O que aconteceu com os elefantes mortos misteriosamente em Botsuana?
A causa desconhecida é preocupante porque não descarta a possibilidade de atingir seres humanos e potencializar uma crise na saúde pública
Botsuana, país da Africa do Sul, é o habitat de um terço da população de elefantes, que agora está em declínio. Em maio, em apenas três horas de voo, Niall McCann, biólogo e ativista da filantrópica National Park Rescue, avistou 169 elefantes mortos, segundo a rede BBC.
No mês seguinte, em junho, esse número subiu para 350, com carcaças visíveis dos animais no Delta do Okavango (ou Delta do Cubango). A morte dos elefantes ainda é um mistério, já que não há nenhuma conclusão oficial para a causa. As análises laboratoriais podem demorar semanas para serem concluídas, segundo o governo.
Segundo o portal Phys.org, por identificarem que as presas de marfim ainda estão no animais, autoridades descartaram a possibilidade de caça ilegal estar por trás das mortes. “É algo totalmente sem precedentes em termos do número de elefantes mortos em um único evento sem relação com a seca”, afirmou McCann.
O ativista também descartou a chance de envenenamento por antraz — doença causada por ingestão de uma bactéria encontrada no solo, que matou pelo menos 100 elefantes em Botsuana em 2019.
Mas as hipóteses por envenenamento ou doença ainda estão sob o olhar dos pesquisadores. O que levantou a suspeita foi a forma como os elefantes estariam morrendo — eles caem de cara no chão, e outros estavam andando em círculos pode indicar alguma alteração neurológica, segundo o ativista McCann.
A causa desconhecida que tem matado os elefantes, levanta outra possibilidade tão grave quanto o que já está acontecendo, a de que a doença possa chegar aos seres humanos e se tornar uma crise na saúde, principalmente se estiver ligada ao solo ou recursos hídricos.
O diretor do Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais de Botsuana, Cyril Taolo, afirmou ao jornal The Guardian que o governo já confirmou a morte de 289 elefantes dos mais de 15 mil que vivem na região Delta de Okavango.
Taolo não levantou hipóteses sobre as possíveis causas, mas afirmou que as análises de laboratório devem ficar prontas nas próximas semanas e podem esclarecer as mortes misteriosas.
Resiliência: como se fortalecer para enfrentar os seus problemas