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Com projeto sobre Física, professor ganha o Prêmio Educador nota 10

A ideia de André Barcellos era despertar consciência sobre a cidadania em seus alunos, e mostrar que todos podem interagir com o mundo

Por Esmeralda Santos (colaboradora)
Atualizado em 10 nov 2020, 17h35 - Publicado em 9 nov 2020, 18h00

O ato de ensinar e educar era algo muito admirado por André Luís Barcellos, 31 anos, porque sua mãe e pai, além de serem dentistas, eram também professores. Ele lembra com carinho do empenho de seus pais na educação, em especial, seu pai.

“Ele era apaixonado por ensinar e formar profissionais. Meu pai era uma pessoa super querida pelos alunos, tinha uma pegada bastante visceral mesmo, ele gostava de ser amigo de todo mundo, era uma coisa bem emocional”, recorda.

Agora ele faz valer todo o legado de seu pai, que faleceu em julho deste ano. Sua paixão pelas salas de aula era tamanha, que seus últimos minutos de vida, foram nesse espaço. “A educação para ele sempre representou uma via de ascensão social. Ele veio de uma família muito pobre, então foi através da educação, dando aulas de química, que ele conseguiu dinheiro pra se formar em odontologia. Ele sempre foi uma inspiração”, explica André, que hoje é professor na escola particular SEB Dínatos, em Brasília.

No entanto, ser professor não era exatamente o que André desejava. Quando decidiu entrar na faculdade, estava prestando vestibular para o curso de música, e sua segunda opção era Física por gostar da matéria. “Minha intenção era trabalhar com pessoas. Meu interesse na música era esse,  e com física também. A escola sempre foi um lugar que eu não gostava, tive traumas muito fortes quando criança”, lembra ele.

André explica que a escolha de ser professor não foi tomada em um momento específico, é uma decisão que  ainda é tomada constantemente. “Venho decidindo ser professor há muitos anos. Vi outras possibilidades, mas essa coisa que me trouxe pra área de educação, que é justamente fazer a diferença na vida das pessoas, foi o que me segurou e me segura até hoje”.

Projeto Óptica com Ciência

O projeto educacional vencedor do prêmio Educador Nota 10 foi adotado por André em sua vida, antes mesmo de ser aplicado aos seus alunos. O objetivo era gerar consciência e pensamento críticos por meio do entendimento de  Ciência. “Queria gerar concepção sobre os valores que regem a Ciência, fazê-los presente na formação desses cidadãos, e dessa forma, com alguma sorte, promover a formação de um cidadão que é capaz de se posicionar de maneira razoável em relação às questões que envolvam a Ciência”, argumenta o educador.

O projeto foi desenvolvido com alunos do 3º ano do Ensino Médio, entre eles, cinco intercambistas europeus, norte-americanos e indianos. “É impossível pensar em uma cidadania plena sem essa dimensão cientifica, e a intenção do projeto é justamente essa, formar cidadãos conscientes dessa posição que a cidadania os impele”.

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(Foto: André Luiz/Reprodução)

André organizou os alunos em grupos, e prmoveu 16 encontros a, que, segundo ele, foram feitos a partir de uma lógica científica. O projeto foi dividido em três etapas, sendo a primeira chamada de Prospecção. Nessa fase dados quantitativos e qualitativos foram gerados pelos alunos, que interagiram com instrumentos e André fazia observações.

A segunda etapa foi chamada de Análise. “Debatíamos as observações e inferências produzidas e fazíamos análises estatísticas a partir das medidas realizadas”. A última etapa foi a de sistematizar os conhecimentos produzidos pelos alunos. Todas essas etapas foram repetidas algumas vezes.

“Partimos de uma premissa muito básica e simples: todos nós somos capazes de interagir com o mundo e explicar os nossos entendimentos a partir dessas interações, e cada um faz isso de um jeito particular”, explica o professor.

(Foto: André Luiz Barcellos/Reprodução)

Com os aprendizados adquiridos nas aulas, os alunos já não estavam mais preocupados se estavam indo bem ou mal, mas participavam ativamente de cada etapa, fazendo sugestões, contribuições e críticas, mostrando, dessa forma, o envolvimento com o que foi proposto.

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“Foi um sucesso tremendo ver os alunos com diferentes perfis sendo capazes de dar suas contribuições, e perceber que foram valorizadas. Eles se sentiram donos do projeto, então ele é muito mais do que meu, é nosso, esse é o grande destaque pedagógico”.

O desempenho de André em envolver os alunos de forma criativa, foi reconhecido pelo Prêmio Educador Nota 10, que há 22 anos reconhece e valoriza a atuação dos educadores brasileiros, e seu o projeto Óptica com Ciência ficou entre os 10 vencedores.

“Ser premiado com algo dessa magnitude, é qualquer coisa como um sonho, apesar de enxergar todo esse potencial e abraçar isso como um projeto de vida, eu me senti lutando contra tudo e contra todos”, conta ele. “Mostrei que era possível fazer algo difícil. Esse projeto é essa mensagem de que não estou sozinho e que estou em um caminho interessante. Então e uma enorme honra e um privilégio ser reconhecido por um projeto dessa natureza”.

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