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“Sermos os únicos negros de nossas áreas não pode ser normal”

Co-fundadora da Rede de Profissionais Negros, Lisiane Lemos fala sobre como é importante que o setor privado encare de frente o racismo.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 01h53 - Publicado em 20 nov 2016, 10h45
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  • A gaúcha Lisiane Lemos cresceu em uma família de funcionários públicos. Ao estagiar no setor público, descobriu que aquela vida não era para ela. Mirou alto, e hoje, aos 27 anos, trabalha em uma grande multinacional. Agora seu objetivo é ajudar outros profissionais negros, como ela, a alcançarem mais postos de trabalho e liderança.

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    Para chegar aonde chegou, Lisiane não enfrentou tantos obstáculos assim. Estudou em bons colégios, fez um ótimo pré-vestibular, se graduou em uma universidade federal. “Sempre tive consciência de minha posição privilegiada”, conta. Por isso, leva consigo uma responsabilidade. “Tenho de abrir portas e encorajar outras pessoas que nunca estiveram ali”, explica.

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    Lisiane é co-fundadora da Rede de Profissionais Negros – uma resposta para as grandes empresas que costumam repetir o clichê “não há profissionais negros qualificados no mercado”. Em encontros semanais, eles promovem o encontro de jovens profissionais com recrutadores, e realizam ações de qualificação para que os profissionais se aprimorem cada vez mais. Hoje a Rede de Profissionais Negros conta com mais de 3 mil membros.

    A inspiração veio de organizações norte-americanas como o NABA (Associação Nacional de Contadores Negros) e a NSBE (Associação Nacional de Engenheiros Negros). “Normalmente sempre fomos o único aluno negro na escola, na faculdade, no MBA, somos o único negro das nossas áreas e isso não pode ser normal. Em um país onde mais da metade da população é negra, por que ainda hoje temos tão poucos?”, questiona.

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    O plano de Lisiane é despertar as empresas, sejam grandes ou pequenas, para a importância de aumentar a representatividade de profissionais negros em seus quadros. E para isso, segundo ela, não basta abrir uma vaga e colocar a pessoa lá para trabalhar. “Você precisa entender que isso é necessário e vai agregar ao negócio, além de tornar a sociedade melhor”, afirma.

    Para entender melhor os desafios dos negros no mercado de trabalho, Lisiane cita um vídeo que fez muito sucesso na última semana: a campanha do governo do Paraná contra o racismo institucional. “Ele retrata as barreiras invisíveis com que nos deparamos todos os dias. Quando você é negro e vai para uma entrevista, o olhar pode ser mais crítico, o seu currículo pode ser validado para ver se a informação é verdadeira, o corte ou formato do seu cabelo pode ser questionado, entre outras coisas. Se não discutirmos o problema e focarmos em soluções, ele continuará, e atingirá cada vez mais pessoas que você conhece e admira”.

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    Assistir ao vídeo e se indignar é um começo, mas Lisiane defende a importância de partir para a ação: “Criticar o problema sem sugerir como podemos melhorar, dá visibilidade – mas, infelizmente, não resolve”, diz. Então que tal se juntar à Rede de Profissionais Negros agora mesmo?

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