Contatos com espíritos
Acreditar na comunicação entre vivos e mortos depende de crença. Veja como as religiões encaram esse tema tão polêmico
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Vários estudos avaliam possibilidades de comunicação com os mortos
Foto: Dreamstime
Trata-se de uma dúvida tão antiga quanto o homem: será possível estabelecermos algum tipo de diálogo com pessoas que já se foram? Os mais céticos pedem provas, argumentos lógicos. Como a ciência ainda não conseguiu comprovar nada, passa a valer a crença de cada um. Estar a par do que cada religião defende não responde à grande dúvida, mas ilustra diversas formas de encará-la.
Em busca de comprovação
No mundo todo, vários estudos avaliam possibilidades de comunicação com os mortos. No Brasil, o Instituto de Pesquisas Avançadas em Transcomunicação Instrumental (Ipati) é uma das entidades que tenta documentar tais contatos. Uma das formas de comprovação seria por meio de gravações, nas quais vozes de pessoas já falecidas apareceriam, permeadas por outros ruídos, como chuviscos. Para captá-las, bastariam um monitor, um vídeo e uma freqüência de rádio. Apesar do equipamento simples, a pesquisa é ambiciosa, exigindo critério, organização, registros e imparcialidade. O trabalho precisa ser sério, salienta o pesquisador independente Emídio Gonçalves dos Santos, do Rio Grande do Sul, que diz ter conseguido resultados após 16 anos de dedicação. Para conferir as gravações e argumentações dele, acesse o site www.transcomunicacao.com.br ou digite o nome dele no site www.youtube.com. Se quiser mais detalhes da atuação do Ipati, acesse o endereço eletrônico www.ipati.org ou digite Sônia Rinaldi (presidente da entidade) no Youtube.
A visão das religiões sobre o assunto
Budista, hinduísta, islâmica e judaica
Para elas, não existe comunicação com mortos.
Candomblé
Cada centro tem seu orixá, um santo encantado africano. Ele fala com seus ancestrais por jogos de búzios para transmitir mensagens positivas e também de cura.
Católica
Não admite contato com mortos. Essa sensação seria a manifestação do desejo de ter a pessoa querida por perto um fenômeno interno, nunca externo.
Espírita
Crê na aproximação dos espíritos, seres imortais que sintonizam um corpo físico para produzir contato. Esse intercâmbio tem diversas formas e gradações, nem todas benéficas. Assim como há gente falsa e hipócrita aqui, lá também, diz Marta Antunes Moura, diretora da Federação Espírita Brasileira. Aqueles de índole ruim podem causar sofrimento. Por isso, ela desaconselha jogos como o do copo, no qual o contato se dá por meio de letras dispostas numa mesa. Espíritos brincalhões e mal-intencionados podem fingir ser outra pessoa, explica Marta. Já os bons trazem palavras de apoio e vibrações positivas.
Evangélica
Baseia-se na Bíblia, que traz a passagem: Ao homem é dado morrer uma só vez, vindo depois disso o Juízo. Portanto, o contato com mortos seria algo nocivo.
Testemunhas de Jeová
O espírito volta para Deus depois da morte. Existe a possibilidade de contato com o mundo espiritual, mas feito por anjos.
Umbanda
Realiza trabalhos para se comunicar com pretos velhos (ancestrais de escravos) e com caboclos (ancestrais de índios), que levam mensagens de paz e cura. Tanto na umbanda quanto no candomblé existem regras e limites. Essas aproximações devem ser feitas em lugares com estrutura, ter um objetivo único e um orientador.