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Descobri a causa do cansaço depois de 20 anos: era fibromialgia

Passei a vida toda como preguiçosa, até que descobri minha doença. Hoje faço tratamento, sou disposta e feliz!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 04h12 - Publicado em 1 fev 2010, 21h00
Mariana Gomes e Ricardo Régener (/)
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Descobri a causa do cansaço depois de 20 anos: era fibromialgia

Minha vida mudou completamente depois que descobri o que eu tinha!
Foto: Divulgação

De vez em quando, ao acordar, meu marido brinca: ”Nossa, Pati, parece que você andou de moto a noite inteira”. Ele faz esse gracejo porque sempre tive um sono agitado, desde pequena. Falo à noite, mexo as pernas, ranjo os dentes, chuto… Na infância, eu não sabia disso, só quando alguém via e me contava. Mas, depois que me casei, quem sofria era ele, né?

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Embora pesado, meu sono nunca foi profundo. Mesmo que eu dormisse muito, não conseguia descansar. Sabe aquelas pessoas que só saem da cama ao meio-dia e mesmo assim ficam exaustas? Pois é, era eu. Só 20 anos depois descobri que esse era o principal sintoma de uma doença: a fibromialgia.

Pensavam que eu fazia corpo mole

Eu era a preguiçosa da família, da escola e de todos os meios que frequentava. Todo mundo pensava que eu fazia corpo mole… Passei a vida inteirinha assim. Acordar, pra mim, era um sofrimento, a pior parte do dia. Depois de um tempo acordada, eu pegava no tranco. Mas até engatar, era complicado.

No começo, eu achava que era normal. Pensava assim: ”Cada um tem suas características. A minha é essa e pronto!”. Na adolescência, as coisas pioraram. Aí, não teve jeito. Fui a vários médicos. Todos diziam: ”É seu relógio biológico, Pati. Você deve respeitá-lo”. Conclusão: passei a vida toda escutando baboseiras que me fizeram conviver com algo que não fazia parte de mim.

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Meu cansaço tinha solução

Na escola, eu estudava de manhã. Sempre chegava atrasada e simplesmente não aprendia nada que era ensinado nas primeiras aulas. Não tinha jeito. Só após o intervalo eu acordava de verdade. E as coisas continuaram da mesma forma depois que me tornei adulta. No trabalho, às vezes, as pessoas me cumprimentavam logo cedo. Depois de um tempo eu as encontrava novamente e cumprimentava de novo. Isso acontecia direto. ”Pati, você já me deu bom-dia três vezes hoje.” Escutei frases desse tipo durante toda a minha vida.

Em 2000, eu estava em um evento do trabalho quando encontrei uma conhecida que era médica reumatologista. Começamos a conversar. Lá pelas tantas, comentei sobre o meu cansaço, em tom de desabafo. Então, ela me olhou curiosa e perguntou: ”Você também sente dores?”. Fiquei surpresa com a questão e respondi que sim, mas que era algo natural. Ao explicar melhor os sintomas, ela sorriu e me disse: ”Patrícia, eu sei exatamente o que você tem. Não existe cura, mas tem tratamento. Você não precisa mais sentir cansaço nem dor”.

O tratamento mudou minha vida

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Dias depois, fiz uma consulta. A doutora diagnosticou a fibromialgia e me receitou um remédio para dormir. Quando acordei, de manhã, sozinha, disposta e sem dor, não acreditei. ”Amor, jura que não é normal sentir cansaço o dia todo?”, perguntei ao meu marido, surpresa.

Hoje, dez anos depois, ao me sentir um pouco mais molinha, recorro logo ao tratamento. Passei metade da vida de cara feia. Mas não era de raiva. Eu sentia dor e cansaço. Tinha que me esforçar muito pra fazer qualquer atividade. Se eu tivesse buscado ajuda antes, tudo seria mais fácil. Agora, quando alguém me diz que está muito cansado, recomendo: ”Não é normal ficar assim, procure um médico. Se você descobrir a causa, sua vida vai mudar pra muito melhor!”.

Cansaço pode ser sintoma de doenças graves

Você não precisa se preocupar com aquele cansaço que aparece após um dia intenso de trabalho ou depois de um período longo de exercícios. No entanto, é preciso prestar atenção se o cansaço for persistente, sem motivo aparente. Ou se vier acompanhado de outros sintomas, como perda de peso, queda de cabelo, sudorese noturna, falta de apetite, dores ou enjoos. O cansaço pode ser indício de dezenas de doenças, desde uma deficiência de vitaminas até algo mais grave, como um enfisema pulmonar ou câncer.

Procure ajuda médica se o cansaço sem motivo persistir por mais de uma semana. O melhor médico para descobrir o que há por trás do cansaço é o clínico geral. Ele vai investigar os hábitos de vida do paciente, fazer um diagnóstico, recomendar um tratamento e encaminhar a um especialista, caso seja necessário. ”Cansaço persistente com sono agitado e ronco pode ser sintoma de apneia noturna”, afirma o clínico geral Cláudio Rufino, da Universidade Federal de São Paulo. ”Se, além de cansado, o paciente estiver irritável e chorando fácil, pode ser depressão”, explica. ”Já se houver perda de peso, o paciente pode estar com um enfi sema ou até com câncer”, alerta o médico.

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O cansaço persistente também pode ser uma doença por si só, e não estar associado a nenhum outro problema de saúde. Isso se chama fadiga crônica. Nesse caso, o médico pode orientar o paciente a mudar o seu estilo de vida: ”Esse tipo de quadro é comum quando a pessoa mora com quem não gosta, trabalha ou estuda com o que não gosta e está desiludida com o dia a dia”. Em todos os casos, no entanto, é essencial procurar ajuda médica.

Preste atenção se você:
. Perder produtividade no trabalho
. Perder o apetite sexual de uma hora pra outra
. Começar a se irritar facilmente
. Perder a paciência com facilidade com as pessoas do seu convívio
. Ter muito sono durante o dia e insônia à noite
. Começar a ter sono perturbado, cheio de pesadelos, e despertar muito durante a noite
. Começar a ter medo exagerado de situações normais do dia a dia
. Perder o apetite
. Perder peso
. Passar a perder o fôlego com facilidade
. Começar a ter dificuldades para completar tarefas do dia a dia que antes eram facilmente executadas

Doenças relacionadas ao cansaço:
. Câncer: com exceção do câncer de pele em estágio inicial, praticamente todos os tipos de câncer têm o cansaço persistente e sem causa aparente como um dos primeiros sintomas. ”O tumor consome muita energia do corpo para crescer, provocando exaustão”, explica o clínico geral Cláudio Rufino. 

. Doenças respiratórias: pneumonia, rinite, sinusite, tuberculose, enfizema pulmonar, bronquite e asma, entre outras enfermidades. 

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. Doenças alimentares e digestivas: vermes e outros parasitas intestinais, gastrite, falta de vitaminas, inflamação no intestino. 

. Infecções: o cansaço é sintoma de todo tipo de infecção por vírus ou por bactéria. ”Desde uma simples gripe até AIDS”, afirma o médico. 

. Outras doenças: síndrome do colo irritável, fibromialgia, insuficiência renal crônica, hepatite B e C, fadiga crônica, apneia do sono, depressão, hipotiroidismo.

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