A pequena gigante: os vôos da ginasta Rebeca Andrade
Só nos resta saber se a ginasta alcançará o ouro nas finais individuais, que acontece nessa próxima quinta (11), com direito a uma nova acrobacia – prometida por ela – que, após a execução, será batizada com seu nome.
![Ricardo Bufolin/CBG](https://claudia.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/09/rebeca-andrade.jpg?quality=85&strip=info&w=690&h=422&crop=1)
Quem viu os saltos da ginasta Rebeca Andrade, de 17 anos, durante a classificação da ginástica artística, na terça (9), talvez não enxergue claramente todos os desafios vencidos por esta pequena gigante – que levantou a plateia com um solo cheio de ginga entoado por duas cações de sua cantora favorita, Beyoncé: Crazy in Love e Single Ladies. O tombo na execução da última diagonal, na final por equipes na terça-feira (9), foi minúsculo perto de tantos outros que ela já teve a coragem de superar: duas fraturas – uma no tornozelo e um rompimento extremamente delicado no joelho quase a afastaram de seu maior sonho: estrear nos Jogos Olímpicos.
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![Ricardo Bufolin/CBG Ricardo Bufolin/CBG](https://claudia.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/rebeca-andrade_1.jpg?quality=70&strip=all&w=1024&crop=1)
Foi necessário muito empenho por parte dos técnicos para tentar levantar os ânimos da pequena, que apresentava sinais de depressão durante os 6 meses de recuperação após a cirurgia no joelho. O motivo? Não estar apta à competir no Pan-Americano de Toronto e no Mundial de Ginástica de Glasgow, na Escócia, em 2015 – ambas as provas valiam uma vaga na Rio 2016, conseguida, posteriormente, em evento realizado na Arena Olímpica, no qual o Brasil ficou entre os 4 melhores colocados.
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Aos seis anos teve seu primeiro contato com o esporte. Sofreu todas as privações de uma infância pobre em Guarulhos: não conseguia ir aos treinos e não tinha condições financeiras para financiar a carreira de atleta. Mas tudo começou a melhorar quando a treinadora Kelly Kitaura conheceu a pequena – e depois de um trato com a mãe de Rebeca, Rosa, levou a menina para que pudesse para competir pelo Flamengo no município de Três Rios, no Rio de Janeiro; junto com outras garotas que dividiam, além da mesma casa e tutora, o mesmo sonho: participar das Olimpíadas.
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Em entrevista ao Fantástico, concedida em 2013, um ano depois de ter recebido o título de campeã do Troféu Brasil de Ginástica Artística, vencendo nomes renomados como Jade Barbosa e Daniele Hypólito, ela declarou seus dois maiores objetivos de vida: “Dar uma casa muito bonita para a minha mãe e chegar até 2016 para dar um ouro para o Brasil“. O novo lar para sua família já está sendo construído, agora só nos resta saber se a nossa pequena gigante “Rebeyoncé” (como ela mesma diz) alçará o voo dourado nas finais individuais, nesta quinta-feira (11), – ccom direito a uma nova acrobacia – prometida por ela – que, após a execução, será batizada com seu nome.
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Em publicação no Instagram, a atleta escreveu: “Agradeço a Deus e a todos pela torcida. Foi muito bom me apresentar mais um dia e mesmo com uma queda não deixar a peteca cair. É a minha primeira Olimpíada e eu fiquei junto com a minha equipe em oitavo lugar. Somos a oitava melhor equipe do mundo. Apesar dos erros estou muito feliz! Obrigada pessoal e quinta-feira tem mais Rebeyoncé! E um agradecimento especial a todos os treinadores, fisioterapeutas, psicólogas, nutricionistas, ginastas, amigos, família etc…OBRIGADA.”
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