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“Queremos que as mulheres se achem capazes de abrir o próprio negócio”, diz diretora de empreendedorismo do Facebook

Camila Fusco fala sobre equidade de gênero no trabalho e o projeto #ElaFazHistória, que incentiva os negócios femininos

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 15 abr 2024, 08h24 - Publicado em 23 out 2016, 18h49
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Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), só em São Paulo existem aproximadamente 905 mil Microempreendedores Individuais. Entre estas empresas, 48% são criadas por mulheres. Por acreditar que “quando elas se saem bem, a economia avança”, o Facebook lançou no Brasil o projeto #ElaFazHistória, que conecta as profissionais que estão gerenciando os próprios negócios.

Para entender melhor a iniciativa, em parceria com o portal Think Olga, ONU Mulheres, Escola de Você, Rede Mulher Empreendedora e o projeto ConnectAmericas do BID, conversamos com Camila Fusco, diretora de Empreendedorismo para América Latina do Facebook.

Como surgiu a área de empreendedorismo no Facebook?

A área tem dois anos e a ideia é conversar com os empreendedores, muitos ainda no começo ou que ainda não usam o Facebook, para mostrar o que é possível fazer com a tecnologia. Em viagens pelo Brasil, nós capacitamos essas pessoas para entender como fazer para que seus negócios decolem com essas vitrines virtuais. As páginas ajudaram a encurtar distâncias, por exemplo, para checar a aceitação do produto pelo público. Muitas vezes, essa página vem antes mesmo do CNPJ, como uma espécie de laboratório. Nessas oficinas, ajudamos o empreendedor a dialogar com essas ferramentas dessa forma.

Outro pilar trata da comunidade. É uma área que cresce muito, pois nos últimos anos percebemos que as pessoas querem tocar seus projetos, mas sem deixar suas origens. Os exemplos em áreas de baixa renda são incríveis e demonstram exatamente isso.

E o #ElaFazHistória?

Essa iniciativa anda neste sentido: dar visibilidade às histórias de mulheres inspiradoras e fazer com que isso vire uma rede de fortalecimento entre elas. A ideia veio da experiência de conhecer empreendedoras ao redor do país e conversar com elas: todas têm muito o que contar! Foi uma fusão de boas vivências com nosso DNA de compartilhamento, e então criamos este megafone para difundir tais iniciativas. Caminhamos também a favor da equidade de gêneros, já que não podemos esquecer de que, segundo a ONU, serão mais de 80 anos até que ela seja atingida. Trabalhamos para romper com barreiras internas, como de autoconfiança, até externas, que perpassam pela falta de protagonismo e de representatividade. Nosso ideal é que as mulheres se achem capazes de entregar seu projeto ou continuarem crescendo na carreira, portanto, nada mais natural do que oferecer um programa para instrumentalizar essas pessoas – seja para abrir uma empresa, avançar no trabalho ou fazer escolhas para ser mãe em tempo integral.

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Sou empreendedora. Como consigo essa ajuda?

Primeiro, temos um portal online com cursos e conteúdo em português, como um be-a-bá para criar sua presença online e diferenciar a sua empresa de sua página pessoal. Como fazer uma boa foto com celular? Como criar postagens atrativas? Como fazer bons vídeos? Ajudamos nessas questões de forma gratuita. Todas as semanas, profissionais à distância tiram dúvidas dos empreendedores ao vivo. Além disso, também temos os eventos e workshops presenciais com a aceitação altíssima. Já fizemos desde Roraima até na comunidade de Heliópolis em São Paulo.

Na página Facebook para Empresas, os interessados encontram nosso calendário completo. Quem se interessar também pode entrar no site oficial do projeto #ElaFazHistória.

Internamente, de que maneira o Facebook lida com o desafio de equiparar os gêneros? 

Hoje, quando olhamos para um candidato, consideramos o momento de vida desta pessoa, independentemente de seu gênero. Falo por mim: fui contratada aos 7 meses de gestação. Engravidei no meio do processo seletivo, imaginei que não daria certo, mas me disseram que respeitavam a minha hora. Tive meu filho, saí de licença-maternidade por quatro meses e vinte dias depois de voltar descobri que estava grávida de novo. Pensei: vou pedir demissão. Surpreendentemente, me parabenizaram e disseram que eu não tinha do que me desculpar, pois essas decisões eram minhas.

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Outro ponto é que todas as práticas são iguais, como a licença-paternidade de quatro meses, o fato de que todo processo seletivo conta com candidatas e até mesmo a flexibilidade de horário. É uma filosofia, já é natural. Somos favoráveis ao desenvolvimento feminino por uma rede de fortalecimento interno, em que mulheres apoiam outras mulheres e em que mulheres não só alcançam, mas também desejam estar nos postos de liderança.

 

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