Pussy Riot foi responsável pelo momento mais político da Copa do Mundo
O coletivo punk e feminista conseguiu burlar a segurança e deixar uma marca na final; Galvão Bueno criticou a atitude.
A final da Copa do Mundo 2018 entre França e Croácia neste domingo (15) foi um jogaço cheio de emoção e teve de tudo: Ronaldinho Gaúcho, gol de adolescente pela primeira vez desde 1958 e uma invasão de campo. Logo no início do segundo tempo, o coletivo punk e feminista Pussy Riot conseguiu burlar a segurança do estádio e foi o responsável pelo momento mais político do mundial.
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Vestidos com roupas imitando uniformes militares, sob vaias da torcida dois homens e duas mulheres entraram sorrindo no meio da partida e interromperam brevemente a disputa. A Fifa agiu rápido e evitou mostrar na transmissão televisiva a equipe de segurança retirando os manifestantes de campo. Galvão Bueno, na Globo, criticou no ar a atitude.
Por meio das redes sociais, o grupo assumiu a autoria da ação. De acordo com o comunicado, a intenção era protestar contra a conhecida falta de liberdade de expressão do governo de Vladimir Putin. Segundo eles, a indumentária foi escolhida para criticar e chamar atenção para a truculência da polícia russa que, nas palavras do grupo, persegue presos políticos, como o cineasta Oleg Sentsov, em greve de fome há mais de 60 dias em uma prisão do país, e “fabrica” provas contra opositores da atual gestão.
Enquanto alguns jogadores não levaram “numa boa” o ato, como o croata Dejan Lovren, que jogou uma das manifestantes no chão e cobrou explicações pela atitude, outros, como o francês Mbappé, fizeram até high five com uma das participantes do protesto.
https://twitter.com/mkaroIyn/status/1018538164527431682
Banda punk e coletivo, o Pussy Riot ficou internacionalmente famoso após realizar no início da década um protesto dentro da Catedral de Cristo o Salvador, famoso templo Ortodoxo, em Moscou. Na época, integrantes entraram na igreja e fizeram uma “oração” pedindo para “Maria, mãe de Deus” tirar o presidente Vladimir Putin do poder. A intenção delas também era de criticar o apoio do líder da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca Kirill I, a Putin. Sob muitas críticas, três delas foram condenadas a dois anos de prisão por vandalismo e incitação ao ódio religioso, mas foram soltas antes de cumprirem toda a pena.
Desde então, o grupo organiza protestos e performances, principalmente, a favor dos direitos das mulheres, LGBTs e contra a falta de liberdade de expressão na Rússia.