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5 “mentiras do bem” que mães e pais contam – e a solução para cada uma

“Na volta a gente compra”, “O coelho da Páscoa passou enquanto você dormia”... Quem nunca lançou mão de algo assim na hora do sufoco?

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 19h52 - Publicado em 20 abr 2019, 08h30

Educar os filhos é uma missão bem trabalhosa. É preciso estar atenta à saúde, à segurança, à alimentação, às roupas limpas, às atividades escolares, aos dentes escovados, às noites bem dormidas, às febres que surgem do nada, ao que se vê na TV e no tablet e tantas, tantas outras coisas! E isso o tempo todo, 24 horas por dia, sete dias por semana. Por isso, não é nem um pouco raro mães e pais lançarem mão de pequenas mentirinhas para abreviar uma explicação ou um pedido. Nada que prejudique a criança, obviamente: apenas algo que facilite as dinâmicas diárias.

“É um artifício saudável desde que, no momento certo, os adultos esclareçam para os filhos a verdade sobre o que inventaram em um momento de desespero, cansaço ou em que simplesmente não sabiam o que dizer”, afirma a psicopedagoga Ana Carolina Andrade. “Pelo menos uma vez por semana alguma mãe ou algum pai me pede orientação sobre o que falar em situações um pouco mais desafiadoras do dia a dia ou mesmo sobre como contornar uma dessas falas. É absolutamente normal”, acrescenta ela.

Ana Carolina e a psicóloga clínica Luciana Mello nos ajudaram a montar uma lista de cinco dessas “mentirinhas do bem”, como elas podem ser um problema e sugeriram soluções para cada uma delas.

“Na volta a gente compra”

É a clássica das clássicas: a criança quer um brinquedo ou uma roupa, você não pode comprar, mas não quer dizer isso na lata, então “adia” a compra – indefinidamente, mas sem que ela seja avisada sobre isso. Se ela esquecer, o plano funcionou.

O problema: Se ela tiver boa memória e insistir, na volta, em passar novamente na loja ou no corredor.

A solução: Com calma, diga que agora não é possível comprar e que você não tinha se dado conta disso quando ela pediu inicialmente. Se a criança for pequena (até perto dos seis anos), lembre-a dos brinquedos ou das roupas que já tem em casa e reforce que ela é muito feliz com eles, não precisa de algo novo. Se ela for maiorzinha, pode colocar o fator financeiro na conversa: explique que simplesmente não tem dinheiro para comprar o item e que não há o que fazer neste exato momento em relação a isso.

“O coelho da Páscoa/Papai Noel/a fada do dente passou aqui enquanto você dormia”

Também é super clássica e serve para contornar o fato de que, bem, coelho da Páscoa, Papai Noel e fada do dente não existem, mas manter a fantasia viva.

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O problema: Chega uma hora em que a criança se dá conta de que isso tudo é fantasia, e se a mãe ou o pai insistir nessa mentira, corre o risco de perder a credibilidade com ela. Ou, ainda, ela pode ficar confusa, pois tem os pais como fontes de verdade, mas sabe que neste caso eles estão mentindo.

A solução: Dar espaço para a criança manifestar se acredita ou não nesses seres mágicos antes de falar sobre a passagem deles pela casa. Se ela questionar diretamente se eles existem, o ideal é sondar por que ela está perguntando e apenas confirmar de acordo com o que ela já sabe.

“Se um anjo soprar sua careta, seu rosto vai ficar assim para sempre”

Em algumas fases, as crianças forçam a barra na quantidade de caretas e os pais saem com essa frase do tempo das nossas avós para tentar amenizar a situação.

O problema: Isso pode assustar a criança, principalmente se ela for mais novinha, e também pode abalar sua crença quanto aos anjos serem criaturas do bem – afinal, esse anjo castiga.

A solução: Nas próximas caretas, dizer que não vai passar nenhum anjo para paralisar o rosto de ninguém e explicar com calma que não é legal fazer tantas caretas. Combinar de reservar as caras e bocas para uma foto ou outra e para brincadeiras em que uma expressão facial mais engraçada ou mais “assustadora” seja necessária é uma boa saída.

“Não dá mais para usar o tablet porque a internet ‘acabou’ por hoje”

Quando não há mais argumentos ou energia para negociar que o tablet seja desligado, muitas mães e muitos pais desligam o modem e inventam que a internet tem hora para acabar.

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O problema: Mentira tem perna curta, e mais hora, menos hora, acontecerá de o horário ser extrapolado, a criança maiorzinha sacará que não é verdade e poderá desafiar os pais em ocasiões seguintes.

A solução: Reconhecer que a internet realmente não tem hora para acabar e partir para uma negociação de horários permitidos por dia para o uso do tablet.

“Se você comer as sementes, vai nascer uma árvore dentro de você”

Isso é falado mais por desespero que a criança engasgue do que para botar medo ou algo assim. A maioria dos pais nem pensa antes de falar isso, apenas reproduz o que ouvia na infância.

O problema: A criança pode ficar apavorada e resolver não querer mais comer frutas, por medo de engolir uma semente acidentalmente e ter uma árvore na barriga depois de um tempo.

A solução: Aqui será preciso assumir uma certa “ignorância” para contornar o problema. “O adulto pode dizer para a criança que conversou com uma médica e ela explicou que as sementes passam pela digestão e saem no cocô, como tudo mais que é ingerido. Também é uma boa janela para ensinar ou reforçar que árvores precisam de condições específicas de solo, luz e irrigação que não existem dentro do corpo humano”, sugere a pediatra Cláudia Gonçalves.

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