Tendências: a natureza por perto
Philip Fimmano, diretor do Studio Edelkoort em Nova York, vem ao Brasil no dia 21 de outubro para uma palestra na Faculdade Santa Marcelina. Antes de fazer as malas, conversou com CASA CLAUDIA
Em entrevista à CASA CLAUDIA, o diretor do Studio Edelkoort em Nova York, Philip Fimmano, conta que o desenvolvimento da tecnologia intensificou nas pessoas também um desejo por elementos simples, puros, delicados e artesanais. O especialista em estilo de vida vem ao Brasil no dia 21 desse mês para falar sobre tendências, cores e padronagens. Idealizado por Lili Tedde, braço brasileiro da Trend Union, a empresa da cultuada trend hunter holandesa Li Edelkoort, o evento será realizado na Faculdade Santa Marcelina. Inscrições no site www.lilitedde.com.br
Quais são as tendências da primavera-verão 2017?
A Trend Union prevê que a mitologia será importante fonte de inspiração. Os recursos da natureza também desempenharão um papel dominante nas cores, nos materiais e nos padrões. Para reverter duas décadas de tons quentes, as paletas mais frias e esverdeadas ganham força. Os últimos desfiles de Paris comprovam: desenhos fluidos, ares românticos, tons muito claros, babados, franjas e laços virão com tudo! E isso se estende para a casa.
Que cores, texturas, padrões, desejos, comportamentos, modos de vida irão brilhar no décor?
Os materiais para móveis e objetos são ‘cozidos’, ‘defumados’ e esculpidos como se, a exemplo de um prato fino, precisassem de uma preparação prévia. São reinventados a partir de ingredientes naturais e sintéticos. Reciclados, ganham vida nova. Há também um retorno às pedras naturais. O mármore provoca uma volta às formas clássicas, às texturas arcaicas. O visual industrial continua em alta por meio dos efeitos oxidados em todos os tipos de superfícies, inclusive têxteis, com tons metálicos que vão do chumbo, estanho, cobre até o dourado, e dos móveis de folhas metálicas dobradas e perfuradas, com padronagem de grandes círculos formados por pequenos pontos. O pontilhado será o motivo mais quente desse verão.
Itens naturais conquistarão mais espaço?
Quanto mais virtuais nos tornamos, mais os produtos naturais e artesanais nos conectam a experiências autênticas e táteis. Os consumidores estão em busca de produtos com alma, com energia genuína. Madeira tornou-se, talvez, o material mais importante hoje para todos os propósitos: da arquitetura à mesa, dos passeios de barco ao corte do pão. Sentimos que a madeira vai reinventar-se com uma nova onda de primitivismo e de ideias simples. De repente, torna-se tribal e fetichista. Valem todos os tons, do claro ao escuro, que podem ser transformados por diferentes tratamentos. Este novo movimento ainda vai dar mais impulso ao negócio da madeira.
Esse culto à natureza implica numa mudança de comportamento?
Fatigadas pelo excesso de marketing e de publicidade, e na sequência da recessão econômica, muitas pessoas têm condenado o consumo desmedido. Preferem fazer compras com critério. Muitas vezes redescobrem peças que já possuem, repensam o próprio estilo e até mesmo pegam artigos emprestados. No décor, há uma mudança significativa. Em vez de reformas e investimento em grandes móveis, há uma preferência por itens menores para atualizar a casa. Isso significa que o mercado precisa ser mais ágil. Os novos consumidores querem produtos bem-concebidos, que têm longevidade e agreguem valor emocional.
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