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“Batem à Porta”: M. Night Shyamalan resgata status de mestre do suspense

O novo filme do diretor é uma claustrofóbica história sobre fé e humanidade

Por Raíssa Basílio
1 fev 2023, 16h14

O que você faria se quatro completos desconhecidos armados batessem à porta alegando que só sua família pode salvar o mundo do apocalipse? Essa é a premissa do suspense Batem à Porta, novo trabalho de M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido), baseado no livro de Paul G. Tremblay. O diretor, apesar de alguns descompassos em sua carreira, retomou seu status de um dos mestres do suspense com esse filme – que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2).

A cena inicial de Batem à Porta alerta o espectador sobre o que está por vir, mostrando a pequena Wen (Kristen Cui) caçando gafanhotos e colocando-os em um pequeno viveiro para estudá-los. Este inseto está relacionado a uma das 10 Pragas do Egito, presente no livro Êxodo do Antigo Testamento da Bíblia. Esse é o começo de uma bela metáfora direcionada à narrativa. 

Enquanto o gafanhoto tem uma garotinha como ameaça, ela é logo colocada na posição de vítima quando surge um homem enorme na floresta caminhando em sua direção. Ele, que se apresenta como Leonard (Dave Bautista), é extremamente simpático e parece levar jeito com crianças. Mas dada a situação, fica aquela sensação de que algo muito errado pode acontecer. Um típico julgamento do personagem por conta de como foi apresentado. Bautista é um homem forte de quase dois metros de altura, difícil ele não parecer ameaçador.

Batem à Porta: Vale a pena assistir?

Com essa primeira sequência, M. Night Shyamalan dá um gostinho do que vamos encarar pelos próximos 100 minutos. Apesar de toda a delicadeza de Leonard, Wen fica completamente assustada quando vê que existem mais três pessoas, armadas, junto a ele ,e corre em busca de seus pais, Eric (Jonathan Groff), Andrew (Ben Aldridge).

A produção segue então essa família isolada em uma cabana à espreita de quatro desconhecidos com armas rústicas. A princípio, eles suspeitam que sejam fanáticos religiosos, mas os invasores se mostram bem agressivos, deixando o casal e sua filha em um completo pânico.

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O grupo tenta deixar claro que, por mais que estejam com uma postura firme, estão ali por uma causa maior, que é salvar a humanidade. Longe de ser um spoiler, é claro que eles vão entrar na casa. Afinal, o que eles querem? Bom, os quatro cavaleiros do apocalipse alegam que a família precisa sacrificar um membro para evitar o fim do mundo. É neste contexto que uma narrativa claustrofóbica se desenvolve. 

filme Batem à Porta - cavaleiros do apocalipse
Até onde você está disposta a ir para salvar a humidade? Pergunta é foco em “Batem à Porta”. (Divulgação/Divulgação)

O filme lida com tensão, tragédia, desespero, medo e empatia. Quem poderia acreditar que quatro pessoas bateriam à porta no meio do nada para impedir o apocalipse? É um roteiro que te deixa reflexivo, mas não dá para perder tempo pensando porque você precisa saber o que vai acontecer. 

Batem à Porta levanta perguntas impossíveis e, ainda que seja com o tom sério, soam como uma ironia ao espectador. Afinal, até onde é justo ir pelo egoísmo ou pelo bem da humanidade? Tanto que o casal principal, formado por dois homens, se pergunta se deve se sacrificar por um mundo que os odeia. São pinceladas do roteiro que nos fazem questionar muitas coisas.

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É ótimo ver M. Night Shyamalan dirigindo algo que mostra sua identidade ao mesmo tempo que inova, e que revisita outras produções de sua filmografia.  A história conversa com A Visita (2015), Fim dos Tempos (2008) e Sinais (2002), por exemplo. M. Night Shyamalan constrói um suspense daqueles que te deixa agoniado na poltrona, torcendo por alternativas para salvar aqueles três personagens. 

Batem à Porta é um filme de apocalipse, e, de certa forma, um acerto de contas com os fãs que saíram decepcionados de Fim dos Tempos. O trabalho de direção é elogiável: o único demérito são os flashbacks que Shyamalan traz para conhecermos melhor os personagens, isso gera uma quebra no suspense, que estava tão bem orquestrado. É um típico filme de ame ou odeie, algo bem comum na carreira do diretor. No entanto, há mais motivos para agradar. Você vai sair do cinema com um grande questionamento: o que faria se quatro estranhos te exigissem um sacrifício pelo bem da humanidade?

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