Ricardo Pereira garante que, assim como seu personagem, faz qualquer coisa por amor
O ator português Ricardo Pereira, que interpreta o Vicente em Aquele Beijo, fala sobre o casamento e a emoção de ser pai pela primeira vez
Ricardo Pereira conta que pretende criar o filho no Brasil
Foto: Rafael França
Vicente, de Aquele Beijo, saiu do Brasil e foi à Colômbia tentar impedir o casamento de Lucena (Grazi Massafera), por quem é apaixonado. A atitude pode ser uma ousadia. Não para Ricardo Pereira, intérprete do personagem. “Eu faria mais do que isso. Já fiz bem mais loucuras por amor”, conta o ator português, que, no entanto, se nega a revelar detalhes do que aprontou.
Pela forma como conquistou a mulher, Francisca, dá para se ter uma ideia. A moça, solteira, lhe pediu ajuda para arrumar um parceiro. Ele não pensou duas vezes. “Seu namorado vou ser eu”, disparou. Eles estão juntos há cinco anos e esperam o primeiro filho, que deve nascer no início de dezembro. “E vai ser criado no Brasil”, adianta Ricardo, que deixou Portugal por causa de outra paixão: a carreira. Isso e muito mais o galã, de 32 anos, revelou no bate-papo com a MINHA NOVELA.
Você trocou Portugal pelo Brasil de vez?
Eu já me considero quase brasileiro, tenho contrato com a Globo, moro aqui até 2014, no mínimo. Então, com quase oito anos de trabalho, já me considero um pouquinho da família da emissora. Para isso, tenho que dar uma renovada e fazer outras coisas para não ficar só fazendo papéis com sotaque português. A gente não pode esquecer que a Globo é a quarta maior emissora do mundo e a maior emissora a fazer novelas. É uma prova de confiança que todo dia tenho de corresponder. E é isso que estou fazendo, trabalhando duro para ficar benfeito.
E por que não fazer isso na sua terra?
Há grandes atores em Portugal, como aqui no Brasil. A alegria de trabalhar é igual, mas a dimensão da TV Globo é muito grande em relação às emissoras de lá. Portugal é um país pequeno, tem uma audiência muito menor.
Você continua fazendo fonoterapia para perder o sotaque?
Continuo; é um trabalho muito difícil para mim. Não é bem perder o sotaque, é arrumar o português de Portugal e trazer o do Brasil. É um trabalho ainda mais intenso do que fiz para Insensato Coração.
A fonoaudióloga vai acompanhá-lo a novela toda?
Ela acompanha o meu dia a dia, estou quase a convidando para dinda do meu filho. Ela mora lá em casa e eu moro na casa dela. É um trabalho diário, porque quando estou sozinho tenho de fazer exercícios. Ver muito filme brasileiro, escutar muito programa de rádio, ler em voz alta, para entrar no ouvido… Se a gente quer trazer uma novidade para o público, tem que fazer isso, senão não tem graça (risos).
Há quanto tempo você está fazendo esse trabalho?
Desde fevereiro de 2010. Eu terminei um longa em Portugal, vim para cá e, a partir desse momento, estou com a fonoaudióloga direto. São duas línguas. Minha mulher é portuguesa e, em casa, falo o português de Portugal.
Ricardo Pereira e Francisca Pinto estão casados cinco anos e esperam o primeiro filho do casal
Foto: Anna Fischer / Revista VIVA! MAIS
E o filho, vai nascer no Brasil?
Nascerá carioca e vai ser criado no Brasil. É uma grande confusão (risos). Mas acho que ele será um bom professor para mim, vou me exercitar em casa. Isso é bom.
Aliás, ele se chamará Vicente, como o seu personagem. É uma homenagem?
Foi toda uma coincidência. O Miguel (Falabella) é nosso amigo e falou que seria um bom nome para um filho. Achei bacana, minha mulher também. Mas eu não mando nada, minha mulher é quem manda. São sempre elas (risos), então… E a gente descobriu que ela estava grávida na Casa de Saúde São Vicente. Aí, bateu o martelo.
Você faria o que o Vicente fez, ir atrás de uma mulher no dia do casamento dela?
Eu faria muito mais do que isso. Já fiz bem mais loucuras por amor.
Para Ricardo Pereira , Vicente está certo ao se aproximar de Cláudia e não ficar sofrendo por um amor que não deu certo
Foto: Divulgação – Rede Globo
Você já viveu algo parecido com a história de Vicente e Cláudia (Giovanna Antonelli)?
Vivi com a minha mulher uma coisa bem parecida. A gente se conhece há muito tempo, mas começou a se paquerar numa praia, depois de muitos anos se cruzando. Estávamos com um grupo de amigos e a Francisca falou: “Ricardo, me arruma um namorado. Eu gosto disso, disso e disso”. E eu: “Ótimo! Seu namorado vou ser eu. Eu gosto disso, disso e disso”. E nunca mais a gente se largou. Fizemos cinco anos juntos no dia 5 de setembro.
O primeiro beijo rolou logo?
Já tinha rolado há uns anos. A gente se deu um beijo e fugiu, um para cada lado, e teve a sua vida. A loucura da vida é essa. Vivo muito a vida assim, gosto de ser surpreendido.