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Conversa de Vó

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Natália Dornellas é jornalista, podcaster e ativista da longevidade. Procura por avós e avôs para prosear e histórias de #avosidade para contar. É criadora do podcast Conversa de Vó e cofundadora da plataforma 40+ AsPerennials

Mestre Conga é o rei do samba de Belo Horizonte

Conheça um membro ilustre da Velha Guarda de Belo Horizonte: um congadeiro que virou sambista

Por Natália Dornellas
31 mar 2021, 17h02
mestre Conga
 (Danilo Santos -Cult Viva/Divulgação)
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Um congadeiro que virou sambista, e dos bons. Hoje conto um pouquinho da história do grande mestre do Carnaval de Belo Horizonte – sim, ele existe e está cada vez mais florescente.

Falar da história do samba na capital mineira é falar de José Luiz Lourenço, o mestre Conga, eleito “Cidadão do Samba”, no Carnaval de 1948, e membro ilustre da Velha Guarda da cidade. Ele é personagem desta quarta da live Conversa de Vó, marcada para as 19h, no meu Instagram (@nataliadornellas). Passa lá!

Nascido às vésperas do carnaval de 1927, em Ponte Nova, Minas Gerais, mestre Conga foi assim apelidado na escola por conta de seu envolvimento com as tradições afro-brasileiras (leia-se calango, batucada, samba rural e congada). Tendo passado por outras agremiações, foi em 1950 que, junto com outros baluartes, criou sua própria escola, o Grêmio Recreativo Inconfidência Mineira. A ele é creditada a entrada dos sambas de enredo nas escolas, que até então contavam só com improviso.

Mesmo com esse passado ilustre, foi só aos 79 anos que nosso mestre pode gravar seu primeiro álbum “Decantando em Sambas”. E de lá pra cá, tem recebido várias homenagens. A primeira foi o documentário “Mestre Conga – O Inconfidente do Samba”, em 2013, dirigido por Francisco Matias. Na época, ele disse à Globo Minas, que custou a saber que seu trabalho era cultura também.

“Fui saber que samba é cultura quando vi um panfleto que dizia que existem duas culturas: a clássica e a popular. Aí eu falei: ah, quer dizer que o popular sou eu!”, relembra.

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Fazer samba nos primórdios não era moleza. “Naquela época, a gente era chamado de moleque, de palhaço, de negrada. Os vizinhos gritavam: ‘sai do meio dessa negrada’”. Mas quando percebeu a valorização das novas gerações, ele entendeu o seu papel e recobrou a autoestima

“O samba foi meu degrau social na vida. Passei a me sentir como gente, a ter segurança. Havia um complexo de inferioridade. Hoje sei que nascemos iguais e tomamos destinos diferentes”, diz.

Em 2019, mais uma homenagem. Ganhou um EP comemorativo aos 70 anos de trabalho e fez quatro shows importantes. A série levou o título de “Samba de Mestre”

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“Fico pensando que está perto de eu morrer, porque quando a gente começa a receber homenagens aqui e ali, está na hora de subir. Espero que ele me dê a oportunidade de ficar aqui mais um pouco”, disse à epóca.

Pais e avô zeloso, Mestre Conga não desfila desde 2010, mas está sempre atualizado com o movimentos do Carnaval, graças aos 10 netos, que o mantêm informado, a família é definitivamente sua maior alegria: “Acima do samba, o que mais me deu alegria foi o meu casamento. Tenho minha patroa e meus três filhos, que são só alegria”. É sobre isso tudo que vamos conversar hoje.

Mestre Conga
(foto/Acervo pessoal)
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*Para ver mais histórias com esta e acompanhar minha “curadoria de avós e avós”, acesse  nataliadornellas.com.br ou @nataliadornellas, no Instagram. Ah, e se conhecer personagens que mereçam ter suas contadas, me deixe saber, por favor.

 

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