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Artesanal e resistente, o ladrilho hidráulico deixa a decoração mais sofisticada

Criado no século 19, o revestimento se mantém em alta e acrescenta charme e personalidade com suas estampas únicas aos ambientes

Por Marina Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 abr 2021, 11h00

Criado no século 19, o ladrilho hidráulico se mantém em alta não só pela resistência, mas pelo caráter artesanal do produto feito à mão. Ele acrescenta aos ambientes charme e personalidade com suas estampas únicas.

DESIGN ÚTIL

O projeto da arquiteta Tatiane Waileman traz nichos no mural de ladrilhos hidráulicos
O projeto da arquiteta Tatiane Waileman traz nichos no mural de ladrilhos hidráulicos (| Foto: Estúdio Pulpo/divulgação/CLAUDIA)

Fã dos ladrilhos hidráulicos, a arquiteta Tatiane Waileman (@tatianewaileman.arq) os considera uma marca de seu trabalho. “Hoje, meus clientes já chegam pedindo-os nos projetos”, revela.

Nesse apartamento de 72m², em São Paulo, o revestimento foi pensado para ser destaque. O desafio foi garantir acabamento nos nichos acrescentados ao mural com a mesma estampa. Viraram espaços para guardar acessórios de cozinha, livros de receitas e até pra serem usados como jardim vertical. A arquiteta acredita que a onda mais recente na tendência de ladrilhos hidráulicos é um reflexo comportamental.

“Por um tempo, o gosto do mercado voltou-se para os produtos industrializados, valorizando a perfeição e a padronização que as máquinas permitem. Agora, vemos um movimento contrário, destacando o trabalho manufaturado e personalizado.”

UM A UM

A arquiteta Júlia Garbero aplicou as peças da Ladrilhos Barbacena na varanda de seu apartamento, em Juiz de Fora
A arquiteta Júlia Garbero aplicou as peças da Ladrilhos Barbacena na varanda de seu apartamento, em Juiz de Fora (| Foto: Brique Arquitetura/divulgação/CLAUDIA)

Prestes a se aposentar, o engenheiro Daison Cunha decidiu se dedicar mais intensamente a uma paixão antiga. Foi assim que, em 2003, adaptou o sítio da família, em Barbacena, Minas Gerais, para transformá-lo numa fábrica de ladrilhos.

O hobby logo virou negócio e as peças da @ladrilhosbarbacena chamaram a atenção de decoradores, arquitetos e entusiastas do trabalho feito à mão por todo o país. É o caso da arquiteta Júlia Garbero (@briquearquitetura), que aplicou os ladrilhos na varanda de seu apartamento (acima), em Juiz de Fora.

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Com uma produção totalmente artesanal, a base do ladrilho hidráulico é feita de cimento e pó de pedra – a parte desenhada é de areia, cimento e pigmentos. Em moldes, as peças ganham forma e são prensadas manualmente. Em média, são feitos 500 ladrilhos por dia na fábrica, porém, dos mais trabalhosos, que possuem até seis cores, são feitos apenas 20 ou 30 unidades por ladrilheiro. Devem ficar em repouso de um dia para o outro e depois, para firmar o material, são colocadas em tanques de água mineral por mais 24 horas – daí vem o nome.

“A água que usamos vem direto de uma nascente do sítio. Utilizamos filtro para decantar as tintas e fazemos o descarte do mínimo de material possível, além de reutilizarmos o que der. A intenção é não agredir o meio ambiente no processo”, explica Bebel Cunha, filha de Daison e administradora da empresa. A variedade das coleções da fábrica mineira é imensa.

O mosaico do ladrilho na casa de Júlia é inspirado nos desenhos islâmico e marroquino, chamados de Zellige. Segundo Bebel, o padrão tem o mesmo processo de produção dos mosaicos feitos no Brasil, que foi adaptado para o ladrilho hidráulico.

MISTURA DE ESTILOS

A cozinha colorida foi projetada por Juliana Bianchi e Amanda Lima,
A cozinha colorida foi projetada por Juliana Bianchi e Amanda Lima, do escritório Bianchi & Lima Arquitetura (| Foto: Julia Ribeiro/divulgação/CLAUDIA)

Num primeiro momento, o pedido da moradora às sócias Juliana Bianchi e Amanda Lima, do escritório paulistano @bianchielima, foi por uma cozinha com tons neutros, norteados pelo bege. Entretanto, as profissionais enxergaram ali uma oportunidade de ousar com ladrilhos no piso e a moradora topou na hora.

Primeiro, escolheram as cores azul e amarelo, depois optaram por uma estampa clássica, que revestiu a cozinha com uma atmosfera alegre e transformou o espaço. Um ponto a ser destacado é o encontro do material da cozinha com o porcelanato cinza da sala, provocando um divertido contraste entre os estilos vintage e industrial. Para demarcar o limite dos ambientes, as profissionais utilizaram um discreto perfil metálico.

