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Mãe de garoto que sofreu bullying lança livro infantil sobre preconceito

"Além do cabelo comprido e cacheado, meu filho fez balé e joga futebol": foram essas características de seu filho Teodoro, que escritora e médica paulista Rosana Martinelli escolheu para definir o protagonista do recém-lançado "O Pinguim Azul de Miguel"

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 16h37 - Publicado em 13 set 2016, 07h00
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  • “Além do cabelo comprido e cacheado, meu filho fez balé e joga futebol”: foram essas características-chave de seu filho Teodoro Rodrigues, de nove anos – o qual nunca cortou suas longas madeixas – que escritora e médica paulista Rosana Martinelli escolheu para definir o protagonista de seu livro recém-lançado O Pinguim Azul de Miguel, pela editora Quatro Cantos

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    Com linguagem simples e ilustrações supercoloridas pela artista plástica Mariana Belém, o exemplar busca ajudar as crianças a aceitarem as peculiaridades de cada um – que não necessariamente devem ser motivo de chacota ou discriminação. “Meu filho já sofreu bullying na escola por ter longos fios. Em locais públicos ele é sistematicamente confundido com menina por pessoas que não o conhecem”, conta a autora sobre as principais motivações para colocar sua ideia no papel. 

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    O enredo divertido envolve logo de cara: Miguel, de seis anos, joga futebol num time treinado por uma técnica, a Helena. Seu pai, que não possui uma das pernas, é um corredor que coleciona medalhas – ele também é o encarregado de preparar, diariamente, o almoço da família. Sua irmã, Vivi, é uma garota acima do peso que sonha em estudar moda e faz as unhas com um manicuro, o Bartolomeu. Ivan leciona artes na escola e também exibe uma longa cabeleira, que estimula o personagem principal diariamente, por ser uma figura masculina presente na área da educação infantil. 

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    “Desde que me conheço por gente, não concordo que devam existir ‘coisas de menino’ e ‘coisas de menina'”, conta Rosana sobre todas as quebras de padrão inseridas minuciosamente, de forma natural e sem conflitos, na história do pequeno. “Sempre tive uma luta pessoal contra o sexismo, porque tenho um irmão gêmeo, então sempre senti na pele os efeitos nocivos da discriminação.”

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    O livro é indicado para aqueles que estão em fase de alfabetização, ou seja, a partir dos 5 anos. É nesta fase que as crianças tornam-se grandes observadoras e imitadoras do que acontece à sua volta – desenvolvendo, assim, uma melhor consciência do mundo real e imaginário. Por isso a leitura da obra se faz crucial, para que nossos pequenos aprendam, desde muito cedo, que o diferente não é ruim, tampouco deve ser motivo de repúdio. 

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    “Vamos supor que uma criança pequena tenha na família todos os componentes do gênero masculino com cabelos curtos e o mesmo acontecendo no colégio, nenhum dos coleguinhas os tenha longos. Automaticamente, ele fará a associação que garotos devam ter sempre cabelos curtos.” Exemplifica a escritora: “O exemplo pode ser aplicado em qualquer diversidade, e todos nós podemos ser atingidos. Cabe aos adultos ficarem atentos e oferecerem experiências diversas para que essa tese criada seja desfeita.”

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    Mas muita gente deve estar se perguntando o porquê da presença do pinguim no título. A ave faz referência à pelúcia preta e branca que Teodoro dorme todos os dias abraçado à noite. Já a justificativa da escolha do tom surpreende: “No meu primeiro ano de escola, desenhei toda orgulhosa um lindo cachorrinho azul, que foi alvo de duras críticas por parte da professora, dizendo que eu não deveria tê-lo feito pois esses animais não existem na cor azul.” Relembra: “Fiquei muito triste com o episódio e jamais esqueci o que senti no momento. Mas eu sabia que podia colori-lo como eu quisesse, afinal, eu havia me inspirado no Bidu, personagem dos gibis do Maurício de Sousa que adorava folhear.”

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    Quando questionada sobre a importância de materiais direcionados ao público infantil, Rosana não esconde a sensação de trabalho cumprido: “O Pinguim Azul de Miguel é isso, um tijolinho retirado da parede do preconceito que deixa a gente enxergar pelo pequeno espaço aberto um mundo que explode em cores e formas diferentes de ser.”

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