Viola Davis fala sobre dificuldade de ser uma atriz negra
Atriz falou sobre dificuldade da indústria cinematográfica em lhe confiar papéis que fugissem de estereótipos determinados pela cor de sua pele
Na última sexta-feira (2), foi publicada a entrevista da atriz Viola Davis para o site norte-americano Net A Porter. Nela, a artista falou sobre a carreira e especialmente sobre a dificuldade de ser uma mulher negra no cenário artístico.
Um dos pontos levantados pela protagonista da série How To Get Away With Murder foi a dificuldade da indústria cinematográfica em lhe confiar papéis que fugissem de estereótipos determinados pela cor de sua pele. “Tenho 52 anos e [minha pele] é mais escura que sacola plástica. Mulheres como eu, geralmente, são delegadas a [personagens] drogadas e àquelas com a mão na cintura sempre descritas como atrevidas ou geniosas.”
How To Get Away With Murder, a atriz conseguiu que a sua personagem, a advogada Annalise Keating, não seguisse o estereótipo citado por ela. Pelo contrário: Annalise é uma líder determinada, ousada e ainda consegue mostrar seu lado sexy na trama – o que é considerado um ponto positivo na opinião de sua intérprete. “Foi uma jornada dolorosa. Isso me custa algo, porque muito raramente na minha carreira – e na minha vida, tenho permissão para explorar essa parte de mim, para ter permissão para saber que é um aspecto da minha humanidade, que desejo e sou desejada.”
O papel da advogada lhe rendeu o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática em 2015. “A única coisa que separa as mulheres negras das demais sãs as oportunidades. Você não ganha um Emmy pelo seu trabalho se você simplesmente não os têm”, ao lembrar da conquista do prêmio e ao destacar a importância da representatividade de minorias na indústria cultural.
Ela aproveitou para agradecer o presidente da ABC Ben Sherwood, o executivo da emissora Paul Lee, o produtor da série How To Get Away With Murder Peter Nowalk e sua respectiva criadora Shonda Rhimes pela criação da famosa advogada e pela oportunidade dada a atriz para que pudesse interpretá-la. “[São] pessoas que redefiniram o significado do belo, do sexy, da liderança feminina, do que é ser negro.”
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