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Francesas lutam por mais estações de metrô com nomes femininos

Atualmente, dentre as 302 estações nas 16 linhas francesas, apenas 4 têm nomes em homenagem à mulheres

Por Da Redação
18 jun 2018, 16h58

Os nomes das estações do metrô francês estão gerando polêmica entre as feministas do país. O fato é que entre as 302 estações das 16 linhas metroviárias espalhadas pelo mapa da França, apenas 4 são nomeadas em homenagens à mulheres — sendo que todas levam nomes de franceses notáveis. Foi essa discrepância que incomodou o grupo Osez le féminisme (ouse ser feminista).

Duas novas estações estão sendo construídas e seus possíveis nomes podem mudar um pouco essa história. Uma votação pública foi criada para escolher os novos nomes. Dentre os 6 concorrentes, três são femininos e três são masculinos. É nesse cenário que as feministas estão reivindicando mais espaço: o grupo criou campanhas e as veiculou na sua página no Facebook para convencer a população a votar nos nomes que homenageiam mulheres.

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Os nomes de mulheres propostos são o da cantora e compositora Barbara, que morreu em 1997; Lucie Aubrac, membro da Resistência francesa que viveu até 2007; e a cantora americana Nina Simone, que faleceu em 2003.

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As quatro estações que se referem à mulheres são: uma parada renomeada no mês passado, que agora chama Europa-Simone Veil, em homenagem à ministra da Saúde e sobrevivente de Auschwitz, que morreu no ano passado; Barbès-Rochechouart, uma homenagem a Marguerite de Rochechouart de Montpipeau; Pierre et Marie Curie, em nome dos físicos ganhadores do Prêmio Nobel; e Louise Michel, militante da Comuna de Paris.

Além dessas, existe mais uma em nome de Rosa Parks, uma ativista dos direitos civis americanos. No entanto, essa fica na RER, um sistema de trens distinto dos metrôs.

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“Temos que renomear mais algumas estações existentes em homenagem às mulheres. A maioria das estações faz referência às façanhas do que chamamos na França de os Grands Hommes, mas temos algumas grandes mulheres que também merecem ser reconhecidas. Infelizmente, isso não se reflete no metrô, o que é um exemplo de como a França continua a ignorar o papel da mulher em sua história”, diz Raphaëlle Rémy-Leleu, a porta-voz do movimento.

Por mais que os nomes das estações contem muito da história do país e do mundo, a quase inexistência de representatividade feminina demonstra como as mulheres ainda são vistas na sociedade.

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Feminismo na França

Em novembro do ano passado, o presidente Emmanuel Macron disse que seu país estava “doente de sexismo” e declarou a igualdade de gênero e o combate à violência contra as mulheres como uma “grande causa” de sua presidência.

Logo em seguida, em março, após uma reação liderada pela atriz Catherine Deneuve contra o movimento #MeToo – que enfureceu feministas – , o governo disse que promoveria a igualdade de gênero em diversos âmbitos, como na educação, no local de trabalho e na vida cotidiana, incluindo a atribuição de multas em casos de assédio sexual em lugares públicos.

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Ainda que mais nomes de mulheres estejam brilhando, foi apenas no ano passado que, pela primeira vez, um livro de autoria feminina estava entre os trabalhos necessários para o curso de bacharelado literário. Isso nunca tinha acontecido antes, desde que o exame moderno foi introduzido no sistema de avaliações, há 20 anos. La Princesse de Montpensier foi o romance escolhido, que fala sobre a corte do século 17 de Madame de La Fayette.

Essa inclusão do romance escrito por uma mulher teve seu início através da petição estabelecida por Françoise Cahen, professora de um Liceu em um subúrbio a sudeste de Paris. Foi a partir desse choque que ela exigiu que o governo tratasse do sexismo.

“Foi tão deprimente [perceber a inexistência de autoras mulheres]. As coisas estão lentamente, mas certamente melhorando, mas ainda há algum caminho a percorrer ”, disse Cahen. “Os editores de livros escolares estão fazendo um grande esforço para melhorar a proporção de mulheres escritoras e, assim, as coisas estão avançando, mas gradualmente”.

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A campanha de metrô do grupo de feministas tem sido criticada por aqueles que sugerem que existem questões mais importantes a serem discutidas.

Quanto às atividades do Osez le féminisme, Rémy-Leleu admite que a campanha do grupo é “simbólica”, mas aponta que elas também estão defendendo a causa de que casais lésbicos e mulheres solteiras devem ter o mesmo acesso ao tratamento de fertilidade que casais heterossexuais. O coletivo também está protestando contra uma turnê de Bertrand Cantat, um astro do rock que foi condenado por matar sua parceira, Marie Trintignant, em 2003.

Por mais que a França tenha um enorme repertório de ruas e cidades com nomes em homenagem à personalidades tanto nacionais, quanto estrangeiras, esta é a primeira vez que os nomes das estações de metrô serão escolhidos pelo público. As duas estações devem abrir em junho de 2021. A votação terminou ontem (17) e está sendo apurada, podendo ter seu resultado revelado a qualquer momento.

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*Com informações do The Guardian

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