Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Cynthia de Almeida Por Mulher S.A. Coluna da jornalista e estudiosa do comportamento feminino Cynthia de Almeida
Continua após publicidade

O sucesso para ser freelancer depende do discurso correto

Da próxima vez que alguém perguntar se você faz frila, diga: “Tenho a minha empresa e faço trabalhos independentes que talvez possam interessar a você”

Por Cynthia de Almeida Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 ago 2017, 12h40
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “Você faz frila?” A voz do outro lado é simpática, objetiva, um pouco ansiosa. Depois de ouvir a resposta afirmativa, o potencial contratante vai dizer o que quer de você. E para quando. E por quanto. Então começam as particularidades (e problemas) de uma relação de trabalho cada vez mais buscada por diversas categorias de profissionais e empresas. Era para ser bom para ambas as partes, mas não é bem assim.

    Publicidade

    O termo freelancer tem uma origem ancestral que ajuda a compreender a analogia de uma relação moderna e conflituosa. A palavra, em inglês, provém da Idade Média e designava soldados mercenários contratados para, literalmente, atirar lanças. Hoje, quem faz freelance, seja por decisão própria, seja como alternativa de sobrevivência, precisa de muita mira, agilidade e coragem para se dar bem na batalha do mercado.

    Publicidade

    Fazer frila tem um significado diferente dependendo de que lado do balcão você está. Para quem vende a força de trabalho, é um; para quem compra, é outro. Do lado da oferta, está alguém com competências diversas, diferentes níveis de experiência e necessidades financeiras.

    Como essa relação de trabalho pressupõe certa irregularidade de demanda, a tendência é aceitar mais tarefas do que o ideal em uma agenda de sonho. Até aí, tudo bem: melhor se sobrecarregar um pouco para desfrutar depois do almejado tempo livre, com as contas pagas e sem a pressão dos horários de expediente e patrão. Free, leve e solta, dona da sua rotina e gerente de seus prazos. Só que não é bem assim.

    Publicidade

    Leia mais: Faça você mesma o seu plano de carreira

    Continua após a publicidade

    O outro lado, aquela voz meio ansiosa do início deste texto, tem prioridades, orçamentos e referências que podem ser diferentes das suas. Em um mercado de trabalho cada vez mais concorrido e com a urgência dos tempos digitais, designar uma tarefa a um profissional frila virou sinônimo de conseguir um resultado mais rápido e barato. Os profissionais autônomos não são mais escolhidos apenas pela qualidade e garantia de entrega, e sim pelo preço camarada e disposição de fazer “pra ontem” o que ninguém mais quis fazer.

    Publicidade

    Como todo mundo que pratica o voo solo no mercado sabe, as oscilações da economia e do desemprego acabaram levando muita gente a realizar trabalhos por preços menores do que deveria. Esses preços, por sua vez, acabam definindo o padrão do mercado e jogando para baixo o próprio valor da expertise. Há uma banalização prejudicial para quem faz e para quem contrata. O círculo vicioso transformou o significado de “fazer frila” para “fazer qualquer coisa rápido e barato”. Nos casos mais radicais, em “rápido e gratuito”, já que, depois de executada a tarefa, os profissionais ainda têm, muitas vezes, dificuldades para receber por ela.

    Nos Estados Unidos, um estudo apurou que 71% dos profissionais freelancers já enfrentaram problemas com o pagamento de trabalhos realizados e já se discutem leis que resgatem a idoneidade dessa relação e também a relevância e o valor do que eles preferem chamar de “empregado independente”. É uma cultura difícil de ser quebrada, mas talvez um primeiro passo para melhorar a vida dos “independentes” esteja no tipo de resposta que se pode dar à perguntinha do começo do texto. Da próxima vez que alguém perguntar se você faz frila, pode dizer: “Tenho a minha empresa e faço trabalhos independentes que talvez possam interessar a você.”

    Publicidade

    Leia mais: 6 dicas para deixar uma boa marca na carreira

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de R$ 12,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.