Se você estiver pleiteando uma vaga de gerência, torça para estar acompanhada de outras – muitas! – mulheres na última rodada de entrevistas. Pois, segundo um estudo recente, quanto menos finalistas do gênero feminino, menores as chances de uma mulher ser contratada. A pesquisa foi realizada pela Leeds School of Business, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e foi desenvolvida em três etapas. Em uma delas, analisou a decisão de contratação de 598 candidatos para vagas de professores universitários, chegando ao seguinte resultado: se uma mulher estiver competindo com outros três homens, a chance que ela consiga a vaga é praticamente zero! Se forem duas mulheres e outros dois homens, a chance aumenta e chega a 50%. No caso de três mulheres e apenas um homem, a chance de contratação feminina também cresce, porém não na mesma proporação, atingindo 67%.
Os pesquisadores analisaram outras duas situações, levando em conta não só a diferença de gênero como também a racial. Em ambas, o resultado foi similar, indicando que mexer no quadro de candidatos faz diferença na decisão de escolha de quem contrata. É preciso lembrar que os estudiosos partiram do fato de que 95% dos CEOs e 85% dos membros de conselhos e executivos dos Estados Unidos são homens brancos. Portanto, ser mulher e não ser branco são características que “fogem da norma”, segundo os líderes da pesquisa, e podem ser, inconscientemente, desvantagens aos olhos dos contratantes. “Desviar-se da norma pode ser arriscado para aqueles que tomam a decisão, pois as pessoas tendem a excluir pessoas que são diferentes do grupo”, explicam.
Tais análises precisam ser repetidas em outros contextos para dados mais concretos, no entanto para os estudiosos os resultados são o primeiro passo para uma solução mais efetiva do problema de diversidade nas corporações e para a mudança no quadro de lideranças.