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Tati Weston-Webb, elite do surfe brasileiro, dá dicas de beleza no verão

Vice-campeã mundial conversou com CLAUDIA sobre mulheres no esporte, metas profissionais e cuidados com a pele e o cabelo para quem vive no mar

Por Joana Oliveira
Atualizado em 8 Maio 2023, 14h52 - Publicado em 12 jan 2023, 10h01
Surfista Tati Weston-Webb.
Surfista Tati Weston-Webb. (Tauana Sofia/Divulgação)
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Tatiana Weston-Webb, de 26 anos, nasceu no Brasil, mas se mudou ainda bebê para o Havaí, berço do surfe. Lá, aos 2 anos, aprendeu a amar o esporte desde a primeira vez que colocou boias nos braços e subiu na prancha com o pai. Hoje, ela é vice-campeã mundial  da WSL (World Surf League) e única representante feminina do país na elite desse esporte.

Ela comemora suas conquistas, mas não quer estar sozinha. “Existem inúmeras surfistas talentosas brasileiras, e acredito que logo teremos mais meninas na elite representando nosso país. Com mais apoio e incentivo para mudança, até mesmo das marcas, isso poderá acontecer de forma mais natural”, afirma em entrevista a CLAUDIA. 

Na rotina de preparação para as Olimpíadas de 2024, em Paris, onde espera disputar uma medalha, Tati enfrenta uma rotina de intensa preparação física e mental, além de jornadas de viagens com até 40 horas de duração. “São muitos desafios, mas meu foco é cuidar do corpo e da mente, então busco equilibrar treinos e uma boa alimentação com momentos de autocuidado emocional”, conta ela, que não é admirada apenas por seus feitos no esporte.

Basta rolar o feed de seu Instagram para ver que a surfista pensa bastante também no seu estilo próprio e em como comunicar sua personalidade através da moda. Seus principais cuidados são, no entanto, com o longo cabelo platinado e a pele, constantemente expostos ao sal e ao sol. “Aprendi desde cedo que os cuidados já começam no pré-praia, então costumo passar o protetor solar fator com fator adequado, 30 minutos antes de ir para o mar, assim estarei mais protegida. E o que muita gente não sabe é que proteger o cabelo é tão essencial quanto a pele, por isso, uso protetor solar específico para os fios, assim protejo o cabelo e o couro cabeludo também”, conta Tati. 

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Para proteger as madeixas dos raios UVA e UVB, a dica da surfista é lavar bem o cabelo para tirar a água salgada e aplicar uma máscara de hidratação ao menos uma vez por semana. “Eu tenho um truque caseiro para isso, costumo adicionar ao creme óleo de coco e mel. Funciona super e protege os fios, deixando-os leves e hidratados mesmo depois de um dia inteiro de surfe”, garante. Ela também passa condicionador nas mechas, antes de entrar no mar.

No quesito maquiagem, ela é mais minimalista: “Eu sou adepta de um make simples e glow, e minha principal dica é usar itens de longa duração. Não uso base, por exemplo, mas um protetor solar com cor, um bom protetor solar labial, lip-tint para usar como sombra e blush, além de máscara de cílios. Com os produtos certos, dá para fazer uma maquiagem pós-praia que seja leve e que dure até o jantar.”

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Os truques e os produtos mais práticos garantem que a vaidade da surfista não roubem tempo daquilo que é mais importante para ela: a dedicação ao esporte. “Sabemos que a carreira de atleta passa bem rápido, então minha prioridade é conquistar bons resultados na WSL e nas Olimpíadas, trazer mais visibilidade para que outras mulheres tenham ascensão no surf, além de estar bem e com confiança para buscar representar o Brasil de forma positiva dentro e fora do mar”, diz. Confira, abaixo, a entrevista completa com Tati Weston-Webb.

CLAUDIA: Como começou sua paixão pelo surfe? O que mais te atraiu nesse esporte?

A minha paixão pelo surfe começou cedo quando eu era apenas uma criança. Com 2 anos de idade, cheguei a surfar na mesma prancha que meu pai, utilizando boias no braço. Eu nasci no Brasil, mas fui morar ainda bebê no Havaí, que é considerado o berço do surfe e, lá, tive uma relação muito espontânea e intensa com o esporte. Tudo me atraiu, eu adoro praia e mar… Com certeza, durante minha infância, o meu irmão teve grande influência para eu me aproximar ainda mais do surf. Quando ele começou a surfar eu também quis e, de lá para cá, sempre me senti feliz com o que faço. 