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ENCONTROS

O moderno apartamento de 150m², em São Paulo, foi projetado pela designer de interiores Pricylla Souza
O moderno apartamento de 150m², em São Paulo, foi projetado pela designer de interiores Pricylla Souza (| Foto: Julia Herman/divulgação/CLAUDIA)

O desejo dos moradores de integrar os ambientes desse apartamento de 150m², em São Paulo, levou a designer de interiores Pricylla Souza (@souzakasa) a reduzir ao máximo o número de paredes. Para demarcar cada canto, ela recorreu aos ladrilhos hidráulicos, enfatizando, por exemplo, o encontro da sala de jantar com o living. O modelo escolhido foi o Hexagonal Colmeia, que, aplicado de forma orgânica, contrasta com a madeira e traz modernidade.

“O toque dos ladrilhos é muito mais aconchegante em relação a outros materiais. Mas, para mim, a principal diferença está na imperfeição de cada peça, justamente pelo fato de serem fabricadas artesanalmente”, afirma Hamilton Junior, fundador da @ladrilar, fabricante do modelo escolhido nesse projeto e atuante no mercado desde 1922.

VERDE DENTRO E FORA

O banheiro dessa moradia no município de São Sebastião, litoral de São Paulo, ganhou mais cor com o projeto dos arquitetos do estúdio Carlito e Renata Pascucci
O banheiro dessa moradia no município de São Sebastião, litoral de São Paulo, ganhou mais cor com o projeto dos arquitetos do estúdio Carlito e Renata Pascucci (| Foto: Monica Antunes/divulgação/CLAUDIA)

Uma casa de praia rodeada por vegetação nativa combina com uma décor aconchegante, mas também pode ser bastante criativa. O piso de ladrilho hidráulico com formas geométricas em tom de verde e off white conferiu personalidade ao banheiro dessa moradia no município de São Sebastião, litoral de São Paulo.

“A escolha do ladrilho nas áreas molhadas é uma das características do nosso trabalho, principalmente pela infinidade de desenhos e tons. Ele rouba a cena pela sua ousadia, alegrando e dando autenticidade”, afirma a arquiteta Renata Pascucci, do @studiocarlitoerenatapascucci, estúdio que assina esse projeto.

Para destacar as peças, os profissionais optaram por manter as outras bases neutras, usando nas paredes cimento queimado branco, e combinando com móveis de madeira.

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DUPLA EM ALTA

O amarelo e cinza, cores de 2021 daPantone, aparecem no ladrilho hidráulicoaparece no projeto das sócias MarcelaMuniz, Renata Adoni e Mariana Bilman, doescritório MAB3 Arquitetura
O amarelo e cinza, cores de 2021 da Pantone, aparecem no ladrilho hidráulico aparece no projeto das sócias Marcela Muniz, Renata Adoni e Mariana Bilman, do
escritório MAB3 Arquitetura (| Foto: Mariana Orsi/divulgação/CLAUDIA)

A combinação infalível entre amarelo e cinza, apontadas como as cores de 2021 pela Pantone, aparece no ladrilho hidráulico escolhido para a sala de jantar integrada à cozinha desse apartamento na capital paulista.

Já que os moradores são fãs de cores alegres e chamativas, as sócias Marcela Muniz, Renata Adoni e Mariana Bilman, do escritório @mab3arquitetura, aproveitaram para inserir esse ponto de destaque. O modelo hexagonal ajudou ainda a trazer frescor e movimento para a decoração.

O arremate final fica pelo mobiliário composto por peças brasileiras, vintages e contemporâneas, tudo numa paleta de cores neutras, que realçam o tom mostarda.

INSPIRAÇÃO NATURAL

Para essa varanda, a escolha foi o ladrilho Vitória, da coleção da Decortiles que homenageia as artes regionais e o bioma brasileiro
Para essa varanda, a escolha foi o ladrilho Vitória, da coleção da Decortiles que homenageia as artes regionais e o bioma brasileiro (| Foto: Decortiles/Divulgação/CLAUDIA)

O modelo Vitória, escolhido para protagonizar essa varanda, é inspirado na beleza da vitória-régia e faz parte da linha da @decortiles que homenageia as artes regionais e o bioma brasileiro.

O processo de produção das peças tem baixo consumo de energia e praticamente 100% de reaproveitamento da água. Por serem resistentes à abrasão e ao desgaste, os ladrilhos podem durar centenas de anos, sendo indicados para uso não só nas paredes, mas no piso e em ambientes externos, criando painéis decorativos exclusivos.

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É importante ressaltar, porém, que, por ter uma estrutura porosa, o ladrilho hidráulico requer impermeabilização e manutenção constante com cera incolor líquida, mantendo, assim, o aspecto de novo.

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