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A história da mulher que é a primeira pessoa com HIV do mundo a doar rim

A doação foi feita para outro portador do vírus e é uma significativa evolução para a medicina

Por Da Redação
Atualizado em 18 fev 2020, 10h26 - Publicado em 28 mar 2019, 18h20
 (Twitter/Reprodução)
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Nesta segunda-feira (25), Nina Martinez, de 36 anos, se tornou a primeira pessoa soropositiva viva do mundo a doar seu rim para um receptor também soropositivo. O transplante histórico aconteceu no Johns Hopkins Medicine, em Baltimore, Atlanta, estado norte-americano. Ambos estão se recuperando bem.

Martinez porta o vírus do HIV, que interfere no sistema imunológico, desde os seis meses de idade, quando ela recebeu uma transfusão sanguínea. Na época, o hospital ainda não testava o sangue para a presença do vírus.

“Eu realmente quero que as pessoas reconsiderem o que é viver com HIV”, ela disse dias após sua operação, à CNN. “Se alguém pode provar que tem como viver com HIV, essa pessoa sou eu. Eu tenho vivido com isso por 35 anos.”

Evolução e esperança 

O cirurgião responsável pela operação, o doutor Dorry Segev, elogia a coragem de Nina e afirma que a cirurgia é “realmente uma celebração do cuidado médico para o HIV e sua evolução.”

Até 2013, os Estados Unidos não permitiam a doação de órgãos de soropositivos. “Eu ficava assistindo pessoas com HIV morrerem na lista de espera por transplante e eu nos assistia ter que rejeitar cada doador em potencial, estivesse ele vivo ou morto, só porque eles tinham HIV.”

Duas preocupações os impediam de considerar um soropositivo como doador: o vírus em si e os medicamentos para o tratamento, que poderiam ser tóxicos para o rim. “Nós precisávamos mostrar que certas pessoas com HIV podiam ser saudáveis o suficiente para serem doadores e para viverem com apenas um rim”, explica Segev.

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Em 2013, uma lei permitiu pesquisadores a conduzir estudos acerca da doação de órgãos entre soropositivos. O ato não dá prioridade aos pacientes portadores de HIV, mas, sim, fornece um conjunto de doadores específicos para pessoas vivendo com o vírus.

Na época, porém, só era permitido que pessoas já falecidas doassem o rim caso fossem soropositivas. Em 2016, aconteceu o primeiro transplante entre portadores de HIV, mas apenas a cirurgia em que Nina participou foi a primeira da história a ser feita entre duas pessoas vivas.

Um pequeno e aceitável risco

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(Twitter/Reprodução)

“Nina atendeu aos critérios padrões de doador: ela é saudável sem hipertensão, sem diabetes, então seu único fator de risco adicional para uma doença renal era o HIV”, explica a doutora Christine Duran, professora associada de medicina e oncologia do Johns Hopkins Sidney Kimmel Comprehensive Cancer Center. “E nós determinamos a partir das nossas pesquisas que era um pequeno e aceitável risco.”

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Nina explica que o que contribuiu para a sua saúde e longevidade foi a rotina de cuidados e corridas que ela mantinha. Além disso, o HIV dela está “sob controle”.

“A beleza disso é que a operação em si era como as centenas de outras operações de doadores vivos que eu fiz”, explica Segev.

No dia da doação, após a operação, Nina já estava andando pelos corredores do hospital. O receptor, cuja identidade foi preservada, também está reagindo bem e o rim está funcionando normalmente.

Iniciativa para reduzir as infecções por HIV

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende eliminar a transmissão de HIV até 2030. Na semana passada, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do país detalhou uma iniciativa para reduzir as infecções em até 90% em 10 anos.

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Atualmente, há cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV nos Estados Unidos. Para elas, a operação de Nina Martinez significa um estigma a menos associado à doença, diz Segev.

A jovem espera que sua história inspire outras pessoas – soropositivas ou não – a se tornarem doadores. “Temos uma escassez de órgãos muito grande nessa nação. É uma maneira concreta de fazer a diferença”.

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