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Roberta D'Albuquerque

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Roberta D'Albuquerque é psicanalista e autora do livro Quem manda aqui sou eu - Verdades inconfessáveis sobre a maternidade
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Silêncio, por favor!

Não se trata de sussurrar para o mundo, mas de se fazer ouvir sem precisar gritar.

Por Roberta D'Albuquerque
18 set 2017, 17h59
 (ThinkStock/ThinkStock)
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Tenho achado a vida desafinada e ruidosa. Não me refiro às opiniões extremadas nas redes ou à intolerância de uma parte (surpreendentemente) grande do nosso feed – sim, claro, isso também. Mas a questão aqui é de volume mesmo. Barulho alto de ar-condicionado, rádio estridente, vozes se atropelando – uma por cima da outra –, cachorro latindo fininho, toque insistente de despertador, áudios sem fone no metrô…

Entendo que o defeito pode ser muito mais do meu ouvido do que da boca do mundo. Grandes chances inclusive. Mas penso que estamos em tempo de experimentar um tantinho de silêncio. Faria bem, pelo menos pra mim. De minha parte, mantenho meu telefone no menor volume, falo baixinho baixinho (talvez mais do que deveria), tento não contribuir com essa poluição sonora horrorosa. Não se trata de sussurrar, mas de se fazer ouvir sem precisar gritar.

Além do volume, me parece que vivemos uma crise de tom. Esse tom típico de YouTube, onde a ironia é regra, contaminou o discurso-padrão adolescente (e pré-adolescente e infantil). Não há frase mais repetida na minha casa do que “Não fale com a sua irmã nesse tom!”.

Porque mudar o volume da cidade e o tom de grande parte da população não é uma meta realista no curto prazo, fora que não se estabelece um estado ideal das coisas pelo desejo de um único ouvido. Mas perseguir a frequência ideal em que a minha casa vai operar é, sim, uma tarefa à qual me dedico com firmeza.

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Aquela firmeza de quem precisa ultrapassar a barreira dos fones, de quem não tem medo de insistir em um samba de uma nota só. A gente pode até desafinar, mas mãe é bicho que não desiste. Uma salva de palmas, ou melhor, um minuto de silêncio para nossa perseverança e nossa paciência.

 

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