamente infeliz que parece ter por meta ~atormentar~ a vida do ex-marido, Tom (Justin Theroux).
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As decisões tomadas por ela, aliás, de tão controversas, fazem o espectador, em vez de odiá-la, querer dar um abraço nela. Ponto para a incrível atuação de Emily Blunt, digna de prêmios.
Sério, nas mãos de outra atriz, o papel poderia soar forçado, sem propósito ou mesmo antipático. Porém, ela impõe um tom tão humano e falho que é impossível não se comover com a história daquela pessoa que passa os dias dentro de um trem (sim!) observando da janela do veículo (e idealizando) a vida de uma outra garota, a melancólica Megan (Haley Bennett também muito bem em cena).
O trio feminino é fechado pela participação de Anna, a perfeita mãe suburbana interpretada por Rebecca Ferguson (“Missão Impossível – Nação Secreta”). Mas, claro, como as aparências sempre enganam, ela não é nada do que aparenta ser.
E, talvez, seja essa a maior força do longa: todas as mulheres apresentadas nele são dúbias, cheias de camadas e zero estereotipadas.
Ah, claro, por ser um thriller, existe o mistério do desaparecimento de um dos personagens a ser resolvido e a direção de Tate Taylor (“Histórias Cruzadas”) é competente ao rechear a história com flashbacks, narrações e muitos closes que conseguem instigar quem está assistindo.
A decepção fica mesmo por conta do clímax, que de tão ruim pode provocar risos no espectador. Porém, não significa que a jornada não valha a pena. O filme entrega, sim, entretenimento de qualidade e coloca a atuação de Emily Blunt no mapa das grandes premiações.