Efeito pandêmico: 80% dos brasileiros se sente mais esgotado
As mulheres são mais afetadas pelo cenário de retorno ao trabalho, enquanto os homens sentem menos esse cansaço extremo
A pandemia de covid-19 afetou nossas vidas por dois anos – e continua afetando. Um estudo feito com 3 mil profissionais, de níveis e áreas diversas, apontou que desde que ela se instaurou, 81% deles se sentem extremamente exaustos ao fim do dia. Sem surpresas, esse problema aflige mais as mulheres: 85% relataram ficarem esgotadas, enquanto o percentual foi de 75% entre os homens.
O levantamento foi realizado pela Pulses, plataforma de gestão e engajamento, e a Vittude, programa de saúde mental corporativa, entre setembro de 2021 e maio de 2022. As pessoas que participaram do levantamento responderam perguntas sobre condições de trabalho, abrangendo dificuldade para cumprir atividades, como se sentem em relação ao emprego, entre outras coisas.
Dentre os entrevistados, 60% relataram falta de disposição para trabalhar e 67% sentem que precisam provar seu valor no trabalho. Neste contexto, 54% indicam frustrações com o trabalho, pouco mais da metade, 51%, tem dificuldades para cumprir suas tarefas e esse mesmo percentual alega que não tem mais paciência com outros membros da equipe.
Efeito do esgotamento entre as mulheres
Como citamos acima, essa exaustão é mais comum entre as mulheres. O que não é nenhuma surpresa se pararmos para pensar que grande parte delas trabalham, cuidam dos filhos e ainda assumem tarefas domésticas.
59% das entrevistadas estão frustradas com seus empregos, enquanto os homens representam 48%. Quanto à disposição para trabalhar, 69% relatam estar sem ânimo.
A cofundadora e especialista em People Science da Pulses, Beth Navas, pontua que essas condições estão relacionadas ao estresse e ao esgotamento emocional. E esse quadro já tinha sido analisado em outros estudos. Os números mostram que esse é um sinal vermelho, antes que o esgotamento se torne um burnout.
“Geralmente, o burnout se manifesta em profissionais com cargas excessivas de trabalho, rotinas de atividades realizadas sob pressão ou objetivos difíceis, diante dos quais o colaborador se sente incapaz de atingir. É uma doença séria, com grandes chances de se desenvolver para quadros graves de adoecimento psicológico”, alerta Beth Navas.