São Paulo para maiores

Sou casada, mas não estou morta. Um amigo meu, vividíssimo, super cool, o jornalista e curador Sergio Zobaran, mais um carioca que paulistou, foi meu Personal Tourist Advisor na Paulicéia, neste feriadão. Sabendo da minha plataforma ATITUDE50, que conversa com a mulher madura, ele me deu dicas para as solteiras ou animadas 50+ cariocas se divertirem em Sampa.

O negócio é ser vista. Aproveite que está na cidade e dê umas férias para o combo cara lavada e Havaianas. Se monte! Batom, maquiagem (incluindo sombra, blush e iluminador – argh!), salto alto, cabelo bem penteado, perfume. Kit Barbie. Decote pode. Abuse daqueles elevadores de peito e mostre seus atributos.

Carioca abusa dos “érres” e “ésses”, gesticula, mexe no cabelo e tem mil gírias. Uma vez em Sampa, é bom maneirar. Ou não.

Eles bebem. A gente também. Mas prefira gin tônica ou Moscow Mule – ou no mínimo um vinho tinto mesmo no calor (eles detestam ar condicionado e não suam nem lá e nem em Trancoso, um bairro distante, na Bahia). Paulista ama um drinque chique. Evite a cervejota 1 litro e meio.

Almoçar no Piccolo, em Pinheiros, ou no Prêt-à-manger, nos Jardins – este um dos melhores bufês da cidade – aos sábados, é para esbarrar em paulistas notáveis. Ambos têm bom preço e comida de prima.

Os bairros de Pinheiros, hoje o mais cool, Higienópolis, o mais tradicional, e a Vila Madalena, o mais descolado, é estar por dentro das coisas. Ir a Moema é como visitar a família na Tijuca. Conhecer galerias de arte tem a cara de São Paulo. Zíper e Triangulo podem impressionar o bofe.

HH (happy hour) no Santo Grão do Itaim é tipo uma vitrine em que você fica à disposição. Almoçar sexta-feira no Gero. Não fique no bar. Peça uma mesa e coma sozinha. Vão chover torpedos. Boate é coisa de velho, mas tem uma dica chamada Passatempo, rebatizada Passa. Agrada.

Tinder? Trate logo de criar seu perfil e seja objetiva. Tenho uma amiga carioca que, quando vai pra SP, altera a localização e diz que chovem matches!

Cariocas detestam perambular em shopping, mas é de lei por lá ir no JK, no Cidade Jardim e no Iguatemi, o mais antigo do Brasil e o queridinho da cidade – não ouse falar mal porque sai briga. Outra boa sugestão é pegar um carrinho e fazer compras gastronômicas no Eataly. Quem sabe não tem um coroa gourmet?

Preferes um novinho? Pedale no Ibira (gíria jovem nativa para o Parque do Ibirapuera, em cujos prédios de Niemeyer acontecem a SP Arte e o SPFW_ tem que saber o que são). Alugue por 7 reais uma bike laranja novinha e dê uma pinta. Tem uma imensa marquise, também de Niemeyer, com várias atividades em meio a skates, grafites de osgêmeos e do craque Kobra.

Lá também tem os bares podrinhos, equivalente aos dos subúrbios cariocas. Mooca, Brás, Belenzinho… pés-sujos, ótimos com comida de boteco e um chopp(s) geladinho. Você vai se sentir em casa.

Sex shop? Nunca vi uma cidade com tanta oferta de pênis, algemas e géis… Ou a cidade é travada ou todo mundo é tarado – mais para isso mesmo, me garantem.

Então, diante deste mini-roteiro, não tem desculpa. Compre uma ponte-aérea com antecedência, fique no Íbis Budget da 9 de Julho, ande de metrô (só não gostei da não existência do vagão feminino), e se atraque numa pizza fininha tradicional do Camelo ou do Veridiana. Só não no domingo à noite, pois toda e qualquer família paulistana estará lá! Nada que não caiba no seu bolso. Mas se for pagar de patroa, tem mil e um restaurantes, hotéis, lojas, boutiques, bares que são a cara da riqueza, afinal, São Paulo é a nossa Big Apple e você pode viver um dia de Carrie Bradshaw num seriado Sex and the City tupiniquim. Se joga!