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Tony Ramos mergulha na cultura indiana

O ator se preparou muito para viver o conservador Opash, de Caminho das Índias

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 25 abr 2023, 12h40 - Publicado em 9 fev 2009, 21h00
Heloiza Gomes  (/)
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“É uma gente muito dócil, educada,
espiritualizada”, diz Tony Ramos sobre
a população da Índia
Foto: Rafael Campos

Aos 60 anos, Tony Ramos continua com a corda toda. No cinema, ele está em cartaz em Se Eu Fosse Você 2, no papel de um homem (Cláudio) que troca de lugar com a mulher (Helena, vivida por Gloria Pires). Para isso, teve até de se submeter a uma pequena depilação. Mas tudo bem. “O filme é um presente, não dá para explicar”, diz o veterano. Já na telinha, ele é o indiano conservador Opash, de Caminho das Índias. Para interpretá-lo, o ator leu livros, participou de workshops e passou quase dois meses na Índia. Voltou de lá encantado. Tanto que já programa uma volta ao país asiático assim que terminar a novela. Desta vez, a passeio.

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Como foi o convívio com a população na gravação na Índia?
É uma gente muito dócil, educada, espiritualizada. Não tem o olhar para o próprio umbigo. Não existe isso. Não tem um indiano ateu.

O que você trouxe da Índia para sua vida?
Minha vida é muito bem resolvida. Não busco, no que faço, nada novo para mim. Sou um cara resolvido. Até porque a filosofia que está lá, de alguma forma, nós, que temos bom senso, já praticamos. Não temos um país com 18 idiomas oficiais. Então, o que se pode trazer…

Nada o tocou de maneira especial?
Fiz quatro cenas, alimentando a vaca que entra na minha loja… As vacas entram em grandes lojas e se deitam, porque todo mundo respeita. Aí, o dono da loja leva o alimento para ela. Gravar com a vaca… ela me lambendo, é algo inacreditável. Até me arrepia. Agora, como eu explico isso… Minha vida não mudou, mas é óbvio que isso se torna mais reflexivo.

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Essas reflexões passam por…
Nós somos parte da natureza; não donos dela. É por isso que o mundo, de alguma forma, ficou antropofágico. As pessoas se engolindo, todo mundo querendo o seu pedaço, a fama de qualquer forma, a notoriedade. E, na Índia, você veja: eles têm problemas, hein! Não pense que é um paraíso, por favor. Problemas é o que não faltam. Inúmeros e infinitos. Mas para (um lugar com) 1,2 bilhão (de pessoas), em um mês, eu não ter visto, com aqueles 5,5 milhões de pessoas em Jaipur, nenhum acidente… é para pensar, não é? As pessoas respeitam, dão licença; os mais velhos são totalmente respeitados, assim como a criança. Não há bar com bebida, nem neguinho andando pela rua doido (risos)!

Pelo visto, você voltou bastante impressionado.
É um país riquíssimo e estou muito à vontade fazendo o Opash, que é um conservador e acredita nesse conservadorismo, que acredita nessa cultura. É óbvio que tenho meu distanciamento crítico para criar o Opash, porque não sigo aquela cultura e não vou tê-la. Sou brasileiro, bem resolvido, de origem hispânica e italiana, portanto… Mas, quando você descobre a Índia, diz: ‘Caramba!’ A tal ponto que, acabando a novela, vou voltar com minha mulher (Lidiane), para passar, no mínimo 20 dias. Aí, farei outros lugares. Sem decorar texto (risos).

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