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Carreira: A transição de um ambiente tradicional a um mais descontraído

Fazer essa mudança pode ser desafiador, mas se tornará algo frequente daqui para a frente

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 abr 2024, 15h49 - Publicado em 28 fev 2019, 17h13

Mudar de uma empresa tradicional para um ambiente flexível – e ainda em construção – pode ser desafiador, mas é algo que está se tornando mais frequente. A equipe de CLAUDIA conversou com algumas especialistas para entender quais são as maiores inseguranças.

Confira:

A vaga não é CLT

Virar freelancer passando a atuar como pessoa jurídica é uma situação comum em algumas profissões. “Você se torna a própria empresa e tem que administrá-la, função antes atribuída ao seu empregador. Os impostos e descontos viram uma preocupação sua”, justifica a consultora de carreira Maíra Habimorad, de São Paulo. A mudança, seja por oportunidade, seja por necessidade, requer cuidados e responsabilidade financeira.

Ao fechar um negócio, lembre-se de que nem sempre os dígitos combinados refletem o que vai sobrar na sua conta. Coloque na ponta do lápis quanto será preciso para bancar benefícios como plano de saúde, convênio odontológico e seguro de vida. “Ainda entram nessa lista o transporte, a alimentação, gastos com telefone e internet para realizar as tarefas e as contribuições para a previdência e o Fundo de Garantia. Adotar esse estilo de vida exige disciplina”, diz Maíra.

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Outro ponto a ter em mente é que deixam de valer as demais regras de proteção e garantias das leis trabalhistas, tais como 13º, férias remuneradas, seguro-desemprego e aviso prévio em caso de demissão sem justa causa. Contudo, se você aprender a controlar entradas e saídas, ser frila não será uma experiência negativa. Há, dependendo do que for combinado, flexibilidade de horário, possibilidade de ter mais de um cliente e até a chance de trabalhar em casa.

(Reprodução/Getty Images)

Não existe RH

Há uma escala de prioridade nas empresas de acordo com os custos. No começo de um negócio, muitos lugares priorizam os núcleos indispensáveis, como o financeiro, sem os quais a operação não anda, e deixam a gestão de pessoas para passos futuros. Nesses casos, quem acaba acumulando a função de lidar com funcionários e ficar atento ao clima é quem está no comando.

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A boa notícia: na maioria das startups, o bem-estar dos funcionários é importantíssimo para a criação da cultura da empresa. Entretanto, em alguns conflitos pode haver constrangimento em falar com o gestor. “Para evitar mal-estar, é primordial estabelecer uma relação de absoluta transparência desde o início. Assim, o caminho ficará aberto em caso de problemas”, indica Maíra. E se a questão for com um dos líderes? Segundo a especialista, essas organizações tendem a contratar pares para cada cargo de direção, evitando essa saia justa.

Há liberdade demais

A possibilidade de estabelecer os próprios horários e trabalhar em casa costuma ser rotina nos escritórios recém-nascidos. A explicação está nos millennials, faixa etária dos 22 aos 38 anos, que já criam seus negócios com flexibilidade. Habilidades pessoais garantem o sucesso nessas condições. Disciplina e autogestão se mostram fatores essenciais.

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“Somos educados para produzir em uma dinâmica estabelecida por outra pessoa. Portanto, o grande desafio está em aprendermos a administrar o tempo e nossa capacidade de fazer o trabalho com eficiência mesmo que ninguém esteja nos cobrando”, explica Maíra.

(Reprodução/Getty Images)

O chefe é próximo

As estruturas cada vez mais enxutas aproximam estagiários e CEO, aumentando espaços e oportunidades de contato. Nesses ambientes, em geral, reuniões para a resolução de problemas são convocadas independentemente da área em que a questão é latente. Com todos opinando, aumenta a possibilidade de respostas criativas e inovadoras.

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“Como não existem mais funções específicas, todos passam a ser responsáveis pela saúde da engrenagem. Com esse escopo interdisciplinar, você pode ter de apresentar soluções operacionais e estratégicas para várias questões”, diz Maíra. “Sob essas condições, o espírito empreendedor deve estar também em quem escolhe se arriscar nesse novo negócio, pois estará topando jogar em diversas posições num mesmo dia.”

A cultura está em construção

“A startup não é apenas uma empresa que está nascendo. É uma aposta em uma tendência ou em um novo meio de entregar produtos ou serviços aos clientes. Geralmente desafia as estruturas tradicionais de relacionamento entre empreendedor e colaboradores”, explica o professor Luciano Salamacha, professor da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.

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Ou seja, em virtude do surgimento recente, está sendo construída uma cultura enquanto empresa. Não raro, haverá dúvidas sobre procedimentos e protocolos ainda não estabelecidos. Isso inclui, por exemplo, a frequência de home office e como desempenhá-lo para que seja produtivo. “É difícil que algo funcione com tranquilidade até que seja institucionalizado pela companhia. Mas, o caminho exige paciência”, alerta Maíra.

A gestão é jovem

Por serem contemporâneos, não é de estranhar que os novos negócios tenham equipes e chefes jovens. Há quem se incomode por ter de se reportar a alguém com uma grande diferença de idade, é verdade. Em contrapartida, esse tipo de ambiente atrai pessoas com um mesmo propósito e abertas à troca de experiências.

“Existem aquelas que não se sentem preparadas para empreender mas gostariam de ser lideradas por gente com esse perfil. No começo, se o chefe não for maduro o suficiente, pode ser uma relação difícil. Mas é provável que isso mude durante o processo e, caso ele não consiga se adequar, deverá contratar alguém para auxiliá-lo”, diz Luciano.

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