CLAUDIA: Teve dúvidas sobre seguir carreira pelo fato de ser mulher?

A dúvida existe em qualquer decisão que tomamos, pois precisamos ter certeza do que queremos, mas não por ser mulher. Sempre existiram surfistas na categoria feminina, que foram grandes referências e que eu admiro muito, porém quando criança eu também adorava futebol e a escolha pelo surf foi uma motivação pela paixão que já existia. Quando eu decidi e percebi que tinha preferência em surfar, foi o momento que soube que aquela seria minha profissão e que eu poderia construir uma carreira linda. Hoje, sou super grata por essa escolha e me sinto muito feliz em poder representar o Brasil.  

CLAUDIA: E como é hoje ser você mesma uma inspiração para meninas e mulheres?

É uma responsabilidade muito grande ser inspiração para as meninas jovens, e até mesmo para as mulheres brasileiras que sonham em representar nosso país nesse esporte. Sei que atualmente sou a única representante brasileira na elite do surf mundial (CT-WSL), e isso é uma motivação para mim também, pois sei que preciso dar o meu melhor e conseguir bons resultados para continuar incentivando e inspirando outras garotas que acompanham o surf. Existe um forte apoio para o Brasil conquistar o título mundial também na categoria feminina, então estou em busca desse objetivo e espero continuar sendo um fator incentivador para que outras mulheres tenham chance de aparecer e estarem na elite mundial também.

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CLAUDIA: O que ainda precisa mudar no surfe para que mais mulheres se engajem nesse esporte?

Existem inúmeras surfistas talentosas brasileiras, e acredito que logo teremos mais meninas na elite representando nosso país. Com mais apoio e incentivo para mudança, até mesmo das marcas, isso poderá acontecer de forma mais natural. Acho muito importante as mudanças que aconteceram dentro das competições, colocando em nível de igualdade homens e mulheres. Porém, a  visibilidade ainda é maior para os homens, então espero que eu consiga com meus resultados contribuir cada vez mais, para aumentar a notoriedade de surfistas brasileiras e ver mais meninas na elite mundial do surf. 

CLAUDIA: Quais são seus principais objetivos como atleta hoje?

Manter uma boa preparação mental e física para consequentemente conquistar um bom desempenho dentro do mar.  Ser uma atleta competitiva e de alta performance exige muitos pontos, e as preparações estão como grandes metas para estar no mais alto nível. Sabemos que a carreira de atleta passa bem rápido, então entre os principais estão: conquistar bons resultados na WSL e Olimpíadas, trazer mais visibilidade para que outras mulheres tenham ascensão no surfe, além de estar bem e com confiança para buscar representar o Brasil de forma positiva dentro e fora do mar. 

CLAUDIA: E quais são suas maiores ambições?

Tenho o sonho de conquistar o campeonato mundial, após o vice em 2021, que ficou tão próximo, a vontade ficou ainda maior. Tenho grandes ambições no surf para realizar ainda, os próximos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, estão nesse plano. Mas antes tenho o campeonato mundial de 2023 para disputar, muitas etapas para vencer, são realizações na carreira que precisam de muita garra e disposição. Estou vivendo um grande sonho, representar o Brasil é motivo de muito orgulho, tenho vontade de conquistar esses dois grandes títulos para celebrarmos juntos. 

CLAUDIA: Como é a preparação para uma Olimpíada? Quais são suas expectativas quanto a isso?

As preparações são intensificadas de forma física e mental,  o meu treinador e o Time Brasil me ajudam muito, pois precisamos estar totalmente confiantes e seguros para realizar uma grande performance durante a exibição da competição. Em Tóquio, por ser a primeira vez do surf como modalidade olímpica, foi uma pressão que gerou grande ansiedade para todos os atletas, isso afeta e pode interferir um pouco em como encaramos o torneio. Porém, tenho grandes expectativas para as Olimpíadas de Paris em 2024, o palco para disputa será em Teahupo’o [no Taiti], além de ser uma onda que eu gosto muito, é um local onde o swell [formação de ventos] é muito bom e me sinto confortável para mostrar meu surf. As Olimpíadas trouxeram grande visibilidade ao esporte, e isso me deixou mega feliz, de ver que mais meninas mundo afora estão curtindo o surf e se interessando cada vez mais. Agora só quero focar em um bom desempenho e ir em busca de uma medalha em Paris 2024.  

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