A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) vai homenagear a escritora Hilda Hilst (1930-2004) na edição do próximo ano. O evento acontecerá entre os dias 25 e 29 de julho e terá novamente curadoria de Josélia Aguiar. “Acho que é o momento ideal, pois há uma leva de leitores jovens que se aproximaram da obra dela. Assim com Lima Barreto, o homenageado de 2017, Hilda foi considerada por anos uma autora de texto difícil, o que afastava as pessoas“, explica Josélia. “Agora, com o trabalho do instituto que leva seu nome, conquistou pessoas de até 30 anos buscando uma literatura distante da comercial”, afirma. Ela destaca a ligação de Hilda com questões atuais, como a independência feminina e a sexualidade.
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Considerada um dos grandes nomes da literatura brasileira, Hilda é autora de livros como Cantares de Perda e Predileção e Fluxo-Floema, além de O Caderno Rosa de Lori Lamby, marcado pelo erotismo. Sua obra está sendo reeditada pela Companhia das Letras. “Hilda queria ser lida por muitas pessoas, era seu sonho. Por isso até que enveredou por essa veia pornográfica. Quem a conhecia está dizendo que essa homenagem da Flip a deixaria muito feliz. Ela se mantinha fiel a uma obra autoral, sem concessões”, acrescenta Josélia.
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Amante dos animais, Hilda criava cães vira-latas (chegou a ter 64 bichos) em sua chácara em Campinas, chamada Casa do Sol. Foi lá que se isolou em 1996 para se dedicar à literatura. No local, funciona o Instituto Hilda Hilst.
Para quem se interessa pela autora, Josélia sugere começar a leitura por Da Poesia (Companhia das Letras), uma coletânea com vários textos poéticos, e depois seguir para Fico Besta Quando Me Entendem (Biblioteca Azul), que reúne 20 entrevistas feitas entre 1930 e 2004.