Linguagem corporal: 13 truques para passar na entrevista de emprego
Olhares, gestos e até a inclinação de nossa coluna podem definir o destino de um processo seletivo
A entrevista de emprego pode ser uma das situações mais assustadoras do mundo. O ambiente corporativo intimidador, a pressão para não cometer erros e o clima de competitividade faz com que muitos simplesmente travem. Gaguejar, suar excessivamente, sentir tremores e sair falando um monte de besteira: tudo isso pode acontecer quando estamos inseguros ou ansiosos durante um processo seletivo. Porém, há formas de contornar esse perrengue e sair vitoriosa. Isso porque, graças à linguagem corporal, existem inúmeros gestos e expressões faciais que transmitem mensagens inconscientes para quem está nos vendo. Não entendeu? Às vezes, um simples olhar estratégico pode fazer com que o próximo nos considere confiáveis, inteligentes e competentes. Parece até mágica, né? Confira a seguir, um papo entre Claudia e João Oliveira —psicólogo e mestre em linguagem não verbal — que revela tudo sobre o assunto:
Mantenha-se calma de forma estrutural
O psicólogo João Oliveira explica que a calma estrutural não é apenas falar de maneira tranquila, mas sim, demonstrar serenidade com o corpo inteiro. Por isso, mexer as mãos, bater os pés ou balançar o corpo — em excesso — podem transmitir insegurança e falta de domínio. “Esse preparo físico e mental começa a partir de coisas simples, como a roupa que você irá vestir. Pesquise o histórico e cultura da empresa, tentando se adequar ao ambiente para não ser pega de surpresa”, indica.
Bolsas e mochilas transmitem mensagens
Pode parecer exagero, mas a forma que utilizamos bolsas e mochilas numa entrevista de emprego pode nos prejudicar. “Treine um jeito específico para abrir o objeto e pegar as suas coisas. Um dos piores erros é alguém lhe pedir um documento e você não encontrar”, alerta.
Aliás, existe um tempo limite para encontrar algo na mochila: dez segundos. Mais do que isso pode ser interpretado como um ato de despreparo. “Isso é um mau sinal para os recrutadores. O que eles vão achar de alguém que não sabe organizar a própria bolsa? Portanto, treine para saber onde está tudo”.
O local em que você deixará o objeto também importa: “Nunca coloque o acessório no colo, pois isso pode transmitir que você está com medo ou insegura. Deixar a mochila no chão também é ruim, já que o brasileiro acredita que essa ação traz azar. É besteira, mas o fator cultural e supersticioso pode impactar o seu processo”, elucida.
Ocupe as mãos com um livro
Ainda na sala de espera, é interessante ter um livro consigo. Aliás, a escolha do título é essencial: “Tente levar algo que esteja relacionado ao universo daquela empresa. Isso vai trazer um senso de coesão e sintonia para você”, afirma.
Além de transmitir uma imagem positiva, o livro também irá lhe impedir de aparentar nervosismo, já que suas mãos ficam estáveis segurando o objeto. “Só cuidado para não deixar a obra de cabeça para baixo”, brinca o especialista.
Outro conselho importante: evite ficar no celular enquanto espera o processo começar. “Isso pode demonstrar que somos pessoas distantes ou excessivamente conectadas, algo prejudicial para o dia a dia da companhia. Mas claro, isso também irá depender do segmento do lugar”.
Movimentos com a cabeça
De acordo com o psicólogo, balançar a cabeça positivamente enquanto o entrevistador fala é essencial. “Isso é internacionalmente interpretado como: ‘Estou lhe ouvindo, prestando atenção e entendendo o que você está dizendo’. A pessoa fica mais à vontade e você cria um ambiente receptivo”, esclarece.
Braços também são importantes
Uma das maiores regras em entrevistas de emprego: nunca cruze os braços. Para João, o melhor é deixá-los em cima da mesa, mantendo o corpo inclinado para a frente. O contrário disso pode criar a ideia de que você está “bloqueado” emocionalmente para aquele papo.
Atenção à mesa da entrevistadora
João afirma que, se a mesa da recrutadora estiver vazia, o máximo que você pode fazer é colocar os seus papéis ou apoiar os braços. Agora, se a mesa estiver cheia, cuidado: “Isso demonstra que o indivíduo tem uma síndrome de autoridade elevadíssima e está querendo dizer que manda em tudo. Para não ofender ou invadir o ‘território’ de ninguém, não coloque nada ali, nem a bolsa. Na hora de entregar os documentos, dê direto nas mãos da pessoa”.
Postura da Mulher-Maravilha
Agora, se você estiver à beira de um ataque de nervos por conta da pressão, a postura da Mulher-Maravilha — ou Superman — pode ajudar bastante. “Vá ao banheiro e tranque a porta. Coloque as mãos na cintura, como se fosse um super-herói, e conte até 120. Depois, bote as mãos para trás, de forma semelhante a um general de exército. Conte novamente até 120. Você gastará uns cinco minutos, mas voltará outra pessoa. Essas posições são capazes de estimular a produção de endorfina, serotonina, adrenalina e acetilcolina”, revela.
Truque do teatro
Quem nunca se sentiu desanimado ou esgotado antes de um processo seletivo? Para esses casos, também há uma postura que sempre dá certo: “Coloque um braço para trás. Pegue a mão e tape somente um olho. Depois, cruze a perna acima do joelho e dê quatro pulinhos com apenas um pé no chão. Simultaneamente, esse conjunto de ações faz com que o cérebro libere altas doses de adrenalina. Muitos atores adotam esse truque”.
Alívio de tensão acumulada
Sabe aquela energia de tensão acumulada numa entrevista de emprego? Há uma forma de eliminá-la para o papo fluir melhor: “Ao invés de cutucar a mesa ou balançar as pernas, pegue os dedos dos pés e os pressione contra a sola do calçado. Ninguém conseguirá perceber, e ao mesmo tempo, você poderá se livrar de movimentos involuntários do corpo que denunciam o nervosismo”, afirma.
Olho no olho
De acordo com o especialista em linguagem não verbal, o ideal é olhar o entrevistador entre os olhos e o nariz para demonstrar que você está confiante e prestando atenção. “Não observe do nariz para baixo, pois isso é evitar o contato visual”.
Gesto da Torre
O “Gesto da Torre” nada mais é do que gesticular com as mãos em formato de oração, mas sem tocar as palmas. “Quase todos os presidentes americanos usam essa técnica. Essa é uma postura agradável, que inspira reciprocidade e abertura”, explica.
Aperto de mão
O psicólogo aconselha apertar a mão do entrevistador com certo rigor: “Não precisa massacrar a mão da pessoa, mas também não precisa ser molenga. Um aperto frouxo traz a ideia de distanciamento e falta de empatia”, alerta.
Saindo da entrevista
Ao sair da entrevista, vá direto em direção à porta: “Uma das piores coisas é ir embora, dar dois passinhos para trás e perguntar algo a mais. Tenha certeza de que, ao levantar e se despedir, todos os assuntos tenham sido finalizados. Não pare no meio do caminho para ampliar a conversa. O contrário disso demonstra insegurança”, conclui.